Mercado de ações: tudo o que você precisa saber
Tire todas as suas dúvidas sobre o mercado de ações e a Bolsa de Valores
Publicado por: Broadcast Exclusivo
7 minutos
Atualizado em
25/09/2024 às 13:45
Por Gustavo Boldrini, do Broadcast
O número de investidores pessoa física na Bolsa de Valores saltou de cerca de 700 mil em 2018 para 5 milhões ao final de 2022, segundo dados da B3. O crescimento de mais de 700% em apenas cinco anos mostra o quanto o investidor brasileiro está interessado em ter ações de empresas na sua carteira de investimentos.
Investindo em ações, você se torna sócio de uma empresa, podendo até mesmo participar dos seus resultados de forma indireta. Trata-se, porém, de um tipo de investimento que traz alguns riscos, já que faz parte do universo da renda variável, que está exposto à volatilidade do dia a dia do mercado, além de diversos fatores externos e internos. Mas com conhecimento e ajuda profissional, esses riscos podem ser controlados.
Quer começar ou aprender mais sobre o investimento em ações? A seguir, confira um guia completo de tudo o que você precisa saber para formar seu patrimônio e conquistar seus objetivos e sonhos.
O que são ações?
As ações são títulos que representam partes do capital de uma empresa. Quando uma empresa tem capital aberto, suas ações são negociadas na Bolsa de Valores, podendo ser compradas e vendidas por investidores em geral, desde pessoas físicas até outras empresas e grandes bancos.
No Brasil, as ações são negociadas na B3, a Bolsa de Valores brasileira. Cada ação possui um código de negociação (ticker, no termo em inglês) composto por quatro letras e um número no final, que vai identificar o seu tipo.
Qual a diferença entre ações ordinárias, preferenciais e units?
As ações são divididas em dois tipos: ações ordinárias e preferenciais, que podem ser comuns, classe A e classe B. Também existem as units, que são uma espécie de pacote de ações em uma proporção escolhida pela empresa.
As ações ordinárias, também conhecidas pela sigla ON, são papéis que dão ao acionista direito a voto em Assembleias Gerais da empresa. Elas são o tipo de ação mais comum no mercado, sendo negociadas com o número 3 ao final do ticker. Por exemplo, VALE3.
As ações preferenciais são papéis que dão preferência no pagamento de dividendos pelas empresas. Elas podem ser as preferenciais comuns, negociadas com final 4 (como PETR4, a ação PN da Petrobras); preferenciais classe A, com final 5 (como BRKM5, a ação PNA da Braskem); e preferenciais classe B, com final 6 (como CPLE6, a ação PNB da Copel). Existe uma diferença técnica entre as classes A e B de ações preferenciais: enquanto a PNA prevê pagamento do valor mínimo de dividendos, na PNB há um valor pré-definido de proventos a serem pagos.
As units são formadas pela combinação de ações preferenciais e ordinárias em um papel só. Elas são negociadas com o final 11. Por exemplo, a unit da Klabin (KLBN11) é composta por uma ação ON mais 4 ações PN. Já a unit da Iguatemi (IGTI11) é formada por uma ação ON e duas ações PN. O "empacotamento" de ações em units é uma decisão da empresa, normalmente para dar mais liquidez aos papéis. Do ponto de vista do detentor de units, ele tem os mesmos direitos das classes de ações que compõem a unit. O estatuto social da companhia, disponível em sua página de relações com investidores, explica qual a composição da unit e os direitos dos acionistas.
- Confira: Units listadas na B3
Como investir em ações?
Para investir em ações, o investidor precisa ter conta num banco de investimentos ou numa corretora. Tendo a conta, será preciso preencher a Análise de Perfil de Investidor (API), para identificar qual é o seu tipo de investidor e quais são os tipos de ações mais recomendadas para o seu perfil.
Na sua plataforma de investimentos, basta procurar pela ação que você quer comprar, informar a quantidade de papéis e o preço. O investidor pode lançar uma ordem de compra a mercado, isto é, com o preço de cotação da ação no momento da aquisição, ou pode selecionar um preço específico e um limite de data para a ordem expirar. Se não houver nenhum papel sendo vendido por aquele preço até o dia determinado, a ordem é desfeita automaticamente.
Confira o video em: https://www.youtube.com/watch?v=olMndJgF47Q
Como investir em ações de forma indireta?
Também é possível investir em ações de forma indireta, por meio de fundos de ações e multimercados, ou fundos de índices (ETFs), que replicam o comportamento de algum índice da Bolsa, seja o Ibovespa, referência da B3, ou algum setorial.
Veja aqui alguns exemplos de carteiras diversificadas de ações
- Confira também: Como investir no Ibovespa e como funciona o índice
Confira o video em: https://www.youtube.com/watch?v=MNoEWE8qsWY
Entenda a Bolsa de Valores
A Bolsa de Valores é o ambiente onde as ações das empresas e diversos outros títulos de renda fixa e variáveis são negociados. Trata-se de um ambiente de negociação regulado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que tem a premissa a igualdade de condições entre os agentes. Na Bolsa, o investidor pode comprar ou vender ações e outros títulos, com base nas leis de oferta e demanda que regulam os preços dos ativos.
Como funciona a Bolsa e a negociação de ações
A empresa que quer abrir capital, isto é, negociar suas ações em bolsa, deve fazer uma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês), na qual investidores vão oferecer um determinado preço pelos novos papéis e se tornarão acionistas dessa companhia.
Após a IPO, as negociações são negociadas a valor de mercado, diretamente no ambiente da Bolsa, seguindo as regras de oferta e demanda.
Como é definido o preço de uma ação?
Quanto maior a demanda por uma ação, o volume de ordens de compra aumenta, levando a um aumento do preço do papel. Afinal, quanto mais investidores estiverem interessados na compra de uma fatia da empresa, a tendência é que estejam também mais dispostos a pagar por ela.
Quanto maior é o volume de ordens de venda da ação e menor a demanda por compra, o preço tende a cair. Isso pode ser um sinal de que investidores estão menos interessados na empresa. Assim, vendem suas ações por não acreditarem na valorização delas.
A partir do momento que o investidor possui as ações em sua carteira, irá acompanhar diariamente as variações de preço daquele ativo, por diversos motivos - que os analistas de mercado financeiro costumam explicar em seus relatórios. Essas oscilações fazem parte da característica de volatilidade que qualquer ativo de renda variável possui.
Qual a diferença entre investir em ações e títulos de renda fixa?
- A diferença da renda fixa e renda variável costuma ser o principal assunto das primeiras aulas dos cursos de investimentos.
A renda fixa, como o nome diz, tem o objetivo de garantir ao investidor uma remuneração de referência conhecida no momento de compra de um título, ou seja, atrelada a um indicador. Ao comprar um título com vencimento em cinco anos com rendimento atrelado à taxa Selic, por exemplo, o investidor vai acompanhando a trajetória dos juros nesse período, refazendo cálculo quando necessário, quando e se a taxa mudar. De todo modo, ele saberá que seu investimento tem como base esse indicador, e pode ir ajustando os cálculos para saber quanto será a remuneração final.
Por outro lado, a renda variável está vulnerável a movimentos inesperados de mercado, podendo sofrer valorizações ou desvalorizações ao longo do tempo. investidor não tem como saber qual vai ser o preço de uma ação daqui a uns dias ou até algumas horas. Entretanto, ele pode estudar, buscar opinião de especialistas, ler análises para ajudar a dar um norte.
O que é o Ibovespa?
Para saber se a Bolsa está subindo ou caindo é preciso acompanhar o Ibovespa, índice de referência da B3. Ou seja, se o Ibovespa está em alta, significa que a bolsa brasileira está valorizada, e vice-versa.
O Ibovespa - antigamente chamado de "índice Bovespa", da bolsa de valores de São Paulo - foi criado em 1968. O objetivo é espelhar o mercado de ações brasileiro, reunindo as empresas mais importantes em seus segmentos de atuação e com maior liquidez.
Dentro dele, cada papel tem um peso, definido pelo valor de mercado - a metodologia do Ibovespa não permite que uma ação tenha participação maior do que 20% na carteira. As ações ou unit que têm peso maior na carteira indicam alta liquidez, ou seja, com maior facilidade de comprar ou vender, e são também conhecidas no mercado pelo jargão em inglês "blue chips".
A alta ou queda de cada ação vai influir sobre o desempenho do índice. Para medi-lo, usa-se um sistema de pontos. Cada ponto equivale a 1 real, de modo que se o índice está em 100 mil pontos, a carteira do Ibovespa representa um portfólio com valor de R$ 100 mil.
Confira o video em: https://www.youtube.com/watch?v=gLm6oudcdd8
Quais empresas compõem o Ibovespa?
A composição das ações e units que formam o Ibovespa passa por uma revisão, conhecida como rebalanceamento, a cada quatro meses. Para definir quem entra ou quem sai do índice, a B3 utiliza uma metodologia que leva em conta a relevância daquele papel para o mercado como um todo, considerando a liquidez da ação, o volume de dinheiro que movimenta e frequência de negociação (pelo menos 95% de presença no pregão).
Já que se propõe a simular o mercado todo, a B3 também faz a seleção de empresas pensando em setores variados como varejo, commodities, energia, indústria, entre outros.
Os rebalanceamentos entram em vigor na primeira segunda-feira de janeiro, maio e setembro, com duração de quatro meses. Antes de promover as mudanças no índice, a B3 divulga duas prévias, a fim de preparar os investidores e gestores de fundos que são baseados no Ibovespa. A primeira prévia ocorre no primeiro pregão do último mês de vigência da carteira atualmente em vigor; a segunda prévia vem no pregão seguinte ao dia 15, e a terceira prévia, que é a definitiva, no penúltimo pregão de vigência da carteira em vigor.
Como maximizar ganhos com ações na Bolsa
Especialistas sempre pontuam que uma boa estratégia de investimento em renda variável requer diversificação. Por isso, muitos investidores vão se deparar com a missão de selecionar as ações que estarão na sua carteira. Essa técnica é conhecida pela expressão em inglês "stock picking", ou "escolha de ações".
Diante de cerca de 400 empresas listadas na Bolsa brasileira, como decidir sobre em quais investir ou não? Para ajudar o investidor nessa saga, existem os métodos de análise de ações, que são utilizados tanto por pessoas físicas quanto para investidores profissionais. Os principais são a análise fundamentalista e a análise técnica.
A diferença entre análise fundamentalista e análise técnica
A análise fundamentalista leva em conta os fundamentos, ou seja, os pilares do negócio de uma empresa. É um meio de avaliar se aquele investimento faz sentido no médio ou longo prazo, e quais perspectivas para aquela empresa em seu plano estratégico e em comparação com as outras companhias de capital aberto no mesmo setor de atividade.
O fundamentos são um conjunto de múltiplos, que relacionam fatores como lucro e receita (margem líquida), retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), porcentual de distribuição de dividendos sobre o capital social ("dividend yield"), a razão de dívida líquida sobre o Ebitda (alavancagem), entre outros. Com base nesses indicadores, a análise fundamentalista buscará chegar a um preço justo para as ações também conhecido como preço-alvo (em inglês, "target price"). Essa precificação dos papéis de uma companhia com base em seus fundamentos também é conhecida como "valuation", termo em inglês que, numa tradução livre, significa "avaliação".
Já a análise técnica, também conhecida como análise gráfica, tem uma característica mais voltada para o curto prazo. Seu objetivo é buscar captar movimentos das ações em um horizonte mais curto de tempo, que pode ser semanas, dias ou até horas. Isso acontece por meio do estudo dos gráficos da oscilação dos papéis, que podem apontar tendência de alta (indicação de compra) ou baixa (indicação de venda).
O analista técnico geralmente é uma pessoa com conhecimento mais amplo do mundo dos investimentos, muitas vezes um profissional, que busca estudar os movimentos do mercado, a maneira como os eventos e as notícias podem impactar as ações e, acima de tudo, muita matemática - traduzida em termos como suporte, resistência e médias móveis.
Análise fundamentalista e análise gráfica não são verdades absolutas, mas direcionamentos para ajudar o investidor a impulsionar seus ganhos. Por isso, é possível se utilizar de ambas, sem que uma anule a outra, e com o auxílio de especialistas, que têm nos times de análise ambas as visões para compor as sugestões de alocação de recursos.
A importância da diversificação de portfólio
"Não colocar todos os seus ovos em uma mesma cesta" é umas das máximas do mercado financeiro. Em outras palavras: para obter melhores retornos e moderar o risco da sua carteira, é preciso colocar seu dinheiro em diferentes produtos, no intuito de protegê-lo de situações inesperadas.
Quando falamos de uma carteira de ações, o ideal é que haja uma diversificação entre setores, sempre levando em conta o perfil do investidor (conservador, moderado, arrojado ou agressivo).
A diversificação da carteira de investimentos é importante também para neutralizar a volatilidade de cada ativo. A ideia é reduzir os efeitos das variações que cada aplicação terá ao longo do tempo. Além disso, imprevistos podem acontecer, e quando há uma carteira mais equilibrada a chance de perdas é menor.
Por exemplo: quando acontece um evento inesperado, como a pandemia por covid-19 no início de 2020, quem tinha todo o dinheiro aplicado em ações varejo sofreu grandes perdas, já que essas empresas foram impactadas pelas medidas de restrição sanitárias e pelo temor global sobre o desemprego e a desaceleração da economia. Com uma carteira mais diversificada, alguns setores podem ganhar e compensar outros que estejam naquele momento sendo mais afetados.
Confira o video em: https://www.youtube.com/watch?v=3Ze_DJyrgTE
Bolsa de Valores e eventos econômicos
O preço das ações oscila por diversos fatores. Além de notícias a respeito das próprias empresas, muitas vezes dados macroeconômicos e o comportamento de outros ativos, como o câmbio, por exemplo, podem afetar as cotações. Esse impacto pode ser sentido de forma diferente entre os setores da economia.
Como acompanhar indicadores econômicos que mexem com as ações?
Fatores macroeconômicos como juros, inflação, emprego e o Produto Interno Bruto (PIB) sempre podem mexer com as ações das empresas. Além disso, o noticiário político em geral também merece uma atenção especial do investidor, pois mexe com as expectativas de agentes econômicos e com a perspectiva de risco do País, podendo levar a movimentos de alta ou baixa na Bolsa.
O investidor de ações deve ficar atento também a outros ativos que possuem impacto direto na bolsa, em especial o dólar (à vista e futuro) e os contratos de Depósito Interfinanceiro, na chamada curva de juros.
A moeda americana tende a se valorizar em relação ao real em dias de maior preocupação no exterior, já que mais investidores buscarão títulos públicos americanos, de baixo risco, e colocarão menos recursos em países emergentes como o Brasil. Já quando há apetite por risco, ou seja, por ações, a tendência é que mais recursos estrangeiros venham para a Bolsa brasileira, valorizando o real e o Ibovespa.
Quando falamos da curva de juros, estamos falando sobre o termômetro mais assertivo do apetite ou aversão a risco do mercado financeiro em um determinado dia. Quando há mais procura pela renda fixa, o que sinaliza aversão a risco, a tendência é que os DIs subam. Quando há mais procura por risco, os investimentos migram para a renda variável e os contratos futuros de juros caem.
O que são ações cíclicas?
Existe um grupo específico que acaba sentindo mais diretamente o impacto da curva de juros e dos dados de atividade econômica. São as companhias dos chamados setores cíclicos, pois têm a ver com as bases da teoria macroeconômica. São segmentos, como o de consumo e o imobiliário, que possuem maior correlação com os ciclos econômicos vividos por um país.
Saiba mais em: Ações cíclicas têm relação com taxa de juros, mas por quê?
Em resumo, funciona assim: quando o país passa por um momento de crescimento econômico, de força da atividade, os papéis dessas empresas tendem a subir. Já em períodos de crise ou retração do PIB e do emprego, eles tendem a cair. Por trás dessa dinâmica está a taxa básica de juros da economia (Selic), que por sua vez é definida pelo Banco Central com o objetivo de cumprir a meta de inflação.
Efeitos da conjuntura global na bolsa de valores e nas ações
Investidores estrangeiros representam mais da metade do volume total de recursos na Bolsa brasileira, o que reforça a importância da conjuntura econômica global para o Ibovespa. Com isso, pode-se esperar que o mercado brasileiro tenha correlação com o nível de apetite por risco em outros mercados do mundo, em especial o dos Estados Unidos.
Mas também a China, principal parceira econômica do Brasil, é um motivador de altas ou baixas do Ibovespa. O gigante asiático é responsável por praticamente um quarto das exportações e das importações brasileiras. Sinais de que a economia chinesa está em expansão são positivos para o Brasil, enquanto dados fracos de atividade tendem a preocupar.
A composição do Ibovespa deixa clara a relevância da economia chinesa para a Bolsa brasileira. A ação ordinária da Vale (VALE3), que possui o maior peso dentro da carteira teórica do Ibovespa, tem total correlação com a China, uma vez que dados do país asiático, maior consumidor de minério de ferro do mundo, afetam a cotação da commodity, que por sua vez interfere nas receitas da companhia. Sem contar que a mineradora teve a China como destino de mais da metade de suas vendas em 2022.
Além da Vale, outra mineradora com ações na B3 é a CSN Mineração. Ao lado delas, estão as siderúrgicas CSN (CSNA3), Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5), também de olho na China, pois o aço que elas produzem é matéria-prima para a indústria e o setor imobiliário.
A mesma lógica se aplica às exportadoras de papel e celulose Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11), e às produtoras de proteínas JBS (JBSS3), Marfrig (MRFG3), Minerva (BEEF3) e BRF (BRFS3). A China é o primeiro país de destino das exportações de celulose do Brasil e o principal comprador do frango produzido aqui.
No caso dos frigoríficos, notícias sobre eventuais restrições de importações por parte de autoridades chinesas têm afetado os papéis nos últimos anos, principalmente quando o Brasil registra alguma suspeita de doença animal, como a gripe aviária.
Petróleo e minério de ferro costumam a mexer com o Ibovespa: entenda por quê
Estratégias de longo prazo para investidores em ações
As ações são vistas por muitos investidores como um instrumento de geração de riqueza no longo prazo. Esse tipo de investidor costuma ter uma visão mais fundamentalista, apostando na capacidade das empresas nas quais investe de gerar resultados ao longo do tempo, ainda que o momento atual seja desafiador. Mais uma vez, tudo vai depender do perfil e objetivo do investidor.
Investimento em ações blue chips: estabilidade e rentabilidade
Quem tem um perfil mais conservador ou moderado, geralmente vai preferir alocar mais recursos nas chamadas blue chips, empresas de maior liquidez e volume negociado na bolsa, e que remuneram seus acionistas com uma política recorrente de pagamento de dividendos.
Na Bolsa brasileira, alguns exemplos de blue chips são as ações da Vale (VALE3), Petrobras (PETR4 e PETR3), Ambev (ABEV3), B3 (B3SA3), Eletrobras (ELET3) e dos grandes bancos Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3).
Esse tipo de ação oferece uma maior estabilidade e rentabilidade visando o longo prazo, já que são empresas com histórico comprovado de execução de lucros e retorno aos acionistas.
Investimento em ações small caps: volatilidade e capacidade de retorno
Ao contrário das blue chips, as small caps são ações de menor liquidez. A expressão em inglês busca designar companhias que possuem uma baixa capitalização. Ou seja, possuem menos recursos investidos pelo mercado, o que acaba aumentando sua volatilidade no dia a dia.
- As small caps são ações mais voláteis e mais arriscadas, mas que podem gerar maior retorno. Afinal, para uma ação que vale R$ 2,00, cada centavo de alta trará uma valorização mais intensa do que a de uma ação de R$ 30,00, por exemplo.
Operar com small caps é comum entre investidores de perfil mais arrojado ou agressivo, mas isso não significa que conservadores e moderados não possam tê-las na carteira. Tudo vai depender do porcentual relativo desses investimentos no quadro geral investido.
A importância do dividend yield na escolha de ações para renda passiva
Os dividendos são uma das principais razões pelas quais os investidores pessoa física decidem comprar ações. Afinal, trata-se de uma espécie de renda extra, que ainda não tem tributação, que pode ser uma aliada importante na construção do patrimônio. Em outras palavras, o dividendo pode ajudar o investidor a ter uma renda passiva.
O principal indicador utilizado para quantificar os dividendos pagos por uma empresa é o chamado "dividend yield", múltiplo dado pela relação entre o valor pago em dividendos e o valor de face daquela ação. Quanto mais alto o yield, mais expressivo o valor dos dividendos, ou seja, o retorno desses proventos para o investidor.
Os setores que costumam pagar mais dividendos são aqueles consolidados e que geram caixa maior em suas operações, como exportadoras de commodities (minério de ferro, petróleo, celulose, proteínas), bancos, seguradoras e companhias do setor de utilidades públicas (energia e saneamento básico).
A B3 possui o Índice Dividendos (IDIV), que reúne "ativos que se destacaram em termos de remuneração dos investidores, sob a forma de dividendos e juros sobre o capital próprio", segundo a administradora da Bolsa brasileira.
A diferença entre Day Trade, Swing Trade e Buy and Hold
Em geral, as estratégias de investimento em ações são divididas em três tipos: Day Trade, Swing Trade e Buy and Hold.
- O Day Trade é uma estratégia mais comum a investidores de perfil agressivo, os chamados traders, que buscam lucrar com as oscilações de uma ação ao longo de um dia. É uma operação de curtíssimo prazo e que, por isso, pode ser considerada como uma especulação. Afinal, o trader especula sobre possíveis eventos que podem fazer o papel cair ou subir ao longo de um dia. A estratégia é mais centrada em análise gráfica nesse caso.
Confira: Trader é profissão? Dá para viver só de investimentos na Bolsa?
O Swing Trade também é uma estratégia considerada de curto prazo, porém, ao invés de durar apenas um dia, essa operação pode levar alguns pregões ou semanas. Nela, o investidor buscará se antecipar a um movimento de curto ou médio prazo de uma ação, buscando o lucro. Aqui, a análise gráfica também é uma ferramenta importante.
O Buy and Hold é a estratégia mais comum entre pessoas físicas que querem ter ações na carteira para compor seu patrimônio mais a longo prazo. Numa tradução literal do inglês, “buy and hold” significa “comprar e segurar”. Ou seja: o investidor compra uma ação e a segura por um período de tempo. Neste caso, a análise fundamentalista é mais indicada, já que o objetivo é obter lucro atrelado à operação da empresa.
Como gerenciar os riscos ao investir em ações?
Você já deve ter ouvido falar que diversificação é importante para reduzir os riscos de se investir em ações. Mas, afinal, quais são esses riscos?
Quais são os riscos associados ao mercado de ações?
Antes de tudo, existe o risco da empresa, que engloba os fatores operacionais e financeiros do negócio. Existe o risco de uma empresa se endividar mais do que poderia, perder mercado, pedir recuperação judicial, entre outros contratempos.
Também há o risco de mercado, que se refere a fatores que muitas vezes não estão no controle do investidor ou da própria empresa. Um evento como a pandemia de Covid-19, por exemplo, levou a uma queda generalizada das ações ao redor do mundo. Por isso, especialistas sempre recomendam diversificar a carteira entre títulos de renda fixa e renda variável.
Outro ponto de atenção é para o risco cambial, que é a possibilidade de uma alta ou baixa forte do dólar em relação ao real impactar alguns setores em específico. E há ainda o risco dos juros, quando contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) passam a subir muito e trazem instabilidade para a Bolsa.
Stop: uma ferramenta para proteger investimentos
Uma das ferramentas que o investidor pode utilizar para amenizar suas perdas é o stop. Trata-se de um comando, que está disponível em todas as plataformas de negociações, no qual investidores podem acionar uma ordem de paralisação de determinado investimento caso ele atinja um piso de preço.
Por exemplo: se eu comprei uma ação a R$ 20,00, posso acionar um stop a R$ 19,50 para evitar que os papéis caiam acima do que eu estou disposto a perder. Essa ferramenta é mais comum entre traders, já que quem investe na modalidade buy and hold, geralmente, está preparado para as oscilações das ações ao longo do tempo, visando sempre o longo prazo.
Entenda melhor: O que é stop loss e como operar nessa ferramenta de proteção ao investidor
A importância da assessoria em investimentos
Investir em ações pode ser arriscado para quem está começando a aprender sobre esse universo. Por isso, a presença de uma assessoria de investimentos é crucial para trazer segurança ao investidor.
Ao fazer recomendações de investimento, o profissional adotará as melhores práticas de análise fundamentalista e gráfica, sempre tendo em vista os objetivos e o perfil do investidor.
Além dos profissionais especializados, o Banco do Brasil oferece aos seus clientes uma assessoria via WhatsApp. Trata-se da plataforma Assistente BB, que utiliza a Inteligência Artificial (IA) e o Machine Learning (aprendizado de máquina) para recomendar produtos que estejam condizentes com os objetivos e o perfil do investidor.
Conheça a plataforma especializada em investimentos do BB
Inovações incluem portal InvesTalk, assistente de investimentos pelo Whatsapp e app de Investimentos
Projeções para o Ibovespa nos próximos meses
Segundo analistas do BB Investimentos, o foco de atenção do mercado nos próximos meses está dividido em quatro fatores:
- Até onde vão as taxas de juros americanas;
- Até onde vai o ciclo de queda da taxa Selic por aqui;
- Quais as possibilidades de o governo brasileiro atingir o déficit zero das contas públicas em 2024;
- A evolução da economia chinesa nessa reta final do ano e seus impactos nos preços das commodities.
"A nossa visão para Bolsa no recorte de médio e longo prazo é positiva. Existe ainda espaço para alguma realização do índice, mas abre oportunidade de investidores fazerem posições compradas em renda variável", avalia Wesley Bernabé, head de research do BB Investimentos. .
O preço-alvo do BB-BI para o Ibovespa ao final de 2024 é de 141 mil pontos.
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