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Análise fundamentalista e gráfica: conheça as diferentes formas de avaliar ações

Análise de ações pode ser aliada do investidor na hora de aportar recursos na renda variável

Publicado por: Broadcast Exclusivo

conteúdo de tipo Leitura5 minutos

Atualizado em

29/05/2024 às 14:53

Por Gustavo Boldrini, do Broadcast

O número de investidores pessoa física na Bolsa de Valores do Brasil não para de crescer: segundo a B3, eram 700 mil ao final de 2018 e hoje somam 5 milhões. Diante de cerca de 400 empresas listadas na bolsa, como decidir sobre quais investir ou não? O que é preciso levar em conta? Tanto pessoas físicas quanto profissionais experientes em mercado financeiro utilizam métodos de análise de ações. Os dois tipos mais conhecidos são análise fundamentalista e gráfica.

Afinal, não há mágica que faça as ações subirem sempre. Imprevistos e mudanças bruscas podem acontecer tanto no cenário macroeconômico quanto no ambiente interno das empresas, levando a mudanças de perspectivas.

O que é análise fundamentalista?

A análise fundamentalista leva em conta os fundamentos, ou seja, os pilares do negócio de uma empresa. Trata-se de uma forma de avaliar se aquele investimento faz sentido no médio ou longo prazo, e quais as perspectivas para aquela empresa em seu plano estratégico e em comparação com os outras companhias de capital aberto no mesmo setor de atividade.

Os fundamentos são um conjunto de múltiplos, que relacionam fatores como lucro e receita (margem líquida), retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), porcentual de distribuição de dividendos sobre o capital social ("dividend yield"), a razão de dívida líquida sobre Ebitda (alavancagem), entre outros. Com base nesses indicadores, a análise fundamentalista buscará chegar a um preço justo para a ação, também conhecido como preço-alvo (em inglês, "target price").

Essa precificação das ações com base em seus fundamentos também é conhecida como "valuation", termo em inglês que, numa tradução livre, significa "avaliação".

Analistas de bancos de investimentos e corretoras costumam fazer recomendações de ações com base em análise fundamentalista, indicando compra, venda ou neutro/manutenção. Nos relatórios estrangeiros, essas recomendações também aparecem com os termos "outperform" ou "overweight" para compra; "market perform" ou "equalweight", em caso de recomendação neutra; ou ainda "underperform" ou "underweight", se for venda.

O que é análise gráfica?

Também conhecida como análise técnica, a análise gráfica tem uma característica de curto prazo. Seu objetivo é tentar captar movimentos das ações em um horizonte mais curto, de semanas, dias ou até horas. Isso acontece por meio do estudo dos gráficos da oscilação dos papéis, apontando tendência de alta na curva (indicação de compra) ou baixa (venda).

O analista gráfico se vale dos movimentos e regras de mercado, além de muita matemática. Em seus comentários costuma utilizar termos como suporte, resistência, médias móveis e estatísticas que vão buscar captar como aquela ação vai se movimentar no gráfico ou de se manter como está.

A análise gráfica, por trabalhar com um prazo mais curto, está sujeita a mudanças bruscas de perspectivas, mesmo sem buscar uma explicação dos administradores da empresa. Já a fundamentalista considera períodos fiscais, como trimestres ou anos, e os analistas costumam estar em contato constante com a área de Relações com Investidores das companhias de capital aberto.

É possível mesclar análise fundamentalista com análise gráfica?

Análise fundamentalista e análise gráfica não são verdades absolutas, mas direcionamentos para ajudar o investidor a impulsionar seus ganhos. Por isso, é possível se utilizar de ambas, sem que uma anule a outra.

Por exemplo, imagine que uma empresa do setor varejista esteja com as contas em dia, gerando caixa e com uma dívida controlada, ou seja, com fundamentos positivos. No entanto, a análise gráfica observa que a ação daquela companhia está sendo negociada a um valor muito acima das médias históricas, enquanto todas as suas concorrentes sofrem quedas. Neste caso, a análise fundamentalista aponta para um futuro promissor, mas a análise gráfica indica a possibilidade de uma queda no curto prazo.

Para o investidor pessoa física, uma saída é contar com o auxílio de especialistas, que têm nos times de análise ambas as visões para compor as sugestões de alocação de recursos.

Quem quiser aprender um pouco mais sobre os dois tipos de análise pode acessar cursos gratuitos sobre o tema. A B3 oferece um curso sobre análise de investimentos em geral e um específico sobre análise técnica. A Udemy também tem cursos online de baixo custo sobre análise fundamentalista e análise gráfica.

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