O que é um ETF e qual a vantagem de investir num fundo de índice

Por Gustavo Boldrini, do Broadcast

Uma das maneiras mais utilizadas por investidores iniciantes para começar a investir na bolsa de valores são os ETFs, também conhecidos como fundos de índice. A sigla vem do inglês "Exchange Traded Funds" e faz referência a fundos de investimento que buscam replicar o comportamento de um determinado índice de ações ou até mesmo de renda fixa.

Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), os ETFs listados no Brasil terminaram 2022 com um patrimônio líquido de R$ 38,1 bilhões, com uma captação líquida positiva de R$ 366,3 milhões ao longo do ano, na contramão do mercado total de fundos no País, que reportou saída líquida de R$ 162,9 bilhões.

Os ETFs são vistos como uma forma simplificada de se investir em ações ou outros índices, principalmente para quem está começando a investir. Segundo especialistas, as vantagens dos ETFs são a diversificação, já que o investidor pode aplicar em uma carteira de ativos com uma só compra; a transparência, pois é possível acompanhar sua variação diária na bolsa; a eficiência, uma vez que o retorno deve ser próximo ao do índice que ele replica; e o acesso ao mercado que esse tipo de produto permite ao investidor.

O que são ETFs

Os ETFs são fundos de investimentos passivos. Ao contrário dos fundos de gestão ativa, nos quais o gestor pode fazer mudanças nas alocações de recursos em busca de atingir suas metas de retorno, os fundos passivos têm seu desempenho atrelado a um índice específico. Portanto, ele pode subir ou cair conforme o comportamento deste índice.

Por exemplo: o ETF "BBOV11", da BB Asset, busca refletir as variações do Ibovespa, o índice de referência da bolsa de valores brasileira. É uma forma de investir diretamente na bolsa do Brasil sem ter de fazer o "stock picking", expressão em inglês que designa a escolha que o investidor faz das ações que vão compor sua carteira.

Como investir em ETFs

O investidor pode encontrar ETFs em sua plataforma de negociação, seja ela de um banco ou de uma corretora, e comprar uma quantidade determinada de cotas do fundo. Essas cotas vão refletir o comportamento do seu índice de referência, podendo aumentar ou diminuir de preço diariamente no mercado, como uma ação.

Os ETFs também possuem um código de negociação (também conhecido pela expressão em inglês ticker ). O ticker de um ETF no Brasil é composto por quatro letras mais o número 11. Por exemplo: AGRI11, ETF da BB Asset que replica o desempenho do índice Agro da B3.

ETFs pagam imposto?

Os ETFs estão sujeitos à incidência do Imposto de Renda, com a cobrança de uma alíquota de 15% sobre os lucros obtidos até o momento da venda das cotas, ou seja, a diferença entre o valor pelo qual o investidor vendeu o ativo e pelo qual o comprou. Para ETFs de fundos imobiliários, é cobrada uma alíquota de 20% de IR. Não existe a isenção do imposto para quem vende até R$ 20 mil ao mês, como ocorre com as ações de empresas.

Quais são os riscos dos ETFs?

Os ETFs de índices de ações são vistos por especialistas como uma maneira se expor ao mercado acionário de uma forma menos arriscada. Isso acontece porque, dentro de um índice, pode haver empresas de diversos setores. Essa diversificação pode ajudar o índice a ter quedas menos acentuadas, já que existem setores que podem subir enquanto outros caem.

Eles também podem ser uma forma de se expor a um determinado setor específico na bolsa sem ter que escolher as empresas de forma individual, o que exige um certo estudo sobre a companhia. No ETF, o investidor pode se tornar acionista de diversas empresas, ainda que de modo indireto.