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cédulas de dinheiro chinês

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Por que a economia da China afeta tanto a Bolsa brasileira?

Ações de produtores de minério, aço, celulose e proteína estão entre as mais expostas à economia chinesa

Publicado por: Broadcast Exclusivo

conteúdo de tipo Leitura8 minutos

Atualizado em

17/07/2023 às 20:54

Por Gustavo Boldrini, do Broadcast

Vira e mexe, vemos analistas citarem que alguma notícia vinda da China mexe com o Ibovespa, o índice de referência da Bolsa brasileira. Mas, afinal, por que a segunda maior economia do mundo afeta tanto nosso mercado de capitais?

Na verdade, a China tem impacto sobre a economia brasileira como um todo. Isso porque os chineses são os principais parceiros comerciais do Brasil. Em 2022, o país asiático comprou US$ 91,3 bilhões em produtos brasileiros, representando uma fatia de 27,2% do volume total de exportações. Já o Brasil comprou US$ 22,6 bilhões em produtos chineses, o equivalente a 22,6% das importações brasileiras, também o maior volume, conforme dados do Ministério da Fazenda.

Após um longo período de fechamento de diversos setores da economia chinesa por causa da pandemia de covid-19, a reabertura econômica do país tem sido alvo de dúvidas e incertezas no mercado. De um lado, dados de atividade fracos têm pesado. De outro, a expectativa de que o governo chinês anuncie mais estímulos a alguns setores estratégicos, como industrial e imobiliário, acendem esperança de mais receitas para alguns segmentos da Bolsa brasileira.

Além da questão macroeconômica e comercial, que já pode explicar a relevância da China para o Brasil, algumas características do Ibovespa explicam por que o país asiático tem tanta importância no mercado de capitais brasileiro.

Quais ações são mais ligadas à China

A composição do índice de referência da B3 ajuda a explicar a relevância da economia chinesa para algumas das principais empresas listadas na Bolsa brasileira. A ação ordinária da Vale (VALE3), que possui o maior peso dentro do Ibovespa, tem total correlação com a China, uma vez que dados do país asiático, maior consumidor de minério de ferro do mundo, afetam a cotação da commodity, que por sua vez interfere nas receitas da companhia. Sem contar que a mineradora teve em 2022 a China como destino de mais da metade de suas vendas.

Além da Vale, outra mineradora com ações na B3 é a CSN Mineração. Ao lado delas, estão as siderúrgicas CSN (CSNA3), Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5), também afetadas pela China, pois o aço que elas produzem é matéria-prima para a indústria e o setor imobiliário que mexem com a atividade do país asiático.

A mesma lógica se aplica às exportadoras de papel e celulose Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11), e às produtoras de proteínas JBS (JBSS3), Marfrig (MRFG3), Minerva (BEEF3) e BRF (BRFS3). A China é o primeiro país de destino das exportações de celulose do Brasil e o principal comprador de frango nacional.

No caso dos frigoríficos, notícias sobre eventuais restrições de importações por parte de autoridades chinesas têm afetado os papéis nos últimos meses, principalmente quando o Brasil registra alguma suspeita de doença animal, como a gripe aviária.

Quais dados chineses afetam a Bolsa

O investidor que está posicionado em ações ligadas aos setores de mineração, siderurgia, celulose e proteínas deve estar atento à divulgação de alguns dados da China, como o Produto Interno Bruto (PIB) e os índices de gerentes de compras dos setores industrial e de serviços (PMI, na sigla em inglês), que medem a atividade econômica e indicam a disposição do empresariado chinês para investir.

O noticiário específico sobre setores que demandam matéria-prima produzida por empresas brasileiras, como a indústria e a construção civil chinesa, também pode fazer preço. Além disso, o investidor deve ficar atento a eventuais anúncios do governo chinês a respeito de estímulos econômicos, seja via redução de taxas de juros nos bancos públicos, seja via subsídios a alguns segmentos.

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