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Bitcoin tem pior nível de confiança em dois anos: o rali acabou?

Segundo ferramenta da CryptoQuant, BTC atingiu menor nível de sentimento em dois anos na última sexta-feira (21)

Publicado por: Broadcast Exclusivo

conteúdo de tipo Leitura4 minutos

Atualizado em

24/03/2025 às 13:13

São Paulo, 24/03/2025 - O ano começou com o Bitcoin batendo recordes, com expectativa pelo início do governo de Donald Trump nos Estados Unidos, após uma campanha eleitoral prometendo medidas de estímulo ao mercado cripto, como a criação de uma reserva nacional de BTC nos EUA. Chegando na reta final de março, porém, a realidade é outra.

O Bitcoin, que negociava acima dos US$ 100 mil após a posse de Trump, tem sofrido uma forte desvalorização nos últimos dois meses, e hoje está mais perto dos US$ 90 mil - às 10h50 (de Brasília) desta segunda-feira, o criptoativo era negociado a US$ 87.571,03.

A ferramenta Bitcoin Bull Score, da CryptoQuant, que mede o sentimento de confiança dos investidores em relação ao BTC, atingiu o menor nível em dois anos na última sexta-feira (21), quando a principal criptomoeda do mundo atingiu uma baixa de 23% desde seu pico histórico, alcançado em 20 de janeiro - dia da posse de Trump nos EUA.

Por que o Bitcoin está caindo entre fevereiro e março?

O ano de 2025 tem sido de turbulência nos mercados de risco em Nova York, e o Bitcoin, como um ativo dessa classe, também acaba sentindo. Para Sebastián Serrano, CEO e cofundador da Ripio, o momento é de muita incerteza no cenário global.

"Nesses dois meses o mercado cripto enfrentou incertezas devido a fatores macroeconômicos e tensões comerciais e geopolíticas globais que têm os Estados Unidos como protagonista ou mediador", afirmou o especialista em nota.

Uma das questões mais importantes é a das políticas tarifárias do governo Trump. Ainda não se sabe o grau de impacto que as sobretaxações sobre outros países promovidas pela administração americana vai trazer para a inflação e a atividade econômica, tanto nos EUA quanto no resto do mundo. Incerteza gera aversão a risco, e a aversão a risco deixa ativos como as criptomoedas menos atrativos.

"Os Estados Unidos já estavam em um ambiente econômico complexo e de alta inflação, e a perspectiva de aumento de taxas para importações e exportações só trouxe mais pressão para a projeção dos preços e do desempenho econômico do país", avalia Beto Fernandes, analista da Foxbit.

Fernandes acrescenta que o primeiro trimestre do ano não foi só conturbado para o Bitcoin, mas também para os principais índices de ações de Nova York. "E este movimento menos otimista vem exatamente da macroeconomia e a forma como Donald Trump está acostumado a fazer sua política. O que era visto como positivo na narrativa trouxe, na prática, muito ruído".

O rali do Bitcoin acabou?

Ainda é cedo para falar num fim do rali do Bitcoin, segundo Beto Fernandes, da Foxbit. Afinal, assim como o noticiário negativo trouxe turbulência, uma nova leva de notícias favoráveis pode levar a criptomoeda a um novo movimento altista.

"Caso a macroeconomia comece a se ajustar, a inflação americana fique mais controlada, e o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) tente promover novos cortes de juros, poderemos estar falando aqui de mais uma pernada de alta para o Bitcoin", afirma.

Por outro lado, "se nada mudar, sim, há grandes chances de o mercado perder o fôlego e entrar em queda mais acentuada, mesmo que no curto prazo", finaliza Fernandes.

Sebastián Serrano, da Ripio, ainda destaca o otimismo de longo prazo com o mercado cripto. "Minha opinião continua otimista: o Bitcoin e as criptomoedas oferecem alternativas para problemas globais crônicos, como a inflação. Não é à toa que vemos a adoção de cripto aumentando ano a ano", afirma.

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