O que é CDI e o que a sigla tem a ver com seus investimentos
Entenda as diferenças entre CDI e CDB, e qual a importância desses conceitos para os investimentos em renda fixa.
Publicado por: Broadcast Exclusivo
6 minutos
Atualizado em
03/10/2024 às 17:07
Por Gustavo Boldrini, do Broadcast
Todo investidor, ao abrir sua plataforma de investimentos, se depara com a sigla CDI. Trata-se de uma taxa de referência para comparação de investimentos, baseada na taxa básica de juros, a Selic. Mas não são sinônimos, como muita gente pensa.
O CDI, sigla para "Certificado de Depósito Interbancário", nada mais é do que um título de curtíssimo prazo emitido pelos bancos, geralmente com duração de um dia. As instituições financeiras emprestam ou tomam recursos entre si de um dia para o outro, em especial para fortalecerem sua disponibilidade de dinheiro.
Em outras palavras, o CDI é uma ferramenta usada pelos bancos para preservar sua liquidez. Afinal, lembremos que os bancos nada mais são do que intermediadores financeiros, que captam recursos dos clientes e oferecem empréstimos, financiamentos ou outros instrumentos financeiros que vão lhes render juros.
Como é definido o valor do CDI?
O CDI geralmente aparece nos títulos de renda fixa como um "benchmark", termo em inglês que pode ser traduzido como uma meta de desempenho a se perseguir. Quando um título de renda fixa (debêntures, fundos DI, LCI, LCA, etc) afirma que remunera seu investidor em 100% do CDI, significa que pagará o porcentual cheio da taxa de juros dos empréstimos entre bancos naquele dia, conhecida como taxa DI. Se o CDI estiver a 13% ao ano, por exemplo, o título de renda fixa que remunera a 100% do CDI pagará a taxa DI total daquele dia (a taxa de 13% equivalente para um dia útil) ao investidor.
A taxa DI tem seu valor atrelado à taxa Selic, que é definida pelo Banco Central em reuniões do Comitê de Política Monetária, a cada 45 dias. Por se tratar de uma base para toda a economia, é natural que os empréstimos entre bancos acompanhem esse porcentual - geralmente um pouquinho abaixo da Selic.
É por isso que, em momentos de alta de juros pelo Banco Central, alguns títulos de renda fixa acabam se tornando mais atrativos em relação à renda variável, uma vez que o rendimento deles, que geralmente é atrelado à taxa DI, está subindo. Quando os juros caem, pode haver uma saída de investidores da renda fixa, já que esses títulos vão render menos.
Qual a diferença entre CDI e CDB?
Enquanto o CDI é um título de empréstimo que ocorre entre bancos, o CDB, sigla de "Certificado de Depósito Bancário", é um título que os bancos vendem para o público em geral. É uma outra maneira encontrada pelas instituições financeiras para captar dinheiro. Ao invés de pagarem juros a outro banco, elas pagam direto ao investidor.
Os CDBs também possuem seu rendimento atrelado à taxa DI, na maioria dos casos. Alguns títulos de CDB podem ser utilizados como reserva de emergência, já que oferecem liquidez diária - ou seja, capacidade de retirar o dinheiro na hora, quando precisar.
O que é pós e prefixado?
Os títulos de renda fixa que têm sua rentabilidade atrelada à taxa DI são conhecidos como pós-fixados. Afinal, o investidor, ao comprar esse título, sabe qual indicador será referência para o rendimento dele, mas não tem certeza se esse retorno aumentará ou diminuirá, já que pode haver altas ou quedas de juros no período entre a aplicação e o resgate.
Já o investimento do tipo prefixado é aquele que informa a taxa de remuneração logo na partida, com um porcentual definido. Esse tipo de investimento oferece um porcentual e um prazo, de modo que o valor será computado somente no vencimento.
Existem também os títulos híbridos, que apresentam uma taxa prefixada além de um indicador pós-fixado. Os mais famosos são os que oferecem como rentabilidade a variação da inflação (IPCA) mais um porcentual fixo (por exemplo, IPCA + 2%).
Qual o risco do CDI?
Como o CDI é apenas uma referência, ou seja, não é possível "comprar" CDI, mas sim um título que tem sua rentabilidade atrelada a essa taxa, como o CDB, LCI ou LCA, o risco é do emissor do título. Por isso, vale pesquisar sobre a credibilidade da instituição financeira que está por trás da oferta antes de fazer o aporte. No site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) há notícias sobre processos envolvendo ofertas de investimento irregulares. Confira em https://conteudo.cvm.gov.br
Para entender mais: Saiba quais investimentos têm cobrança de imposto e quais são isentos de IR
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