Dólar e o mercado de câmbio: o guia de tudo que você precisa saber
A solução das suas dúvidas sobre comprar e vender moeda de outro país.
Publicado por: Broadcast Exclusivo
12 minutos
Atualizado em
23/12/2024 às 17:45
Por Gustavo Boldrini, do Broadcast
Comprar e vender moeda de outro país é uma prática comum e necessária para quem vai viajar para o exterior, mas também pode ser uma forma de investir e obter lucro com base nas flutuações do valor das divisas (ou moedas) no mercado. Por isso, seja você um investidor ou um viajante, entender sobre o mercado de câmbio e o que impacta na cotação do dólar ajuda a tomar decisões.
Eu, investidor e eu, viajante: um resumo sobre câmbio
Seja para viajar, seja para investir, entender o funcionamento do mercado cambial e os fatores que o influenciam é essencial para tomar as melhores decisões com seu dinheiro. A seguir, um resumo de tudo o que você precisa saber sobre o câmbio:
- O dólar é a moeda de referência do comércio global, razão pela qual é a base da taxa de câmbio da maioria dos países inseridos no sistema financeiro global.
- A troca entre moedas estrangeiras é conhecida como câmbio, e ela pode ser realizada tanto por turistas ou viajantes, quando fazem a troca de divisas em casas de câmbio, como por empresas que atuam com importação e exportação de bens, além de investidores que buscam lucrar com as oscilações do câmbio.
- As duas maneiras mais usuais de acompanhar o câmbio são o dólar à vista, ou dólar comercial, que representa a média de preço pelo qual a moeda americana é vendida e comprada nas casas de câmbio em relação ao real; e o dólar futuro, que é a negociação de um valor futuro da moeda, em uma data de vencimento futura, e negociado em bolsas de valores.
- O indicador mais importante para medir a força do dólar em relação a outras moedas fortes é o US Dollar Index, também conhecido como índice DXY. O indicador faz uma relação entre a moeda americana e uma cesta de seis divisas de países desenvolvidos.
- Os principais fatores que afetam o preço do dólar no dia a dia são notícias sobre política fiscal e monetária do Brasil, dinâmica de entrada e saída de moeda estrangeira (fluxo estrangeiro) e a perspectivas de política monetária do Federal Reserve, o banco central dos EUA.
O que é câmbio?
O câmbio é a base das relações comerciais entre países. Como a maior parte das transações entre fronteiras é precificada em dólar americano, a chamada taxa de câmbio geralmente é o valor da moeda daquele país em relação à divisa dos Estados Unidos. Empresas globais em suas operações de importação e exportação utilizam taxas de câmbio para a definição dos valores dos contratos, bem como os governos atuam no mercado internacional de câmbio para formar suas reservas.
O câmbio é a relação de troca entre duas moedas que possuem um valor diferente no mercado. Essa relação é definida diariamente, de acordo com a dinâmica de oferta e demanda por determinada divisa.
Quando você viaja para fora do país, uma das primeiras tarefas a se fazer, aqui ou no seu destino, é procurar uma casa de câmbio para trocar os seus reais pela moeda daquele destino. Nesse caso, como um turista, você está fazendo uma operação de câmbio.
Mas também é possível operar o câmbio como investidor, buscando lucrar com a diferença entre moedas no mercado, sem fim de consumo. Especialistas chamam esse tipo de investimento como "câmbio especulativo", já que o investidor aposta que determinada moeda vai se apreciar (valorizar) ou depreciar (desvalorizar) mediante determinadas premissas macroeconômicas, e coloca dinheiro nisso.
Como funciona o mercado cambial
O mercado de câmbio é um ambiente onde se negocia a compra e venda de moeda estrangeira. No Brasil, é por meio dele que pessoas físicas, empresas e investidores podem trocar reais por moedas de outros países, seja para viajar, para especular, para investir ou para realizar transações internacionais.
O mercado cambial é dividido em dois segmentos: o primário, que trata da entrada e saída de moedas estrangeiras do país por turistas, exportadores, importadores ou clientes em geral; e o mercado secundário, que envolve a troca de moedas estrangeiras entre bancos e instituições financeiras dentro do próprio território nacional, ou seja, não se refere à entrada e saída de moedas no País.
Também existe um mercado internacional de câmbio, o Foreign Exchange (Forex), no qual investidores de todo o mundo podem trocar moedas. Aqui, as transações são feitas de forma eletrônica. Esse mercado é mais restrito a profissionais do mercado financeiro ou traders, que fazem operações no mercado cambial conhecidas como *carry trade* .
Como acompanhar as cotações do dólar?
Agentes de mercado costumam observar duas cotações da moeda americana para tomar suas decisões de investimento: o dólar à vista e o dólar futuro.
O dólar à vista, ou dólar comercial, é calculado com base na média de compra e venda de dólares em casas de câmbio naquela data específica ao longo do dia. Na Forex, o dólar à vista pode ser acompanhado pela sigla USDBRL, que representa a relação entre a moeda americana e a brasileira. Outras plataformas de cotações podem também utilizar siglas próprias.
Para achar rapidamente a cotação do dólar, basta dar uma busca simples na ferramenta do Google, com uma pergunta do tipo "dólar agora". Para quem quiser fazer o cálculo do real ante várias outras moedas, o Banco Central oferece uma ferramenta de conversão.
Além do dólar à vista, existe o dólar futuro, que é calculado com base na média do fechamento de contratos futuros de dólar em uma determinada data. A composição da sigla dele é semelhante aos Depósitos Interfinanceiros (DIs): começa pela sigla DOL, seguida pela letra referente ao mês de vencimento (de F a Z) e dois numerais que indicam o ano. Portanto, o contrato DOLF24 é o que vence em janeiro de 2024, DOLG24 vence em fevereiro de 2025, e assim por diante.
A relação entre dólar e moedas importantes
Lá fora, a cotação do dólar pode ser acompanhada por meio do índice DXY, sigla pelo qual é conhecido o US Dollar Index (Índice do Dólar Americano). Esse indicador, medido pela Intercontinental Exchange (ICE), busca refletir a cotação do dólar americano em relação às moedas de alguns parceiros comerciais importantes dos Estados Unidos, todos eles países desenvolvidos.
Pode-se dizer também que o DXY é um índice que mede a força do dólar em relação aos seus pares, ou seja, outras moedas fortes e de países ricos. Hoje, essas moedas são o euro, que representa 57,6% do índice, o iene japonês (13,6%), a libra esterlina (11,9%), o dólar canadense (9,1%), a coroa sueca (4,2%) e o franco suíço (3,6%).
O dólar como reserva de valor internacional
O papel que os Estados Unidos adquiriram na economia global após a Segunda Guerra Mundial, nos anos 1940, foi conferindo ao dólar americano o status de moeda base do comércio global. Na época, passou a vigorar o chamado padrão dólar-ouro, também conhecido como Sistema Bretton-Woods, que fixava o preço do ouro a US$ 35 por onça-troy (medida equivalente a 31,1 gramas). Por conta do acordo, cada país seria obrigado a manter a taxa de câmbio de sua moeda "congelada" em relação ao dólar.
No início dos anos 1970, os Estados Unidos deram fim ao padrão dólar-ouro, e a moeda americana passou a ser fiduciária. Ou seja, sem lastro em nenhum outro ativo ou metal precioso, mas com seu valor definido pela política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).
A partir daí, países que já tinham suas taxas de câmbio ligadas ao dólar passaram a adotar o chamado câmbio flutuante, que define a variação cambial com base nas oscilações de mercado decorrentes da dinâmica de compra e venda do dólar.
Dólar e viagens
Quem já viajou para o exterior provavelmente teve de trocar seus reais pela moeda do país de destino em uma casa de câmbio. Uma alternativa em relação ao tradicional uso de cédulas durante viagens ao exterior é via cartão de crédito ou pré-pago. Utilizando um cartão de crédito comum, cada compra realizada no exterior terá seu valor convertido em reais, com base na cotação do dólar sobre a moeda brasileira na Ptax do dia. Além dessa conversão, será cobrado um Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 5,38%.
Mas se você quiser "travar" a cotação, para já saber o quanto tem disponível em moeda estrangeira, uma opção é contratar antes de viajar um cartão de débito pré-pago internacional. A recarga é feita em reais e essa quantia será convertida na moeda de escolha, geralmente dólar ou euro. Além disso, também possui a cobrança de 5,38 % de IOF. Para comprar a moeda estrangeira em espécie a alíquota é de 1,10%.
Quais países fazem parte da zona do euro?
O euro também é uma moeda de suma importância para a economia global. Ela é a divisa de cerca de 341 milhões de pessoas que vivem em 20 dos 27 países da União Europeia. Como a própria dinâmica do índice DXY mostra, o euro é a moeda mais importante do planeta após o dólar, sendo também ele uma reserva de valor.
A zona do euro refere-se a países do bloco econômico que utilizam essa moeda como divisa oficial. São eles: Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Croácia, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos e Portugal.
A política monetária dos países da zona do euro é controlada pelo Banco Central Europeu (BCE), um órgão supranacional com sede em Frankfurt, na Alemanha, considerada a principal economia do bloco. Assim como qualquer autoridade monetária, o BCE descreve que seu objetivo é "manter os preços estáveis na zona do euro". Em outras palavras, controlar a inflação do bloco. https://www.ecb.europa.eu/ecb/html/index.pt.html
Por que o euro foi criado?
As relações entre os países da Europa começaram a se intensificar após a Segunda Guerra Mundial. No início dos anos 1990, essa parceria se transformou em um mercado único, passando a permitir que mercadorias, serviços, capitais e pessoas pudessem circular livremente entre os países da União Europeia. A ideia de criar uma moeda única para o bloco também começou a sair do papel aos poucos, ao longo daquela década.
Em 1999, depois de uma década de preparação, o euro foi lançado em 1 de janeiro. Primeiramente, como uma moeda contábil e restrita a pagamentos eletrônicos. Em 2002, notas e moedas de euro passaram a circular nos países.
O euro substituiu uma série de moedas nacionais utilizadas por países-membros da UE, como o marco alemão, o franco francês, a lira italiana, o franco belga e o florim holandês.
O que mexe com o preço do dólar?
A taxa de câmbio é influenciada por diversos fatores, que vão desde movimentos tradicionais de mercado, como realização de lucros, até questões de política monetária e fiscal de um país.
Utilizando o Brasil como exemplo, o principal fator de influência na taxa de câmbio (relação entre dólar e real) é o fluxo de entrada e saída de moeda estrangeira no País. Esse dólar pode chegar ao Brasil de diversas maneiras, como por meio de investidores estrangeiros comprando ações ou títulos públicos brasileiros (via financeira) ou por empresas que exportam os produtos produzidos aqui (via comercial). Já a saída da moeda pode ocorrer pela venda de ações ou títulos brasileiros, ou por importadores que estão adquirindo bens do exterior e precisam trocar reais por dólares para efetuar suas transações.
Quando há uma entrada mais forte de dólares no Brasil, é natural que o valor da moeda americana se reduza em relação ao real, uma vez que haverá mais oferta dela e seu valor de face vai diminuir. Quando há saída de dólares, espera-se que a divisa americana aumente seu valor ante o real.
Essa entrada ou saída de recursos estrangeiros, principalmente por meio de investidores, pode ser influenciada por fatores de política monetária, em especial a taxa básica de juros (Selic), que pode incentivar ou desincentivar operações de especulação conhecidas como *carry trade*.
A política fiscal também tem forte influência, visto que investidores estrangeiros buscam países com as contas em dia e sem riscos de calote ou crises financeiras para poderem aportar seus recursos.
Quando olhamos para a força global do dólar, a política monetária do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, é o principal fator de volatilidade na moeda. Afinal, o Fed, como todo banco central, tem o objetivo de controlar a inflação americana, e para isso atua na taxa de juros.
Quando os juros sobem, espera-se que haja menos moeda circulando na economia, o que tende a elevar o valor de face do dólar devido à menor oferta e também pelo incentivo à compra de Treasuries, os títulos de renda fixa do governo dos EUA, que pagarão taxas maiores. Quando os juros caem, recuam os retornos pagos pelos Treasuries e aumenta a circulação de moeda na economia, reduzindo o valor de face do dólar e abrindo espaço para investimentos de maior risco, como ações de países emergentes.
Como investir no mercado de câmbio?
Os fundos cambiais são uma das formas mais usuais que o investidor pessoa física tem para investir no câmbio. Além de uma forma de apostar no movimento de uma moeda estrangeira (geralmente o dólar) frente ao real, esses produtos também são muito utilizados como um mecanismo de proteção, no qual o investidor busca preservar seu patrimônio de uma eventual desvalorização do real. Essa estratégia de proteção também é conhecida pela expressão em inglês hedge .
Ao comprar uma cota de um fundo cambial, o investidor está se expondo a uma moeda estrangeira. O fundo BB Cambial Dólar, por exemplo, possui 80% de seu patrimônio investido em ativos relacionados à moeda americana, adquirindo cotas de fundos de investimento que possuam em sua composição títulos públicos federais, operações compromissadas ou títulos de emissão privada.
Também dá para investir na alta ou na baixa do dólar por meio de certificados de operações estruturadas (COE), com a possibilidade de proteção de 100% do capital investido.
Outra forma de investir no câmbio é no mercado futuro, com os chamados minicontratos. Esse tipo de investimento é mais destinado a investidores experientes e de perfil agressivo, por ser muito arriscado. Nele, se investe em uma cotação futura de determinada moeda estrangeira, podendo lucrar ou ter prejuízos com a queda ou alta desta divisa até a data de vencimento do contrato. Os minicontratos são negociados na B3 e têm seu rendimento atualizado diariamente, podendo ser acompanhados na Bolsa.
Os minicontratos de dólar na B3 são identificados pela sigla WDO. Eles são conhecidos como "mini" porque representam 20% de um contrato cheio de dólar futuro (identificado pela sigla DOL).
Leia também: Como a taxa de câmbio afeta seus investimentos na alta e na baixa
Quais são os riscos de investir no câmbio?
Investir em moeda estrangeira é uma operação de alto risco, uma vez que as cotações de divisas são muito sensíveis ao noticiário e podem ter grandes oscilações em um mesmo dia. Geralmente, as cotações das moedas refletem a quantidade de dólares que estão entrando no país naquele dia. Esse fluxo, por sua vez, está sujeito a diversas variáveis, como as perspectivas macroeconômicas, as projeções para a inflação, os receios em relação à política fiscal, dentre outras.
O dólar, por ser a moeda oficial das trocas comerciais em todo o mundo, costuma ter um comportamento diferente e adquire a característica de reserva de valor. Ou seja, em momentos de incerteza, investidores compram dólares para se proteger de uma eventual queda nos ativos de risco de sua carteira, como ações, e isso infla o preço da moeda americana. Quando há um cenário mais benigno para se investir e buscar risco, o dólar tende a perder valor, já que investidores deixam de buscar essa proteção para se arriscarem.
Dólar alto ou baixo: o que é melhor pra investir?
Assim como qualquer outro produto do mercado financeiro, o dólar pode ser operado pelo investidor da maneira que mais for conivente com seus objetivos e sua perspectiva futura para aquele ativo. Sendo assim, é possível lucrar com a alta do dólar e também com a baixa, cabendo ao investidor chegar à conclusão de qual é o cenário mais provável dali para a frente.
Fato é que muitos investidores que aportam recursos em ações de empresas brasileiras costumam expor parte da sua carteira ao dólar, seja por meio de contratos futuros, fundos cambiais ou até mesmo por meio de ações e BDRs (recibos de ações) de empresas americanas. A ideia aqui é fazer o hedge , isto é, a proteção da carteira, no caso de uma desvalorização do real e das empresas brasileiras.
Instrumentos de proteção contra flutuações cambiais
Como já vimos, são diversos os fatores que podem influenciar na cotação do dólar, e os cenários podem mudar muito de um dia para o outro. Essa volatilidade do câmbio obriga investidores e empresas em geral a buscarem ferramentas de proteção, o que conhecemos no mercado como hedge.
Contratos futuros e opções de câmbio: como funcionam?
Operar contratos futuros de dólar é uma forma pela qual investidores buscam se proteger da volatilidade do câmbio. Aqui, há a assinatura de um compromisso de comprar ou vender a moeda em uma data específica, baseando-se num preço definido no momento presente.
Por exemplo: imagine um investidor que possui parte considerável da sua carteira atrelada a ações do setor de consumo, como varejistas e empresas aéreas. Trata-se de um grupo de empresas que é sensível à economia local, à taxa de juros e ao apetite da população em comprar bens e serviços de valor agregado maior. Além de que, no caso das aéreas, a alta do dólar interfere diretamente na dinâmica de custos dessas empresas, uma vez que seus gastos são, na maioria, em moeda estrangeira. Em teoria, portanto, essas companhias dependem de um real forte para melhorarem suas receitas e lucros.
Mas e se acontecer de o dólar ter uma forte alta devido a alguma notícia que não estava prevista? Antecipando-se a esse risco, o investidor pode ter uma posição comprada em dólar, por meio de contratos futuros que prevejam ganhos no caso da valorização do câmbio. Assim, se as ações forem pressionadas para baixo por uma alta do dólar, ele recupera parte das perdas obtendo lucro com a operação no câmbio futuro. Se o dólar cair e as ações tiverem bom desempenho, ele tem um leve prejuízo com a compra do dólar futuro, que pode ser compensado pelo desempenho dos papéis das empresas.
Swaps cambiais e sua aplicação em gestão de riscos
Para companhias que trabalham com importação ou exportação de bens, o hedge é importante para preservar o caixa de eventuais oscilações excessivas do câmbio. Por isso, muitas delas se utilizam de contratos conhecidos como swap cambial, que é uma espécie de troca de risco entre duas moedas, ou ativos diferentes. A ideia é neutralizar a volatilidade do câmbio, evitando que altas ou baixas do dólar interfiram em seu endividamento e em seus lucros.
O swap cambial também pode ser utilizado como uma ferramenta de gestão de riscos por parte de gestores de fundos ou investidores profissionais, com o intuito de proteger seus portfólios das mudanças repentinas que o câmbio pode sofrer. Em outras palavras, o swap é utilizado para neutralizar o risco cambial de uma carteira ou portfólio de ativos.
O Banco Central pode controlar o câmbio?
Assim como empresas, investidores e consumidores, os governos também estão sujeitos aos riscos da variação cambial. O Banco Central pode agir nesse sentido para amortecer as oscilações do câmbio em relação à moeda local. No Brasil, o BC brasileiro faz operações diárias de swap cambial, no intuito de proteger o real de variações excessivas do dólar e promover liquidez no mercado cambial.
Por exemplo: se uma empresa tem dívida em dólar e quer se proteger de uma eventual alta excessiva da moeda, pode vender um contrato de swap para o Banco Central. Até a data acordada no contrato, o BC se compromete a pagar a variação do câmbio mais uma taxa de juros, conhecida como cupom cambial, e recebe em troca a variação da taxa básica de juros (Selic) naquele mesmo período. Neste caso, a empresa troca o risco cambial pela taxa de juros, que é mais estável, enquanto o BC consegue ter certo controle sobre a quantidade de dólares do mercado.
Além disso, vale ressaltar que o governo brasileiro também possui reservas cambiais, que possibilitam uma maior flexibilidade no caso de oscilações inesperadas do câmbio que venham a afetar as dinâmicas de importação e exportação.
Projeções para o dólar nos próximos meses
A mediana do Relatório Focus, do Banco Central, com projeções de economistas de mercado, para a cotação do dólar no fim de 2024 avançou nesta semana de R$ 5,99 para R$ 6,00. Um mês antes, ela estava em R$ 5,70. A estimativa intermediária para o câmbio fim de 2025 também aumentou, de R$ 5,85 para R$ 5,90.
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