cofre, calculadora e dinheiro em espécie sob fundo azul

O que é "gross up", ferramenta que ajuda a comparar investimentos com e sem IR

Entenda como comparar taxas de aplicações com IR e isentas para escolher melhor

Publicado por: Broadcast Exclusivo

conteúdo de tipo Leitura6 minutos

Atualizado em

30/12/2024 às 17:49

Sumário do conteúdo a seguir:

Por Adriana Chiarini, do Broadcast

A tributação é um fator que pode fazer diferença na hora de escolher qual a melhor opção de investimento. Mas como comparar uma taxa menor em investimento isento com uma taxa maior em uma opção tributada pelo Imposto de Renda (IR)? Não se deve comparar laranjas com bananas, diz o dito popular. Da mesma forma, não se deve comparar taxa líquida com taxa bruta. É aí que entra o "gross up".

O que é "gross up"?

No contexto que estamos tratando, de investimento financeiro, "gross up" significa adicionar teoricamente a alíquota de imposto de renda em aplicações financeiras isentas. É um cálculo para se saber quanto determinada aplicação isenta pagaria se, sobre ela, incidisse o mesmo imposto de outra alternativa de investimento.

Entenda: Saiba quais investimentos têm cobrança de imposto e quais são isentos de IR

Para que serve o "gross up" de uma aplicação isenta de imposto?

O "gross up" é uma forma de tornar comparáveis taxas de retorno que, à primeira vista, não o são. Ele transforma taxas líquidas em brutas, que, assim, ficam comparáveis com outras taxas brutas. Ou seja, se você está em dúvida entre investimentos com essa diferença de tributação, é um método para ver qual deles lhe dará uma rentabilidade melhor.

Em geral, o "gross up" é usado na comparação entre investimentos de renda fixa. Isso por causa das alternativas em renda fixa não tributadas, como Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), do Agronegócio (CRA) e debêntures incentivadas. Com o "gross up", eles podem ter a taxa de juros comparáveis com aplicações tributadas, como Certificados de Depósito Bancário (CDB) e títulos do Tesouro Direto.

Como se calcula o "gross up"?

No Banco do Brasil, você tem especialistas que fazem esse cálculo para você. Mas vamos explicar para entendimento.

É simples: basta dividir a taxa do investimento isento por 1 menos a alíquota do IR. É preciso considerar as alíquotas do IR, que variam de acordo com o prazo em que o dinheiro está aplicado. Até 180 dias, a alíquota é de 22,5%. De 181 a 360 dias, 20%. De 361 a 720 dias, 17,5% e, a partir de 721 dias, 15%.

Por exemplo:
Na comparação hipotética de uma LCA de três anos contra um CDB com o mesmo prazo, sendo que o primeiro paga 90% do CDI (taxa dos Certificados de Depósito Interbancário, que serve de referência para investimentos pós-fixados), e o segundo 100% do CDI, qual dará o melhor rendimento? A LCA é isenta e o CDB é tributado. Pelo prazo, a alíquota do IR aplicada no CDB seria de 15%, ou seja, 15/100, o que é igual a 0,15. Então, o cálculo é 90 (taxa do isento) dividido por (1 - 0,15), ou seja, 90/0,85. Assim, a taxa bruta da LCA no exemplo é de 105,88% do CDI.

Ao contrário da alíquota, não transformamos o porcentual do CDI para a sua forma decimal no cálculo porque o porcentual do CDI continua no resultado final para ser comparável com a taxa do investimento tributado que é de 100% do CDI. Como 105,88% do CDI é maior que 100% do CDI, neste exemplo, a LCA paga mais que o CDB.

Leia também: O que é CDI e o que a sigla tem a ver com seus investimentos Viu como o "gross up" facilita a comparação? É claro que há outras questões a considerar, como carência, liquidez, risco, mas para comparar taxas de retorno, é muito útil.

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