Folia na B3: confira as ações que mais subiram no Ibovespa até o Carnaval de 2025
Publicado por: Broadcast Exclusivo
6 minutos
Atualizado em
05/03/2025 às 17:57
Por Gustavo Boldrini, do Broadcast
São Paulo, 05/03/2025 - O Ibovespa terminou fevereiro com queda de 2,64%, mas em 2025 o sinal ainda é positivo para a bolsa brasileira, com o índice acumulando ganho de 2,09%. Como o ano só começa depois do Carnaval, segundo o dito popular, as ações que desfilaram no grupo de destaque nos dois primeiros meses do ano são, na maioria, de setores cíclicos, aqueles mais sensíveis à atividade econômica.
Estes papéis sofreram forte pressão no fim do ano passado e têm se recuperado. "A curva de juros fechou (recuou) e o dólar tem caído neste ano, e isso motiva as altas desses papéis que estavam desvalorizados", afirma Gustavo Bertotti, head de renda variável da Fami Capital. Ele complementa que, apesar do otimismo até aqui, o quadro ainda inspira cautela, já que a taxa Selic segue em patamar alto, o que tende a pressionar os ganhos dessas empresas e manter seu endividamento elevado.
- A maior alta do ano até a última sexta-feira (28) entre os ativos que compõem o Ibovespa é a Cogna (COGN3), que subiu 39,45% este ano. No ranking das dez maiores altas também está outra empresa do setor educacional, a Yduqs (YDUQ3), em oitavo lugar, além de representantes do varejo alimentício, como Carrefour (CRFB3), na segunda posição, e Assai (ASAI3), em nono lugar, bem como a ala de turismo, com a CVC (CVCB3), vice-campeã. O setor de construção é representado pela Cyrela (CYRE3), em sexto lugar.
Para Vitor Miziara, sócio da Performa Ideias, a queda da curva de juros ajudou o mercado a ver essas empresas com melhores olhos. "Como tivemos uma melhora nesses contratos de juros futuros, essas empresas passaram por uma reprecificação de contas, e aí o mercado percebeu que várias dessas empresas estavam muito penalizadas por isso e voltaram a trabalhar um pouquinho nelas."
O fator curva de juros
A curva de juros é um conceito importante para entender a movimentação de ações cíclicas na Bolsa. Esse conceito se refere aos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI), que são uma espécie de fotografia diária das perspectivas do mercado para a taxa básica de juros brasileira, a Selic, para os próximos meses ou anos.
No final do ano passado, o Banco Central voltou a elevar a taxa Selic e deu sinais de que seguiria em patamar alto para controlar a inflação, ainda longe da meta. Com isso, os contratos de DI passaram a ter seus rendimentos elevados.
Agora, neste início de ano, apesar de incertezas no campo fiscal e projeções crescentes de inflação, especialistas observam um movimento de acomodação dos juros, que podem não subir tanto quanto se projetava antes. E aí, empresas dos setores cíclicos, que são mais sensíveis a esses juros e ao seu impacto no poder de compra da população, acabam recuperando ao menos parte das perdas que tiveram durante o período de alta dos DIs.
Para Gustavo Bertotti, da Fami Capital, o movimento de valorização de algumas ações cíclicas neste ano provavelmente é de curto prazo, já que ainda há incertezas tanto locais quanto internacionais, e o mercado também espera por melhorias nos balanços dessas companhias.
"Para mim, isso é momento de curto prazo, não é tendência, e agora os papéis estão suscetíveis aos balanços das empresas. Lá fora tem o governo dos Estados Unidos com a aplicação de tarifas e aqui a questão macroeconômica, que não está resolvida. Então, educação e turismo devem continuar voláteis, assim como construção civil e saúde, que são setores que dependem da economia real", aponta.
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No caso do Carrefour Brasil, fora a questão de ser uma ação cíclica, o ativo teve um fluxo comprador depois que a controladora da rede varejista na França anunciou planos de sair da bolsa brasileira, e essa deslistagem pagará um prêmio para o acionista.
Já a Embraer (EMBR3), campeã do Ibovespa em 2024, segue como uma das queridinhas da Bolsa neste ano, diante de perspectivas positivas para a fabricante de aeronaves nos próximos anos. A companhia informou que teve um crescimento de 40% na sua carteira de pedidos no quarto trimestre de 2024 na comparação com igual período do ano anterior, para US$ 26,3 bilhões, o maior volume registrado pela empresa em sua história.
Além das empresas já citadas, completam a lista de 10 maiores altas do Ibovespa no ano até o Carnaval a ação da Totvs (TOTS3), que figura também na lista de cinco recomendações do BB Investimentos para o mês de março, e a Unit o BTG Pactual (BPAC11).
Maiores altas do Ibovespa no 1o bimestre
Ação | Empresa variação | %
- COGN3 | Cogna ON | 39,45%
- CRFB3 | Carrefour Brasil ON | 33,70%
- TOTS3 | Totvs ON | 29,08%
- EMBR3 | Embraer ON | 24,45%
- CVCB3 | CVC ON | 23,91%
- CYRE3 | Cyrela ON | 22,89%
- YDUQ3 | Yduqs ON | 22,69%
- ASAI3 | Assai ON | 20,18%
- BPAC11 | BTG Pactual Unit | 17,25%
Fonte: Broadcast, variação das ações no ano de 2025 até 28-02
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