bitcoin ilustrado como moeda física

Em meio à queda do Bitcoin, capitalização do mercado cripto recua 18,6% no 1º trimestre

Publicado por: Broadcast Exclusivo

conteúdo de tipo Leitura8 minutos

Atualizado em

16/04/2025 às 18:33

Por Aramis Merki II e Gustavo Boldrini, do Broadcast

São Paulo, 16/04/2025 - A capitalização do mercado de criptomoedas caiu 18,6% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao final do ano passado, ficando em US$ 2,8 trilhões, segundo levantamento da consultoria de dados CoinGecko.

O declínio foi acompanhado por uma queda na atividade dos investidores: os volumes médios diários de negociação recuaram 27,3% em relação ao trimestre anterior.

Pessimismo no mercado

O movimento acompanha a correção vivida pelas criptomoedas neste início de ano. O Bitcoin, principal criptoativo do mundo, chegou a atingir máxima histórica na casa dos US$ 109 mil em janeiro, mas terminou março na faixa dos US$ 82 mil, uma queda de cerca de 24%.

O BTC teve performance inferior aos índices de ações americanos Nasdaq e S&P 500, que caíram 10,3% e 4,4%, respectivamente. Para comparação, o ouro se destacou com alta de 18% no período.

Já ethereum, segunda criptomoeda mais relevante, despencou 45,3% no trimestre - a queda apagou toda alta registrada ao longo de 2024.

Analistas citam o clima de aversão a risco nos mercados globais, em especial nas bolsas americanas, como fator de pressão sobre os criptoativos. Além disso, investidores ainda aguardam por propostas efetivas do governo dos Estados Unidos para este mercado, o que ainda não ocorreu.

"A forte política tarifária de Donald Trump sobre produtos internacionais gerou um efeito rebote, e outros países responderam reforçando as taxas contra os produtos dos EUA. O comércio internacional entrou em uma zona pantanosa e o mercado cripto, que está integrado à economia global há anos, também sofreu as consequências", avalia Sebastián Serrano, CEO e cofundador da Ripio, uma das maiores plataformas de criptoativos da América Latina.

Stablecoins em destaque

Entre as stablecoins, ativos criados na blockchain com lastro em moedas fiduciárias como o dólar, a realidade tem sido de mais otimismo. Segundo a CoinGecko, o valor total de capitalização desse tipo de ativo atingiu seu máximo histórico, a US$ 226,1 bilhões.

O crescimento é creditado ao avanço da USDC, moeda pareada ao dólar criada pela plataforma Circle. O ativo avançou US$ 16,1 bilhões em valor de mercado (market cap) no primeiro trimestre, ficando com uma fatia de 27% do mercado total de stablecoins.

A USDT, da Tether, segue como a mais popular: tem capitalização total de US$ 143,9 bilhões, 64% do mercado.

Negociação em Exchanges

O volume de negociações à vista nas dez principais exchanges globais caiu 16,3% na comparação do primeiro trimestre de 2025 com o último trimestre do ano passado.

A Binance manteve o posto de exchange com maior volume, com 40,7% do mercado à vista ao fim de março. Houve alta em relação à dominância vista em dezembro de 2024, que estava em 34,7%. Mas o volume em si teve recuo. Depois de chegar a mais de US$ 1 trilhão em dezembro, ficou em US$ 588 bilhões ao fim do primeiro trimestre.

A única exchange do top 10 que teve crescimento no número absoluto foi a HTX. A empresa conquistou 6,42% do volume total do mercado em março, com um total de US$ 92,9 bilhões.

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