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CSN (CSNA3) 3T24: BB-BI analisa resultado, veja preço-alvo e recomendação

Evolução operacional sequencial na siderurgia, mas prejuízo líquido aumenta

Publicado por: Análise BB

conteúdo de tipo Leitura4 minutos

Atualizado em

21/11/2024 às 11:02


No 3T24 a CSN apresentou um resultado misto, em nossa opinião, refletindo (i) o fraco desempenho operacional da CSN Mineração, conforme comentamos no nosso relatório de resultado da empresa, (ii) a melhoria sequencial das margens no segmento de siderurgia, (iii) a continuidade da boa performance da CSN Cimentos, que atingiu novo recorde de volumes, e (iv) a piora do desempenho financeiro.

No consolidado, houve crescimento de 1,7% t/t na receita líquida, para R$ 11,1 bilhões, e queda de 13,6% t/t no EBITDA ajustado para R$ 2,3 bilhões, o que representa uma margem EBITDA ajustada de 19,7% (-3,5 p.p. t/t). O resultado financeiro foi negativo em R$ 1,9 bilhão, que representa uma piora de 29,2% sobre o 2T24, explicado pelo aumento do custo da dívida em dólar e pelo efeito da marcação a mercado da forte desvalorização das ações da Usiminas (contabilizada como investimento financeiro). Na última linha, a companhia registrou prejuízo líquido de R$ 750 milhões, o terceiro resultado negativo consecutivo, que somam R$ 1,5 bilhão negativo nos 9M24.

A dívida bruta atingiu novo recorde e encerrou o 3T24 em R$ 54,5 bilhões, uma elevação de R$ 750 milhões, e foi compensada pelo incremento de R$ 2,2 bilhões na posição de caixa, de R$ 19,3 bilhões. Assim, a dívida líquida reduziu para R$ 35,2 bilhões (ante R$ 37,2 bilhões no 2T24), e a alavancagem financeira ficou praticamente estável no período, em 3,34x dívida líquida/EBITDA. Embora este indicador tenha permanecido acima do guidance da companhia para o final de 2024, de 2,5x, a companhia manteve sua estimativa, apoiada no recebimento do caixa da venda de participação na CMIN efetivado ontem (12), na expectativa de melhores resultados operacionais no 4T24 e em outras iniciativas em andamento, como a busca de um parceiro para o segmento de energia, que a companhia espera ser concluída ainda neste ano.

Empresa reportou um avanço nos volumes em todas as operações, mas ainda assim as margens operacionais retraíram e a deterioração do resultado financeiro levou a um prejuízo líquido

Venda de participação na CSN Mineração

No dia 06/11, a CSN anunciou a aprovação da venda de 589,3 milhões de ações da CSN Mineração (equivalentes a 10,7% do capital social da CMIN) para a Itochu Corporation, grupo japonês que já detinha 9,3% de participação indireta na CMIN por meio de sua controlada Japão Brasil Minério de Ferro Participações. Assim, a CSN reduzirá sua participação na CMIN de 79,8% para 69%, e a Itochu passou a participar do acordo de acionistas da CSN Mineração, que preservou os direitos das partes, segundo o comunicado da CSN. O preço por ação foi de R$ 7,50, cerca de 40% acima da média de CMIN3 nos 90 dias anteriores ao anúncio da transação, e a operação totalizou ~R$ 4,4 bilhões, que foram pagos à vista na data de ontem (12).

Vemos com bons olhos a concretização da operação, principalmente considerando a entrada de caixa para a CSN, diante do elevado nível de alavancagem da companhia. Mensuramos um impacto de 0,42x no indicador dívida líquida/EBITDA do 3T24, ou seja, caso a transação tivesse sido concluída até 30/09/24, a alavancagem da companhia teria ficado em 2,92x.

Papéis CSNA3 acumulam a maior desvalorização do setor em 2024

As ações CSNA3 continuam em queda desde o início de 2024 e acumulam a maior desvalorização do setor1 em 2024 (-40,6% até 12/11, ante -4,85% do Ibovespa). Na manhã após a divulgação do resultado do 3T24 (13), as ações caíram mais de 4%, refletindo a reação do mercado aos números mais fracos do que o esperado, incluindo o reporte de um prejuízo líquido ainda maior do que aqueles reportados nos trimestres anteriores.

A companhia segue otimista em relação à continuidade da recuperação das margens de siderurgia no 4T24, mesmo diante da sazonalidade desfavorável do período e do ambiente competitivo ainda bastante impactado pelas elevadas importações, mas em nossa visão, apesar da melhora sequencial na rentabilidade do segmento, o cenário ainda é bastante desafiador, e o ritmo de incremento das margens deve permanecer lento. A empresa tem buscado contornar as adversidades do cenário para seus negócios, por meio da contínua busca pela redução de custos, que tem aos poucos se materializado, mas as variáveis externas e o elevado nível de alavancagem da companhia podem seguir pressionando seus resultados nos próximos trimestres, e consequentemente, continuar pesando sobre o desempenho das ações CSNA3.

Assim, preferimos manter a cautela, e até incorporarmos os resultados em nosso modelo financeiro e divulgarmos nosso novo preço-alvo para 2025e nos próximos dias, mantemos nosso preço-alvo 2024e para o papel, de R$ 15,40, e a recomendação Neutra.

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