caminhão amarelo carregando resíduos de mineração

CSN Mineração (CMIN3) 3T24: BB-BI analisa resultado, veja preço-alvo e recomendação

Números fracos, conforme esperado, apesar do avanço em volumes

Publicado por: Análise BB

conteúdo de tipo Leitura4 minutos

Atualizado em

13/11/2024 às 13:18


Conforme esperado, a CSN Mineração reportou um 3T24 fraco, em nossa opinião, com a maioria das linhas vindo ainda abaixo de nossas estimativas, e continuou a apresentar forte oscilação no desempenho operacional, conforme comentamos em nosso relatório de revisão de preço de CMIN3.

Apesar de ter registrado volume de vendas recorde, de quase 11,9 Mt (+10,1% t/t), em razão da sazonalidade favorável e do contínuo aumento da produção de minério própria, a forte queda no preço médio realizado, que ficou em apenas US$ 45,90/t (-21,7% t/t), refletindo a queda nas cotações da commodity no período e o mix de vendas com minério de menor qualidade, pesou sobre a receita líquida, que foi de ~R$ 3 bilhões (-10,6% t/t).

A elevação dos volumes continuou beneficiando a diluição de custos fixos e contribuiu para a queda de 9,4% t/t no custo caixa C1, que ficou em US$ 19,20/t (ante US$ 21,20 no 2T24 e o menor patamar em 3 anos). Por outro lado, o frete marítimo voltou a se elevar, refletindo a demanda crescente por navios de cargas para exportação. A combinação de todos esses fatores levou a uma queda de 29,6% t/t no EBITDA ajustado, que ficou em R$ 1,1 bilhão, e de 10,4 p.p. t/t na margem EBITDA ajustada, que foi de 38,3%.

Além disso, o resultado financeiro foi negativo em R$ 425 milhões (revertendo os R$ 436 milhões positivos do 2T24), como consequência do efeito negativo da variação cambial e do aumento das despesas financeiras. Na última linha, a empresa reportou o menor patamar de lucro líquido desde o 4T18, de R$ 446 milhões (-70,4% t/t).

Apesar da elevação de volumes, houve queda na receita líquida, no EBITDA ajustado e no lucro líquido

Os investimentos foram de R$ 475 milhões (ante R$ 407 milhões no 2T24) e inclui a parcela destinada aos projetos de expansão, de R$ 140 milhões, que embora tenha avançado 32% em relação ao 2T24 – explicado pelo início das obras de infraestrutura da P15 em outubro – ainda reflete um ritmo lento na execução dos projetos de expansão e segue distante da estimativa de investimentos da companhia para 2024, de R$ 2 bilhões (os desembolsos somaram R$ 1,1 bilhão nos 9M24).

Apesar do fluxo de caixa livre de R$ 276 milhões negativos (ante R$ 1,2 bilhão positivo no 2T24), a companhia encerrou o 3T24 com um caixa robusto de R$ 14,5 bilhões devido ao incremento de R$ 2,7 bilhões t/t como resultado de novos contratos de pré-pagamentos. Assim, a posição de caixa líquido foi reforçada e atingiu R$ 5,3 bilhões (ante R$ 2,8 bilhões no 2T24).

No último dia 30/09, a companhia anunciou a aprovação da distribuição de R$ 3 bilhões em proventos, equivalentes a ~R$ 0,54 divididos entre dividendos e juros sobre o capital próprio, que representam um yield de 10% sobre a cotação média de CMIN3 dos últimos 12 meses. Os valores serão pagos até 31/12/2024 e podem sofrer variação em razão de eventual alteração do número de ações em tesouraria.

Com relação ao programa de recompra de ações anunciado em agosto/24, a companhia não explicitou o avanço, mas notamos um incremento no saldo de 53,3 milhões de ações em tesouraria nas demonstrações financeiras do 3T24, quantidade equivalente a 53,3% do total previsto pelo programa, cuja vigência é até dezembro/2025.

Por fim, vale mencionar que, no último dia 06/11, a sua controladora CSN anunciou a aprovação da venda de uma participação de 10,7% do capital social da CSN Mineração para a Itochu Corporation, grupo japonês que já detinha 9,3% de participação indireta na CMIN por meio de sua controlada Japão Brasil Minério de Ferro Participações. Assim, a CSN reduziu sua participação na CMIN de 79,8% para 69%, e a Itochu passou a participar do acordo de acionistas da CSN Mineração, segundo o comunicado da CSN, mas sem a finalidade de alterar a composição do controle ou a estrutura administrativa da CMIN, de modo que, em nosso entendimento, não são esperados impactos relevantes sobre a CSN Mineração.

Papéis CMIN3 seguem com elevada volatilidade e negociados com prêmio sobre seu próprio múltiplo EV/EBITDA histórico

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