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Alta do dólar leva Bitcoin a renovar máxima histórica em reais

Dólar a R$ 5,79 na manhã desta quarta-feira levou o Bitcoin à marca histórica de R$ R$ 421.149, segundo a Ripio

Publicado por: Broadcast Exclusivo

conteúdo de tipo Leitura4 minutos

Atualizado em

30/10/2024 às 17:26

Por Gustavo Boldrini e Luís Eduardo Leal, do Broadcast

São Paulo, 30/10/2024 - O preço oficial do Bitcoin ainda não renovou seu recorde histórico atingido em março, um mês antes do último halving da criptomoeda. No Brasil, porém, pode-se dizer que o ativo atingiu um novo recorde nesta quarta-feira, já que a cotação da moeda digital em reais chegou ao maior valor já registrado, de R$ 421.149,00, segundo cálculos da Ripio.

A marca se deu em meio à alta do dólar, que chegou a tocar os R$ 5,79 na manhã de hoje, negociando no maior nível ante o real desde o início de agosto. Isso porque o preço do Bitcoin no Brasil está intimamente ligado à moeda americana: se ela encarece, o ativo também encarece.

"O impacto da flutuação cambial é tão alto que a cada U$ 0,1 centavo de dólar mais caro, o preço do Bitcoin sobe aproximadamente R$ 72,74 no Brasil", afirma Ana de Mattos, analista técnica e trader parceira da Ripio.

Por volta das 14h, o BTC era negociado a US$ 72.137,46 (US$ 416.904,02), em baixa de 0,87% nas últimas 24 horas, segundo a Binance. O recorde histórico da criptomoeda foi alcançado em 14 de março deste ano, a US$ 73.750,07. Na ocasião, como o dólar estava cotado abaixo de R$ 5, o Bitcoin valia aproximadamente R$ 368 mil.

Por que o dólar está subindo?

A moeda americana acumula ganho de cerca de 6% em outubro até esta quarta-feira, voltando ao nível de dois meses atrás. No ano, a alta é de 19%, a terceira maior registrada nos últimos 15 anos segundo dados da consultoria Economatica.

O movimento recente do dólar tem sido atribuídos pelos analistas a questões internas e externas. Por aqui, um dos elementos que justificam isso é a cautela em torno da agenda fiscal e a expectativa pelo anúncio de medidas de cortes de despesas para que o governo atinja a meta de déficit zero das contas públicas no ano que vem.

Lá fora, a incerteza em torno da eleição presidencial dos Estados Unidos é o maior ponto de preocupação. Com o aumento das chances de uma vitória do republicano Donald Trump contra a democrata Kamala Harris, aumenta o risco de que o futuro governo americano tenha uma postura econômica mais protecionista no comércio, pressionando a inflação, fazendo com os juros fiquem altos por mais tempo e, consequentemente, deixando o dólar mais forte.

"O mercado está se preparando para uma eventual vitória de Trump, que deve resultar em fortalecimento do dólar, e também em inflação e juros americanos mais altos por mais tempo. Por sua vez, a democrata Kamala Harris, sem um Senado a seu favor, não conseguiria promover muitos ajustes", diz o economista da Valor Investimentos Keone Kojin, destacando o elevado grau de incerteza e aversão a risco que prevalece no momento.

Bitcoin de olho nas eleições

As eleições também têm sido preponderantes para o comportamento do Bitcoin. O chamado "Trump trade" tem levado a criptomoeda a subir em torno de 14% no acumulado de outubro, uma vez que o republicano, cujas chances de vitória estão crescendo nas pesquisas e casas de aposta dos EUA, é visto como um candidato mais amigável ao mercado cripto.

Apesar do peso do pleito presidencial, as escolhas do povo americano para o Congresso americano também importam, já que o Legislativo tem papel relevante na agenda de regulamentação dos criptoativos.

Segundo relatório recente do banco Standard Chartered, caso o Partido Republicano se torne maioria no Congresso, o BTC pode disparar e atingir a marca de US$ 125 mil até o final deste ano. Esse seria, segundo o analista Geoff Kendrick, o cenário mais otimista para o ativo.

Se Kamala Harris vencer a presidência pelo Partido Democrata, a criptomoeda deve terminar o ano em torno de US$ 75 mil, renovando a máxima de US$ 73.750,07 atingida em março, mas sem um rali tão expressivo.

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