Cripto também reage em alta a corte de juros nos EUA
Publicado por: Broadcast Exclusivo
6 minutos
Atualizado em
19/09/2024 às 17:05
Por Luana Pavani, do Broadcast
São Paulo, 19/09/2024 - Se você é investidor em criptoativos, veja que a cotação das duas principais criptomoedas, bitcoin e ethereum, estão reagindo em alta à decisão do Federal Reserve (Fed) de reduzir a taxa de juros americana em 0,50 ponto porcentual, como anunciada às 15h de ontem (horário de Brasília). Nas últimas 24 horas, o bitcoin ganhou 5,62%, cotado a US$ 62,9 mil. Já o ethereum contabiliza alta de 7,27%, valendo US$ 2,463 mil cada, de acordo com informações da plataforma Binance.
A lógica por trás dessa valorização é que a queda dos juros básicos da economia reduz a remuneração dos títulos públicos, e no caso dos Estados Unidos, os Treasuries são considerados os ativos mais seguros do mercado financeiro, portanto de menor risco. A perda nas taxas de renda fixa abre espaço para a tomada de risco em outros ativos, com maior volatilidade. E essa é a palavrinha mais associada às criptomoedas, que podem variar bastante em um mesmo dia de negociação, mas que se tornam atraentes à medida que investidores buscam alternativas de maior retorno em um ambiente de juros baixos.
Em resposta ao corte de juros nos EUA, o Bitcoin enfrentou uma volatilidade de 3,6% durante a divulgação do FED. A principal criptomoeda do mercado estava custando U$ 59.174 e subiu para U$ 61.318 naquele momento, observou a analista técnica e trader parceira da Ripio, Ana de Mattos.
A grande expectativa é que o Bitcoin e as criptomoedas valorizem no longo prazo, em resposta a um cenário global mais positivo para investimentos de renda variável. Mas, no curto prazo, essa valorização recente no preço do Bitcoin pode se reverter, assim que os lucros forem realizados no último topo formado após as notícias. "Há um ponto de atenção, que é sobre a possibilidade do preço do Bitcoin continuar a cair um pouco mais, em uma projeção de curto prazo. Isso porque existe um certo delay para sentirmos os efeitos reais provocados pela alteração da taxa de juros nos EUA", alerta Ana.
Segundo a especialista, "o Bitcoin é um ativo com enormes chances de valorização, por isso, a atenção do investidor deve estar na estratégia de longo prazo. Estamos no melhor momento para acumular Bitcoin para um horizonte de 4 a 5 anos", sugere.
Denise Cinelli, COO da CryptoMKT, lembra que o corte na taxa de juros do Fed era um dos eventos econômicos mais aguardados pelos mercados financeiros globais, com impacto também no mercado de criptomoedas, especialmente no bitcoin e nas altcoins.
"Com o Fed reduzindo as taxas de juros, estamos diante de um momento propício para a valorização de ativos que oferecem segurança em longo prazo. O bitcoin, com sua escassez programada e adoção crescente, está posicionado como um porto seguro, especialmente para investidores institucionais que buscam diversificação além dos mercados tradicionais", diz Denise Cinelli.
Dentro do universo cripto, o bitcoin é o ativo de maior liquidez, visto como um ativo seguro. As altcoins, como Ethereum, Solana, Cardano e outras, representam o lado inovador e de alto crescimento do mercado de criptomoedas. "As altcoins estão no centro da próxima revolução tecnológica. Com o corte na taxa de juros, o capital de risco deve fluir para esses projetos de inovação, impulsionando seu desenvolvimento e aumentando a adoção em larga escala. Ethereum, por exemplo, está se consolidando como uma plataforma fundamental para aplicativos descentralizados, enquanto outras redes como Solana oferecem soluções alternativas que atendem às demandas de maior escalabilidade", comenta a executiva.
Para o head de conteúdo e pesquisa da Bipa, plataforma de compra e venda de BTC, Caio Leta, a alta de 5% do BTC, chegando em US$ 63 mil, reflete uma busca por ativos mais arriscados pelos investidores, "visto que a tendência agora é que o Fed realize mais cortes de juros nas próximas reuniões".
Outro efeito se dá no câmbio, lembrando que as cotações dos criptoativos são todas em dólar. Ele acrescente que o dólar deve cair frente ao real, "porque agora os investidores têm menos incentivo para alocar recursos nos juros, buscando outros investimentos", afirma. Na visão de Caio Leta, "o Ibovespa também deve subir no médio prazo, com muitos investidores internacionais procurando a bolsa brasileira, mesmo se o Copom subir os juros no Brasil."
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