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Entenda os possíveis impactos econômicos da tragédia climática no Rio Grande do Sul

Publicado por: Broadcast Exclusivo

conteúdo de tipo Leitura4 minutos

Atualizado em

07/05/2024 às 13:59

Por Gustavo Boldrini e Equipe Broadcast

São Paulo, 06/05/2024 - O Rio Grande do Sul vem passando por uma calamidade nos últimos dias devido às chuvas que acometem o Estado. Segundo a Defesa Civil gaúcha, até a manhã desta segunda-feira, o número de mortos devido às enchentes chegou a 83, e estima-se que 850 mil pessoas foram atingidas de alguma forma.

O governo federal e o Congresso Nacional discutem a elaboração de um "orçamento de guerra" com um pacote de socorro ao Rio Grande do Sul. Além dos danos humanos e sociais, também existem impactos econômicos significativos que podem assolar o Estado, que possui forte relevância para a economia nacional, em especial no âmbito da agropecuária.

O Rio Grande do Sul possui a quarta maior economia do Brasil em relação ao tamanho do Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados divulgados no final do ano passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referentes a 2021.

No agro, o Rio Grande do Sul é o segundo maior produtor de grãos do País na safra 2023/2024, segundo o relatório mais recente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado em 11 de abril. O Estado é o maior produtor de trigo e de arroz, e o segundo maior produtor de soja do Brasil.

Na última sexta-feira (03), os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam em alta impulsionada pelas inundações no Rio Grande do Sul, onde a colheita da atual safra ainda não terminou. Analistas têm observado que dificilmente não ocorrerão perdas de produção, já que além de possíveis inundações em áreas de plantio, as chuvas causaram problemas logísticos, com a obstrução de estradas e danos em pontes.

Segundo apuração do Broadcast Agro , a tragédia climática também tem afetado o setor agropecuário gaúcho. O principal impacto tem sido na logística, seja no envio de animais para abate, na entrega da alimentação para aves e suínos ou mesmo na disponibilidade de profissionais para executar o trabalho. Com isso, alguns frigoríficos paralisaram as atividades, enquanto outros atuam com nível de abate reduzido.

O Vale do Taquari, na região central gaúcha, é a principal área afetada e concentra unidades de abate da BRF, em Lajeado, e duas da Seara, marca da JBS, localizadas em Bom Retiro do Sul e Roca Sales. O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, ressaltou que, embora parte da indústria esteja operando, já há reflexos na operação no Rio Grande do Sul. "Unidades param por causa da ausência de funcionários ou operam com velocidade menor", disse.

Segundo ele, ainda é cedo para contabilizar o impacto na indústria. "Não temos a figura total dos danos, porque a água ainda está subindo".

Bancos e empresas se mobilizam

Bancos e empresas tiveram um fim de semana de mobilização de equipes, adoção de medidas emergenciais e mudanças nas estratégias de negócios devido à tragédia climática no RS. O objetivo foi tentar diminuir o impacto na vida de clientes, funcionários e moradoras das regiões atingidas pelas cheias.

O Banco do Brasil anunciou diversas medidas, como renegociação de dívidas das empresas com taxas diferenciadas, com até 180 dias de carência e 120 meses para pagamento, enquanto clientes pessoa física terão carência de até seis meses para pagamento da primeira parcela na contratação do BB Crédito Consignado ou do BB Crédito Salário.

As empresas se mobilizaram no mesmo sentido. A CVC disponibilizou as mais de mil lojas em todo o Brasil para coleta de doações e a Ambev anunciou a doação de 164 mil litros de água. A Latam transportou gratuitamente para Porto Alegre uma equipe de especialistas em resgate da associação sem fins lucrativos HUMUS, além de equipamentos, para auxiliar nas buscas e salvamentos.

A JBS decidiu antecipar o pagamento do 13º salário para seus funcionários baseados na região. De acordo com a companhia, mais de 15 mil pessoas serão contempladas, e a liberação representa cerca de R$ 30 milhões. O valor será depositado na próxima semana.

No ramo das telecomunicações, as operadoras Claro, TIM e Vivo também sofreram impactos das chuvas. Diante disso, elas habilitaram suas redes de forma que, onde há apenas uma da redes disponível, automaticamente os clientes de qualquer operadora poderá acessá-la.

Banner com informações sobre doação para as pessoas impactadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul

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