ETFs ou fundos tradicionais? Quais as diferenças e como diversificar a carteira de fundos
Publicado por: Broadcast Exclusivo
4 minutos
Atualizado em
10/01/2025 às 11:06
Por Gustavo Boldrini, do Broadcast
Os fundos de índice que são negociados em bolsa, conhecidos pela sigla em inglês ETF, têm crescido ao redor do mundo. Estimativas da BlackRock, a maior gestora de fundos do mundo e uma das maiores emissoras de ETFs, apontam que os recursos investidos nesta modalidade devem atingir US$ 25 trilhões em 2030, quase triplicando em relação aos US$ 11,5 trilhões de 2023.
Diante do avanço dos ETFs, que são negociados em bolsa e replicam índices de ações ou outros ativos, como criptomoedas, cresce também a dificuldade de escolher entre tantas ofertas de fundos disponíveis nas plataformas de investimento. Como montar uma carteira de fundos diversificada?
- A seguir, aprenda mais sobre as características e diferenças entre ETFs e fundos tradicionais, para então compor sua carteira utilizando ambas as modalidades.
Qual é a diferença entre ETFs e fundos?
Vamos começar do começo. Os Exchange Traded Funds, ou ETFs, são fundos de investimento que buscam replicar a rentabilidade de um determinado índice de referência - pode ser um índice de ações ou de renda fixa.
Um exemplo clássico é o BOVA11, o iShares Ibovespa Fundo de Índice, um ETF que replica o Ibovespa, que é um dos mais conhecidos pelos brasileiros. Mas há vários outros, dentro e fora do Brasil.
Por estar referenciado a um índice, o ETF costuma ter gestão passiva. Ou seja: o gestor deste fundo não precisa necessariamente selecionar manualmente os ativos da carteira. Na maioria das vezes, basta acompanhar o movimento de um outro índice.
No caso dos fundos tradicionais, não negociados em bolsa, a maioria deles é de gestão ativa. O gestor seleciona os ativos do produto e toma decisões de alocação praticamente todos os dias, observando os movimentos de mercado e buscando atingir uma meta de retorno aos cotistas. Índices de referência também são utilizados como baliza para o objetivo de retorno pretendido.
"Inicialmente, a proposta dos ETFs era trazer fundos de investimento com menores custos e maior transparência e liquidez ao investidor, ao mesmo tempo que replica um índice amplamente conhecido no mercado", explica Renato Nobile, gestor e analista da Buena Vista Capital.
Vale ressaltar que há alguns fundos tradicionais que possuem gestão passiva e que existem alguns mercados, como o americano, que permitem ETFs com gestão ativa, o que não ocorre no Brasil, uma vez que a resolução 175 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) prevê que ETFs no País devem ser necessariamente atrelados a algum índice.
Por que investir em ETFs?
Os ETFs são conhecidos por sua praticidade em relação à escolha de um setor ou de uma carteira de ativos. Assim, ao invés de ter que selecionar ação por ação de uma determinada atividade econômica, o investidor pode comprar um ETF que já contenha diversos papéis dentro dele.
Imagine que você queira investir em empresas ligadas ao agronegócio, mas não possua conhecimento suficiente ou tempo dedicado para estudar cada companhia deste setor. Por exemplo, o ETF AGRI11, da BB Asset, tem por objetivo replicar o comportamento do índice agro da B3, o IAGRO, o qual reúne as empresas mais relevantes desse setor.
- É como comprar um bolo pronto ao invés de ir ao mercado escolher os ovos, a farinha e demais ingredientes.
"O ETF permite uma customização às circunstâncias de mercado e ao perfil do cliente. É uma forma mais prática do que fazer a seleção manual de ativos", avalia Renato Nobile, da Buena Vista.
Werner Roger, CIO da Trígono Capital, cita o custo mais baixo e a liquidez dos ETFs como vantagens deste tipo de ativo em relação a fundos de investimento em ações. "O ETF tem como vantagem uma menor taxa de administração e o fato de você poder resgatar hoje e receber o dinheiro em dois dias. Em um fundo de ações você não vai saber o que estará acontecendo daqui 30 dias, que geralmente é quando o dinheiro cai na conta após a venda da cota", afirma.
Como diversificar a carteira de fundos?
Conhecendo as modalidades de fundos de investimento, passivos ou ativos, negociados em bolsa ou não, fica mais fácil selecionar ativos para a sua carteira.
Essa decisão independe do perfil do investidor, explica Roger, defendendo o conceito de diversificação. "O fato de ser agressivo, moderado, conservador, não quer dizer que você vai ter que escolher um ETF ou um fundo, absolutamente não é essa a resposta. Eu acho que o investidor deveria procurar diferentes ETFs e fundos que estão no mercado para diversificar".
No caso das gestoras de fundos ou de ETFs, o profissional recomenda pesquisar o histórico dessas empresas e a consistência de longo prazo. "A palavra-chave é diligência para avaliar bem as gestoras que existem no mercado", recomenda.
Nobile, da Buena Vista Capital, afirma que é possível montar uma carteira apenas com fundos ou com ETFs, se assim o investidor preferir, mas também reforça que não se pode colocar todos os ovos na mesma cesta. "Vale uma boa diversificação entre setores, países e estratégias em seu portfólio, sem esquecer de revisar e rebalancear a carteira de acordo com os seus objetivos".
Quer dar uma nota para este conteúdo?