Entenda quais são as principais certificações do mercado financeiro
Publicado por: Análise BB
5 minutos
Atualizado em
02/10/2024 às 14:49
Sumário do conteúdo a seguir:
O universo do mercado financeiro é cheio de siglas que, num primeiro momento, parecem difíceis de entender. Você já deve ter ouvido falar de certificações financeiras em propagandas de instituições ou até mesmo em conversas com especialistas de investimentos. Na maioria dos casos, para quem não é da área, essas certificações não passam de uma sopa de letrinhas.
Mas, se você é um investidor ou se está buscando se especializar nessa área, é super importante entender o que cada uma significa. Hoje vamos desvendar algumas dessas certificações financeiras. As nacionais: CPA, CEA, CNPI, CFG, CGA e CGE; e as internacionais: CFP®, CFA, CAIA e FRM®. Iremos descobrir onde essas siglas moram, o que fazem, de que se alimentam e para que servem.
O que são certificações de investimentos?
As certificações são uma forma de comprovar que o profissional atingiu certo grau de conhecimento em determinado assunto. Podemos compará-las com a CNH (Carteira Nacional de Habilitação), por exemplo. Para dirigir um automóvel, precisamos comprovar que temos os conhecimentos e habilidades necessários para tal. Inclusive, dependendo do tipo de veículo e da finalidade, temos categorias diferentes (A, B, C, D ou E). Da mesma forma, as certificações de investimentos possuem categorias e níveis diferentes.
Mas como escolher a melhor certificação para a minha carreira? Para responder a essa pergunta, primeiro, precisamos saber quais as diferenças entre cada umas delas. Bora descobrir?
CPA – Certificado Profissional Anbima
Essa modalidade de certificação talvez seja a mais conhecida para os bancários. CPA -10 e CPA -20 são obrigatórias para funcionários de instituições financeiras que atuam na venda ou prospecção de produtos de investimento. A principal diferença, é que apenas os profissionais com o CPA -20 poderão atender os segmentos alta renda, private, corporate e investidores qualificados. Cabe ressaltar que a diferença do currículo cobrado na série 10 e 20 não é tão grande. Muitos que estão iniciando a escalada das certificações optam por ir diretamente para o CPA-20.
CEA – Certificado de Especialista em Investimento Anbima
Essa é a terceira etapa para quem atua com a indicação de produtos de investimento. Com esta certificação, o profissional está autorizado a exercer as atividades de CPA-10, CPA -20 e, ainda, atuar como especialista em investimentos. Conceitos exigidos no CPA-20 serão abordados no exame. A principal diferença é a introdução de cálculos e conceitos básicos de estatística, sendo necessário o uso de uma calculadora financeira para realizar a prova.
CFP®– Certified Financial Planner (Certificado de Planejador Financeiro)
Como o próprio nome denuncia, esta certificação é destinada a quem deseja trabalhar como planejador financeiro. No Brasil, a Planejar (Associação Brasileira de Planejadores Financeiros), afiliada ao FPSB (Financial Planning Standards Board), é a única instituição autorizada a oferecer a certificação CFP®. A prova é ministrada em português, mas a certificação possui reconhecimento internacional.
O profissional CFP deve ter uma visão estratégica acerca de diversos temas, tais como tributação, seguros, sucessão e investimentos para, assim, ser capaz de avaliar as necessidades, ponderar objetivos e oferecer as soluções mais adequadas aos seus clientes no âmbito do planejamento financeiro.
Diferente das outras certificações mencionadas, os profissionais que desejam obter esta certificação, devem atender a dois requisitos obrigatoriamente: ter curso superior reconhecido pelo MEC e, no mínimo, cinco anos de experiência comprovada com atividades relacionadas ao planejamento financeiro, fiscal, sucessório ou de aposentadoria (seguros e investimentos também são válidos). Apesar de ter o escopo de atuação diferente, o profissional CFP também pode atuar como especialista em investimentos e, mesmo não sendo pré-requisito, é desejável para aqueles que desejam prestar assessoria no segmento private.
CNPI – Certificado Nacional do Profissional de Investimento
O profissional com CNPI pode assinar relatórios de análises e indicações de investimentos em ações. A certificação está dividida em três categorias: CNPI para o analista fundamentalista, CNPI-T para o analista técnico e CNPI-P para o analista pleno (fundamentalista e técnico). Assim como na CFP, para obter o CNPI é necessário possuir curso superior reconhecido pelo MEC. A certificação CNPI é oferecida pela Apimec (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais).
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão Anbima
Aqui começa a trilha para ser gestor autorizado pela CVM. O CFG é pré-requisito para profissionais que desejam obter a certificação CGA e CGE. O CFG cobra os códigos de regulação da Anbima e matérias que envolvem gestão de portfólio e análise de balanços patrimoniais.
CGA – Certificação de Gestores Anbima
Essa certificação é direcionada a pessoas que atuam na gestão profissional de recursos de terceiros, seja por meio de fundos de investimento ou carteiras administradas. Para realizar esse exame, é necessário ter sido aprovado no CFG e o CGA credencia a atuação como gestor junto a CVM. Essa certificação é muito importante para aqueles que querem trabalhar na indústria de Asset Management. No currículo serão cobrados assuntos mais complexos da gestão de carteiras, como estratégias de marcação na curva de juros e cálculos de convexidade.
CGE – Certificação de Gestores Anbima para Fundos Estruturados
Essa certificação é direcionada a pessoas que atuam na gestão profissional de investimentos alternativos. No CGE serão cobrados assuntos como private equity, securitização e investimentos no exterior. Assim como o CGA, para realizar o CGE é necessário ter sido aprovado no CFG.
PQO – B3
A Certificação PQO (Programa de Qualificação Operacional) é uma certificação desenvolvida pela B3, a bolsa de valores do Brasil. O objetivo principal é atestar o conhecimento dos profissionais que atuam em diversas áreas nos mercados administrados pela B3. Além disso, o PQO visa estabelecer um processo contínuo de atualização de conhecimento destes profissionais, a fim de manter o elevado padrão de qualidade operacional na indústria de intermediação. Qualquer profissional ou pessoa interessada pode obter a Certificação PQO, independentemente de vínculo com um participante da B3. As áreas passíveis de certificação incluem: Operações, Compliance, Risco, Comercial, Back Office, Liquidação, Custódia e Cadastro.
Agora vamos falar das certificações mais desafiadoras e valiosas do mercado financeiro mundial. Traremos as três mais famosas, também conhecidas como a “triple crown”.
CFA – Chartered Financial Analyst
A mais prestigiada certificação financeira do mundo. Aplicada totalmente em inglês e dividida em três complexos níveis, a CFA atesta para o mercado internacional que o profissional é um profundo conhecedor de produtos de investimento, de avaliação de ativos e de gestão de carteiras, além, é claro, de fluente em inglês. Além disso, o exame cobra amplo conhecimento do código de ética do CFA, representando quase 20% de cada nível. Recentemente o currículo passou por algumas reformulações e a partir de 2024 serão exigidos assuntos como ciência de dados, modelagem financeira e inteligência artificial. Além disso, no level 3, à partir de 2025, o candidato poderá optar por três caminhos diferentes para concluir o currículo: Portfolio Management (gestores de Assets), Private Wealth (grandes fortunas) ou Private Capital (hedge funds e investimentos alternativos).
Recentemente o CFA Institute lançou também a certificação ESG, que não está vinculada ao currículo principal e pode ser adquirida por qualquer profissional interessado em se especializar em investimentos com critérios de governança.
CAIA - Chartered Alternative Investment Analyst
Certificação de alcance global focada na excelência em conhecimentos de investimentos alternativos. Para efeitos comparativos, tem semelhança com a certificação CGE no Brasil, mas com uma abrangência e profundidade muito maior sobre os temas exigidos. A prova, ministrada em inglês, possui dois níveis que tratam assuntos como ética, hedge funds, private equity, due diligence e tópicos emergentes.
FRM® - Financial Risk Manager (FRM®)
Certificação que representa o mais alto padrão internacional em gerenciamento de risco. Aplicado em inglês, o exame possui dois níveis de múltipla escolha e vai cobrar tópicos como governança corporativa, análise de crédito, probabilidade, estatística, mensuração de risco e volatilidade. Muito desejável para profissionais que vão assumir posições de gestão de risco e analistas de crédito.
- E aí, em meio a todas essas siglas, descobriu qual você quer colocar ao lado do seu nome? O próximo passo então é começar a estudar! Bons estudos e boa sorte!
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