Quanto vale o dólar: a cotação no exterior é medida pelo índice DXY
Conheça o índice DXY, que mede força da moeda dos Estados Unidos em relação a outros países desenvolvidos
Publicado por: Broadcast Exclusivo
6 minutos
Atualizado em
30/09/2024 às 17:12
Por Gustavo Boldrini, do Broadcast
Quem acompanha as notícias e comentários sobre o mercado financeiro sabe que diversos fatores podem mexer com a taxa de câmbio. Um desses fatores pode ser a própria cotação do dólar no exterior em relação a outras divisas de países desenvolvidos, por meio do índice conhecido como DXY.
O DXY é o código pelo qual o US Dollar Index (numa tradução livre, Índice do Dólar Americano) é conhecido no mercado. Trata-se de um índice medido pela Intercontinental Exchange (ICE) que busca refletir a cotação do dólar americano em relação às moedas de alguns parceiros comerciais importantes dos Estados Unidos. Pode-se dizer também, portanto, que o DXY é um índice que mede a força do dólar em relação aos seus pares, ou seja, outras moedas fortes de países desenvolvidos.
Como é medido o índice DXY
O DXY foi criado em 1973, após o fim do chamado padrão dólar-ouro, que era a paridade que a moeda americana tinha em relação ao metal precioso. Com isso, o dólar passou a ficar suscetível às flutuações de preço do mercado, de acordo com as condições de oferta e demanda. A criação do índice veio justamente para ajudar os agentes econômicos a entenderem como a moeda americana estava se comportando em relação aos seus pares globais.
Seis moedas compõem o DXY: o euro, que representa a maior parte do índice (57,6%); o iene japonês (13,6%); a libra esterlina (11,9%); o dólar canadense (9,1%); a coroa sueca (4,2%) e o franco suíço (3,6%). As proporções estão assim definidas desde 1999, desde a implementação do euro como moeda comum europeia, a qual substituiu o marco alemão, o franco francês, a lira italiana, o franco belga e o florim holandês. Por isso, inclusive, o peso do euro é maior.
O DXY é medido no formato de numeral, levando em conta a relação entre o dólar e a cesta de moedas de países ricos. Segundo a ICE, o índice atingiu sua pontuação máxima em fevereiro de 1985, a 164,72. Já a mínima foi atingida em março de 2008, em meio à crise financeira vivida pelos Estados Unidos desde o ano anterior, que culminou na falência do banco Lehman Brothers.
O que mexe com o DXY?
O DXY, como vimos, serve como uma medida de força da moeda americana, portanto ele costuma se mexer de acordo com as dinâmicas de oferta e demanda pelo dólar, que por sua vez são influenciadas por dados macroeconômicos, perspectivas gerais para a economia global e, principalmente, pela política monetária do Federal Reserve (banco central dos EUA).
Isso ocorre porque a política monetária tem como foco principal o controle do índice de inflação, que nada mais é do que uma alta de preços generalizada na economia, na qual há um grande volume de moeda circulando. Em momentos de alta de juros, ou aperto monetário, é natural que o dólar vá ganhando valor, já que os investimentos na renda fixa americana (em especial nas Treasuries, títulos de dívida do governo) ficam mais atrativos, pois pagarão mais juros. Nos momentos de queda de juros, ou afrouxo monetário, é o contrário: o dólar tende a perder força, diante da maior atratividade de investimentos de mais risco, como ações.
Aqui também entendemos o motivo de o dólar ser considerado como uma reserva de valor. Além de ser a moeda-base de praticamente todo o comércio internacional, ela é a moeda que dá valor às Treasuries, que são o título de investimento mais seguro de todo o mercado. Por isso, em momentos de maior incerteza nos mercados, é natural que a busca por Treasuries aumente. Em outras palavras, eleva-se a demanda por dólares, e seu preço aumenta tanto no DXY quanto em relação a moedas de outros países, como os emergentes.
Como investir no índice DXY?
Nos Estados Unidos, traders e investidores experientes de perfil mais agressivo podem operar em contratos futuros do Índice Dólar, que têm suas oscilações diretamente ligadas ao DXY. Para o brasileiro que se interesse por essa opção, é necessário abrir conta em uma corretora americana, a fim de poder operar diretamente com dólares.
Para quem quer operar com a moeda americana, existem diversas opções: como os contratos de dólar futuro, o dólar à vista, os fundos cambiais e fundos de índice (ETFs).
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