O que esperar da Renda Fixa e do Crédito Privado em 2025?
A perspectiva de continuidade do ciclo de aperto monetário, com pressão sobre os juros, deve manter a renta fixa atrativa frente a níveis de prêmios nominais e reais historicamente altos.
Publicado por: Análise BB
10 minutos
Atualizado em
11/12/2024 às 08:23
Sumário do conteúdo a seguir:
Protagonista de 2024
A elevação dos juros, no contexto de maior pressão sobre as expectativas inflacionárias, colocou a renda fixa nos holofotes em 2024. A volatilidade acentuada do cenário macroeconômico, tanto nos aspectos domésticos como externos, acabou afastando o investidor de ativos de maior risco e grande parte dos recursos migrou para a renda fixa.
Especialmente neste ano, o crédito privado merece destaque ao ganhar maior representatividade no portfólio de investimentos do investidor pessoa física. A demanda foi impulsionada por diversos fatores e a seletividade na escolha de ativos e emissores foi se tornando cada vez mais essencial, o que continuará sendo indispensável em 2025, considerando os prêmios de risco em níveis bastante baixos e, até o momento, sem sinais claros de reversão para uma tendência de alta.

Juros reais elevados: oportunidades ou risco?
Nesse contexto, mantemos nossa recomendação de títulos incentivados de emissores que tenham perfil de risco high grade, ou seja, com maior nível de segurança relativa seguindo uma estratégia de cautela, que busca emissores com características defensivas. Em um ambiente em que a inflação pode continuar pressionando os preços, temos privilegiado em nossas indicações para carrego de longo prazo ativos indexados ao IPCA, especialmente aqueles com vencimentos intermediários da curva (entre 4 a 10 anos).
Por outro lado, os ativos prefixados com taxas superiores a 13% apresentam oportunidade de retorno significativo, mas também trazem considerável risco no curto prazo – assim, avaliamos que, neste caso, o recomendado é seguir uma abordagem mais cautelosa, com foco em durations mais curtas (entre 1 a 3 anos) que permitam aproveitar as taxas de remuneração ao mesmo tempo em que mitigam a exposição a possíveis oscilações no mercado.
Adicionalmente, enxergamos de forma positiva a alocação em ativos indexados ao CDI, que fazem sentido diante de incertezas relevantes que afetam as expectativas de juros em nível global, mantendo em plano doméstico correlação direta com a Selic diante da perspectiva de prolongamento do ciclo de aperto monetário.

Visão setorial para o crédito privado
Na atual conjuntura de juros elevados, a seleção mais apurada de ativos de crédito privado torna-se cada vez mais importante na composição do portfólio dos investidores. Em um mesmo setor, algumas empresas de maior porte e escala se posicionam melhor do que a média e apresentam maior resiliência ao cenário macro desfavorável aos setores cíclicos. Entretanto, a atividade econômica mais forte do que o esperado tem contribuído para mitigação de riscos de crédito em determinados setores.
De acordo com nossa percepção de melhor avaliação de risco vs retorno, setores como energia elétrica, saneamento e transporte e logística apresentam oportunidades de alocação com características defensivas, considerando a previsibilidade das receitas, forte geração de fluxo de caixa e alavancagem em níveis saudaveis, com destaque para emissores como Eletrobras, Isa Energia (ex-Cteep), Copasa, Sabesp e Rumo.
Por outro lado, os setores mais cíclicos, como varejo, locadoras de veículos e saúde possuem, em média, prêmios de risco mais elevados, justamente por estarem mais expostos à atual volatilidade do cenário de juros mais elevados e, por esse motivo, merecem maior atenção do investidor no momento de alocação.

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