Energia em transformação: projeções para os setores de petróleo e distribuição de combustíveis em 2025
Acesse a análise dos especialistas do BB Investimentos
Publicado por: Análise BB
5 minutos
Atualizado em
11/12/2024 às 08:19
Sumário do conteúdo a seguir:
O ano de 2024 foi marcado por uma dinâmica de preços volátil no mercado global de petróleo, com o Brent oscilando em uma faixa entre US$ 75 a US$ 95 por barril. As incertezas macroeconômicas, incluindo a desaceleração da economia chinesa e o menor crescimento na zona do euro, colaboraram para uma demanda mais fraca. Por outro lado, os cortes de produção liderados pela OPEP+ e os riscos geopolíticos ajudaram a compensar a menor demanda, sustentando os preços.
As expectativas para 2025 indicam um mercado ainda equilibrado, mas com uma média anual projetada em US$ 76 por barril, segundo estimativas da IEA. A desaceleração econômica global e aumento do foco em energias de menor pegada de carbono podem limitar a demanda por combustíveis fósseis, enquanto a oferta deve permanecer controlada pela OPEP+.
Abaixo detalhamos dinâmicas setoriais e subsetoriais, bem como destacamos nossas ações preferidas do setor para 2025.
Commodities: Petróleo
A demanda global por petróleo em 2025 deve crescer moderadamente (em 1,2 milhão de barris por dia, segundo a ISO), liderado por países fora da OCDE, como Índia e China. Na oferta, os cortes de produção da OPEP+ devem influenciar o mercado no início de 2025, mas a expectativa de aumento da produção global, dentro e fora do grupo, tende a elevar os estoques no segundo semestre, pressionando os preços para baixo. A média anual da IEA é de US$ 76/b. Riscos geopolíticos permanecem como fatores de incerteza, podendo criar prêmios temporários nos preços e impactar o equilíbrio entre oferta e demanda.
Petróleo & gás
No Brasil, espera-se que a produção continue em alta, especialmente com o aumento da produção no pré-sal. As independentes deverão consolidar operações em ativos terrestres e águas rasas, enquanto a Petrobras continuará focada em ativos de alta produtividade. A transição energética deve ganhar força, com os incentivos e mandatos do programa Combustível para o Futuro favorecendo projetos ligados a biocombustíveis, com destaque para SAF (combustível de aviação), biodiesel e biometano.
Nossa seleção para o ano busca conciliar bons retornos, medidos através do crescimento médio (CAGR) do fluxo de caixa livre por ação das companhias, e menor alavancagem, dada a pressão em despesas financeiras que deve seguir prejudicando o resultado das companhias mais alavancadas. Assim, vemos Petrobras com maior destaque em termos de retorno, além de Vibra também bem posicionada no ranking, enquanto São Martinho passa pela linha de corte (alavancagem menor do que 1x), apesar de apresentar maior risco.
Seleção 2025: Petrobras (PETR4)
Fluxo de Caixa Livre por Ação e Dívida Líquida/Equity CAGR 3 anos do fluxo de caixa livre por ação (eixo hor., %); Dívida Líq./Equity (eixo vert.; x)
Distribuição de combustíveis
A demanda por combustíveis é ligada a fatores como crescimento econômico e aumento da frota de veículos. Nos últimos 12 meses, a venda de combustíveis líquidos teve um incremento de 4,5% a/a, como resultado de uma recuperação da atividade econômica e do aumento nas vendas de veículos novos (+8,9% a/a no período janeiro a outubro, segundo a Anfavea).
Entre as companhias listadas, Raízen e Vibra tiveram perdas na participação de mercado, com Ultrapar mais estável. No entanto, Vibra segue com as melhores margens de comercialização e posicionamento estratégico para crescimento em renováveis, o que, junto com um valuation atrativo, justifica nossa escolha para a Seleção BB 2025.
Preocupa a acirrada competição no mercado de combustíveis, que vem pressionando margens, principalmente com competidores menores que fazem uso de sonegação fiscal e adulteração. As recentes ações do ICL para combate às ilegalidade e mobilização de grandes players do setor devem estar no foco em 2025. Uma medida estrutural que poderia colaborar com esse cenário seria a antecipação da monofasia no etanol.
Seleção 2025: Vibra (VBBR3)
- Acesse aqui todos os relatórios sobre Onde Investir em 2025.
Margem EBITDA/m3 EBITDA (em R$) dividido pelo volume (metros cúbicos). Média móvel de 4 trimestres.
Disclaimer
Este é um relatório público e foi produzido pelo BB-Banco de Investimento S.A. (“BB-BI”). As informações e opiniões aqui contidas foram consolidadas ou elaboradas com base em informações obtidas de fontes fidedignas e de boa-fé, tendo sido tomadas medidas razoáveis para assegurar sua exatidão no momento de publicação. Contudo, o BB-BI não garante que tais dados sejam totalmente isentos de distorções e não se compromete com a veracidade dessas informações. Todas as opiniões, estimativas e projeções contidas neste documento referem-se à data presente e derivam do julgamento de nossos analistas de valores mobiliários (“analistas’), podendo ser alteradas a qualquer momento sem aviso prévio. O BB-BI não garante o lucro e não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações divulgadas nesse material, que tem por finalidade apenas informar e servir como instrumento que auxilie a tomada de decisão de investimento, não devendo ser interpretado como material promocional, recomendação, oferta ou solicitação de oferta para comprar ou vender quaisquer títulos e valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros. Investimentos nos mercados financeiros e de capitais estão sujeitos a riscos de perda superior ao capital investido. A rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura. Nos termos do art. 22 da Resolução CVM 20/2021, o BB-BI, em conjunto com o Conglomerado Banco do Brasil S.A. (“Grupo”), declaram que (i) podem ser remunerados por serviços prestados ou possuir relações comerciais com a(s) empresa(s) analisada(s) neste relatório ou com pessoa natural ou jurídica, fundo ou universalidade de direitos, que atue representando o mesmo interesse dessa(s) empresa(s); (ii) podem possuir participação acionária direta ou indireta, igual ou superior a 1% do capital social da(s) empresa(s) analisada(s), e poderão adquirir, alienar ou intermediar valores mobiliários da(s) empresa(s) no mercado.
Quer dar uma nota para este conteúdo?