edifícios em construção civil sob vista inferior

BB BI analisa a performance do setor imobiliário em fevereiro - Setorial Construção

Mercado ainda aguarda os resultados corporativos relativos ao 4T24, que seguem sendo divulgados até o final de março.

Publicado por: Análise BB

conteúdo de tipo Leitura7 minutos

Atualizado em

10/03/2025 às 16:28


Sumário do conteúdo a seguir:

Historicamente, o setor de construção civil no Brasil apresenta uma sensibilidade elevada em relação às taxas de juros praticadas para financiamentos imobiliários. Dessa forma, era de se esperar que o recente ciclo de aperto monetário doméstico levasse a uma desaceleração combinada de oferta e demanda por produtos imobiliários pelo país. No entanto, não é isso que temos observado nos últimos meses, com os níveis de lançamentos imobiliários avançando, enquanto o apetite pelas unidades lançadas segue se mostrando ainda mais intenso, levando a uma contínua redução nos níveis de estoques. Mas afinal, de onde tem vindo essa demanda? Seria ela sustentável para o ano de 2025? Podemos citar alguns fatores que têm sido favoráveis para a atividade no setor e tentar responder esses questionamentos.

Em primeiro lugar, os programas habitacionais têm ganhado fôlego nos últimos anos, não só através do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), mas por meio de complementos oferecidos por Governos Estaduais e Municipais como medidas de combate ao elevado déficit habitacional no Brasil. Uma vez que as condições vigentes do MCMV contemplam taxas fixas de financiamento de acordo com suas faixas de renda familiar e suas regiões do país, as famílias têm encontrado condições que possibilitam a aquisição de um imóvel próprio, com baixa influência das taxas de juros praticadas pelo mercado financeiro.

Para 2025, o Conselho Curador do FGTS já aprovou R$ 123,5 bilhões de recursos para o MCMV, em linha com o disponibilizado no ano anterior, não só contribuindo com que mais famílias consigam acesso aos recursos, como adicionando previsibilidade para que as construtoras sigam desenvolvendo projetos para esse público, favorecendo a atividade no setor. Ainda, os baixos níveis de desemprego registrados no Brasil nos últimos meses também contribuem para uma maior massa salarial, uma maior captação para o FGTS e permitem um certo grau de estabilidade para que o trabalhador opte pela aquisição imobiliária.

Conforme comentaremos nesse relatório setorial, os desafios para 2025 parecem estar mais ligados ao segmento de médio e alto padrão, esses sim mais sensíveis às crescentes taxas de juros, e que embora tenha sentindo impactos nos últimos meses, também permanece apresentando um volume de vendas significativo na janela anual, levando a redução nos estoques desses produtos. Como ponto de atenção, destacamos o cenário de custos, com o INCC avançando acima da inflação ao consumidor, reforçando o estado aquecido da atividade e dando pistas para um ano de 2025 positivo para a construção civil doméstica, mas que traz riscos no ponto de vista de margens de rentabilidade para as incorporadoras.

Destaques desta edição: Dados de Confiança

Confiança da Construção (ICST) apresenta leve evolução na base mensal em fevereiro, com avanço também no nível de utilização de capacidade.

Indicadores de Atividade

Expectativas da atividade do setor permanecem estáveis em 53,8 pontos pela terceira leitura consecutiva, se mantendo acima do nível neutro, mas nível de atividade recua ao menor nível do pós pandemia.

Fontes de Recursos e Novas Contratações

Poupança atinge o quinto mês consecutivo com resgates líquidos na base mensal, acumulando R$ 24,4 bilhões em resgates em 2024. Captação do FGTS avança.

Índice de preços

INCC-M avança 0,51% em fevereiro e acumula 7,18% nos últimos 12 meses. Destaque para os preços de mão de obra, que atingem a marca de 9,47% na janela anual, maior patamar desde maio de 2023.

Dados de Mercado – Construção Civil

Índice imobiliário (IMOB) recua 3,57% em fevereiro, performance mais baixa que os -2,64% registrados pelo Ibovespa no mês. Mercado ainda aguarda os resultados corporativos relativos ao 4T24, cujas divulgações ocorrerão até o final de março.

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