plataforma de estação de petróleo

Petrobras (PETR4): Produção & Vendas 3T24

Especialista Daniel Cobucci, do BB Investimentos, comenta dados de produção e vendas do 3T24 da Petrobras

Publicado por: Análise BB

conteúdo de tipo Leitura6 minutos

Atualizado em

31/10/2024 às 10:47


No 3T24, a Petrobras não apresentou grandes surpresas em seus dados de produção, cujo volume total atingiu 2.689 Mbped, 0,4% menor t/t. Um dos destaques do trimestre foi o marco atingido com o FPSO Sepetiba, no campo de Mero, que chegou ao pico de produção após o início de três novos poços produtores. A entrada em operação de novos poços nos campos de Búzios e Tupi também colaborou com a produção no período.

Outro destaque veio do início das operações do FPSO Maria Quitéria no campo de Jubarte, pré-sal da Bacia de Campos, com capacidade de 100 mil barris por dia (Mbpd) de óleo e 5 milhões de metros cúbicos por dia (MMm³/d) de gás natural. A nova unidade possui tecnologias para reduzir em até 24% as emissões de gases de efeito estufa, característica dessa nova geração de FPSOs, que deve contribuir para o cumprimento das metas de redução de emissões.

Durante os 9M24, a Petrobras registrou produção total de 2.721 Mbpd. Com isso, mantém-se a expectativa de que a produção anual fique dentro do intervalo projetado no Plano Estratégico 2024-28. A produção no pré-sal veio em linha com o trimestre anterior, +0,4% t/t, dados os destaques acima (FPSO Sepetiba e novos poços na Bacia de Santos). Já a produção no pós-sal teve uma queda de 10,1% t/t, devido à manutenções e declínio natural dos campos.

Em relação às vendas de derivados no mercado interno, vimos um bem-vindo aumento de 4,2% t/t, puxadas pelo aumento sazonal da demanda (as vendas de diesel avançaram 6% t/t, com o início da safra de grãos de verão e maior atividade industrial). A gasolina registrou aumento de 1,0% t/t, favorecida pela competitividade em relação ao etanol. O querosene de aviação (QAV) teve um incremento de 3,8% t/t, com maior demanda sazonal de viagens e atividade econômica, enquanto as vendas de GLP subiram 3,2% t/t, impulsionadas pelo clima frio e a alta da produção industrial.

Em suma, um trimestre operacionalmente bom, que sugere números favoráveis para a companhia no 3T24, ainda que tenha ocorrido uma forte queda nos preços do Brent no mês de setembro. As expectativas sobre a Petrobrás agora devem seguir ao redor das premissas do plano de negócios 2025-29, que não deve trazer grandes guinadas na estratégia, que tem funcionado bem e cujos resultados ao longo dos últimos trimestres seguem reforçando nosso olhar construtivo sobre a companhia, bem como a continuidade da elevada remuneração aos acionistas, via dividendos e recompras de ações.

Desempenho da ação

A PETR4 segue com uma performance positiva, subindo 10,2% no ano e 19,3% em 12 meses, contra -1,1% e 15,8% do Ibovespa, respectivamente. O otimismo, em nossa opinião, deriva da percepção de que os principais riscos para o papel não se materializaram, vide a estratégia de preços bem sucedida e a sequência de bons resultados seguidos de excelente remuneração ao acionista. A política comercial, que tem buscado maximizar a participação de mercado da companhia frente à concorrência com importados, se vê refletida também no aumento do fator de utilização do parque de refino, que saiu de 91% para 95% no 3T24. Mantemos nossa recomendação compra, com preço-alvo de R$ 48,50 para 2025.

PETR3, PETR4 e Ibovespa

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