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O que faz um gestor de investimentos e como se especializar na área

Criar e administrar produtos financeiros, como fundos de investimento, é uma das atribuições desse profissional

Publicado por: Broadcast Exclusivo

conteúdo de tipo Leitura4 minutos

Atualizado em

05/07/2024 às 16:20

Por Gustavo Boldrini, do Broadcast

Gerir os investimentos de alguém é uma tarefa delicada, que exige um amplo conhecimento. Já é complicado quando alguém na família te pede conselhos, imagine então ter a missão de administrar o dinheiro de milhares de pessoas e do Brasil e do exterior. Haja responsabilidade, não é mesmo? Esse é o objetivo do gestor de investimentos, um dos cargos mais importantes do mercado financeiro.

Na sua carteira de investimentos, se há um fundo, por trás dele tem alguém responsável pela seleção dos ativos que o compõem, que escolhe a estratégia conforme a conjuntura econômica e as tendências de mercado.

O gestor de investimentos é o profissional responsável por administrar os investimentos de pessoas físicas e jurídicas, incluindo grandes fortunas e investidores estrangeiros, tendo como objetivo maximizar os retornos de acordo com o risco estipulado pelos clientes.

Além de buscar elevar os retornos dos investimentos dos seus clientes, seu papel também é o de gerir os riscos de um portfólio de investimentos, diversificando a carteira, rebalanceando os ativos quando necessário e sempre em contato com os clientes.

No caso de um gestor de fundos, ele deverá responder a um mandato, que é um documento que estabelece os objetivos de investimento, as estratégias, a política de risco e a meta de rentabilidade daquele veículo. Assim, ele pode operar e tomar decisões de investimentos em nome dos cotistas daquele fundo, de modo que o mandato serve como uma garantia formal aos investidores de que aquele gestor seguirá os parâmetros acordados. O fundo em si precisa ser válido, registrado na Anbima.

Ainda falando sobre carreira, leia também: Além de conversar com seu assessor de investimentos, que tal aprender o que ele faz?

Há também gestores que trabalham em clubes de investimento, family offices, fundos de private equity (que investem em outras empresas) e private banking (bancos que atendem fortunas).

Especificamente sobre gestão de fundos, a Resolução 175, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), também conhecida como novo marco regulatório dos fundos de investimento, atribuiu novas responsabilidades a esse profissional, que deve se responsabilizar pelos contratos com prestadores de serviço, como distribuidor, agência de rating, formador de mercado, entre outros. Antes, essa atribuição era do administrador do fundo. Outra novidade é que o gestor precisa verificar o lastro da carteira de ativos, responsabilidade antes que era do custodiante.

Como se tornar um gestor de investimentos?

O processo para se tornar um gestor de investimentos é longo, e exige ao menos duas certificações da Anbima.

O primeiro passo para se tornar um gestor de investimentos é tirar o CFG - Certificação de Fundamentos de Gestão Anbima. Este curso serve para testar os conhecimentos teóricos em relação aos códigos de regulação da Anbima, gestão de portfólio de investimentos e análise de balanços patrimoniais.

Ele é um pré-requisito para profissionais que desejam obter as certificações CGA e CGE, essas sim que permitirão trabalhar como gestor.

O CGA (Certificação de Gestores Anbima) é o certificado que permite ao profissional exercer a gestão profissional de recursos de terceiros, em fundos, family offices e carteiras administradas. Lembrando que para aplicar no exame é necessário ter a certificação CFG.

A prova para obter o CGA cobra um currículo mais complexo dos candidatos, como estratégias de marcação a mercado na curva de juros, cálculos de convexidade e outros conceitos de gestão de carteiras.

Já o CGE (Certificação de Gestores Anbima para Fundos Estruturados) é para aqueles profissionais que desejam atuar na gestão profissional de investimentos alternativos, como private equity, securitização e investimentos no exterior. Ele também exige que o profissional tenha o CFG.

Além das certificações obrigatórias, para ser um bom gestor é necessário buscar sólidos conhecimentos em Macroeconomia, principalmente em política monetária, afirma Roger Alan Marçal da Silva, Head de Fundos High Alpha da BB Asset. Segundo o gestor, a renda fixa é a base de todo o mercado financeiro.

“Entender o custo de oportunidade e o valor do dinheiro no tempo é primordial para avançar nos estudos de outras classes de ativos globais. O ideal é fazer um bom Mestrado em Economia, focando na área de política monetária”, complementa.

Conheça as principais certificações do mercado financeiro.

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