mulher em cabine de votação americana

Mercado

Nvidia: entenda o impacto das eleições nos EUA sobre as ações da 'queridinha' de Wall Street

Publicado por: Broadcast Exclusivo

conteúdo de tipo Leitura6 minutos

Atualizado em

18/07/2024 às 16:41

Por Gustavo Boldrini, Aline Bronzati e Eduardo Puccioni, do Broadcast

O setor de chips e semicondutores tem sido alvo da euforia de investidores nas bolsas de Nova York desde o ano passado, quando a inteligência artificial (IA) começou a se popularizar e ganhar cada vez mais espaço em diversos segmentos da economia. E a principal beneficiada deste momento no mercado financeiro tem sido a ação da Nvidia.

Nos últimos 30 dias, porém, os papéis da Nvidia vêm sofrendo uma correção de preços, acumulando uma queda em torno de 12%. Além da já esperada realização de lucros pelos investidores, um outro fator tem influenciado o comportamento do ativo: a questão política, em especial posicionamentos de Joe Biden e Donald Trump, prováveis candidatos à presidência dos Estados Unidos nas eleições de novembro.

A guerra dos chips

Apesar das diferenças entre o atual presidente Biden, do Partido Democrata, e o ex-presidente Trump, do Partido Republicano, um assunto parece unir as agendas de ambos os pré-candidatos: a preocupação em relação ao papel da China no mercado de chips e semicondutores.

Nesta semana, alguns órgãos da imprensa americana comentaram sobre a possibilidade de que Biden anuncie um aumento nas restrições a empresas de chips que tenham laços com a China, como é o caso da holandesa ASML e da japonesa Tokyo Electron.

Ao mesmo tempo, durante uma entrevista, o adversário de Biden, Donald Trump, expressou descontentamento com a perda da indústria de semicondutores para Taiwan, onde está sediada a TSMC, maior produtora deste material no mundo.

A fala também tem um componente geopolítico, já que Taiwan é alvo de tensões com a China, que considera a pequena nação insular como parte do seu território. Os Estados Unidos se colocam como apoiadores do governo local que se vê como um país independente, inclusive concedendo apoio militar aos taiwaneses.

Como as eleições dos EUA impactam a ação da Nvidia?

As falas de Biden e Trump ao longo da semana levaram a um movimento de quedas acentuadas em ações do setor, como ASML e Tokyo Electron, citadas como prováveis vítimas de restrições pelo governo Biden, mas também se estendendo para outras companhias, como a TSMC, alvo da fala de Trump, e a própria Nvidia.

Os investidores temem que grandes fabricantes de chips enfrentem mais restrições comerciais nos EUA, independentemente de quem vencer as eleições presidenciais de novembro. E isso pode elevar a cautela em relação às ações.

Vale ressaltar que já existem restrições comerciais a este setor por parte do governo americano. Em maio deste ano, o presidente Biden anunciou um pacote de aumento de tarifas a diversos produtos importados da China, incluindo semicondutores e chips.

Como investir no setor de semicondutores?

Apesar das questões políticas, as principais ações do setor de semicondutores seguem em alta neste ano e têm demonstrado resultados positivos em seus balanços. Por isso, devem continuar atraindo muitos investidores, em especial pessoas físicas.

A Nvidia é citada como a queridinha do mercado. A desenvolvedora de chips e semicondutores que podem ser utilizados pela indústria da inteligência artificial, viu suas ações negociadas em Nova York se valorizarem em torno de 2.000% nos últimos cinco anos. Em junho deste ano, inclusive, a Nvidia chegou a ultrapassar Apple e Microsoft, tornando-se a empresa mais valiosa do mundo, com mais de US$ 3 trilhões em valor de mercado à época.

Aqui no Brasil, é possível investir em empresas de chips listadas em Nova York diretamente pela B3, por meio dos recibos de ações, os Brazilian Depositary Receipts (BDRs), de companhias como Nvidia (NVDA34), TSMC (TSMC34), Intel (INTC34), Broadcom (AVGO34), Advanced Micro Devices (A1MD34) e Micron (MUTC34).

Caso o investidor prefira não selecionar uma empresa mas investir no setor como um todo, é possível investir no fundo de índice (ETF) CHIP11, lançado nesta quarta-feira (17) pela Investo, empresa do grupo VanEck e gestora de ETFs no Brasil. O ETF replica o comportamento do fundo de índice SMH (VanEck Semiconductor ETF), listado na bolsa de valores americana Nasdaq. Nos Estados Unidos, o fundo possui mais de U$ 25 bilhões sob gestão.

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