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Setorial Bancos: Confira a análise dos dados de junho do Bacen pelo BB-BI
Elevação do estoque puxado por PJ, inadimplência em predominante estabilidade e spreads em queda com maiores custos de captação desenham um cenário com um mix ligeiramente favorável.
Publicado por: Análise BB
8 minutos
Atualizado em
23/08/2024 às 14:33
Dados do mercado de ações
O Índice do setor financeiro (IFNC) operou acima do Ibovespa em junho, refletindo, em nossa opinião, alguma reprecificação diante das quedas recentes. Nossas top picks figuraram entre os melhores desempenhos.
Dados Mensais
Os dados de crédito de junho, divulgados pelo Bacen em 26/julho, tiveram como destaques: (i) forte avanço da carteira de crédito SFN no comparativo mensal (+1,2%), com variações positivas em todas as macro modalidades, destacadamente Livre PJ (+2,9%). Com este movimento, a variação ano contra ano do saldo de operações de crédito, passou de 9,1% em maio para 9,9% em junho; (ii) inadimplência em predominante estabilidade, com Livres registrando ligeiro aumento enquanto Geral recuando na mesma magnitude e; (iii) queda do spread geral, que atingiu 18,3%, enquanto o ICC ficou estável na passagem do mês.
Leitura e perspectivas
Os dados de junho sugerem a manutenção de mais pontos positivos do que negativos para o setor bancário, em nossa leitura. O destaque fica por conta do crescimento de crédito, ainda que exista certa contaminação por conta da renegociação e consequente ausência de amortizações de algumas operações no estado do RS por conta da tragédia climática ocorrida por lá em maio. Este maior crescimento ajuda a compensar a queda dos spreads, que ainda é a tônica apesar da interrupção nos cortes da Selic. Por fim, a inadimplência se mostra de forma geral controlada, sugerindo possibilidade dos bancos acelerarem originação, com o dedo no pulso da deterioração da capacidade de pagamento das famílias diante do cenário de juros ainda elevados atualmente em voga. A temporada de balanços do 2T se iniciou com Santander no dia 24/7, com o banco mostrando tendências de certa forma aguardadas para o setor, como um renovado apetite para a concessão, expansão de receitas de serviços, custos e inadimplência sob controle, com contraponto negativo vindo por conta de receitas de juros mais fracas dada a abertura da curva vista no período, que pressionou custos de captação e penalizou negativamente o resultado de tesouraria. Diante destas dinâmicas, continuamos indicando principalmente Itaú e BTG para nossas carteiras dadas suas boas tendências operacionais.
Concessões e saldo
Concessões ajustadas sazonalmente avançam 16% a/a. Saldo de crédito atinge R$ 6 trilhões, levando a proporção crédito/PIB a 54,1%, o maior nível desde março de 2021.
Crescimento - Modalidades PF, PJ, Livres e Direcionados
Comparativo ano contra ano no estoque continua acelerando, atingindo 9,90% em junho (vs 9,1% em maio), com os principais contribuidores sendo as modalidades PF (11,35%) e Direcionados (13,04%).
Crescimento - Modalidades Livre (PF e PJ) e Direcionados (PF e PJ).
Modalidade Livre PJ foi destaque com alguma recuperação puxada por desconto de duplicatas e outros recebíveis. Nos direcionados, destaque para PJ, embora com poluição do dado vinda por repactuações e ausência de amortizações de certas linhas dentro do contexto de auxílio ao estado do RS.
Inadimplência
Inadimplência geral (90 dias) recuou marginalmente a 3,2% (3,3% em abril), apesar da deterioração vista na modalidade livres, neste mês prejudicada pela PJ.
Endividamento e Comprometimento de renda
Endividamento praticamente estável, enquanto comprometimento de renda oscila, mas em junho recua registrando o menor nível desde junho de 2022.
Endividamento e renegociações (composição).
Saldo de renegociações observa estabilidade, assim como a inadimplência da linha, que se mantém em patamar historicamente elevado, a 17,2%.
ICC e Spread geral.
ICC vem demonstrando movimento de ligeira contração, enquanto spread geral retrai de forma mais íngreme, com custos de captação pressionado e taxa de aplicação com pouco espaço para compensar.
Disclaimer
Este é um relatório público e foi produzido pelo BB-Banco de Investimento S.A. (“BB-BI”). As informações e opiniões aqui contidas foram consolidadas ou elaboradas com base em informações obtidas de fontes fidedignas e de boa-fé, tendo sido tomadas medidas razoáveis para assegurar sua exatidão no momento de publicação. Contudo, o BB-BI não garante que tais dados sejam totalmente isentos de distorções e não se compromete com a veracidade dessas informações. Todas as opiniões, estimativas e projeções contidas neste documento referem-se à data presente e derivam do julgamento de nossos analistas de valores mobiliários (“analistas’), podendo ser alteradas a qualquer momento sem aviso prévio. O BB-BI não garante o lucro e não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações divulgadas nesse material, que tem por finalidade apenas informar e servir como instrumento que auxilie a tomada de decisão de investimento, não devendo ser interpretado como material promocional, recomendação, oferta ou solicitação de oferta para comprar ou vender quaisquer títulos e valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros. Investimentos nos mercados financeiros e de capitais estão sujeitos a riscos de perda superior ao capital investido. A rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura. Nos termos do art. 22 da Resolução CVM 20/2021, o BB-BI, em conjunto com o Conglomerado Banco do Brasil S.A. (“Grupo”), declaram que (i) podem ser remunerados por serviços prestados ou possuir relações comerciais com a(s) empresa(s) analisada(s) neste relatório ou com pessoa natural ou jurídica, fundo ou universalidade de direitos, que atue representando o mesmo interesse dessa(s) empresa(s); (ii) podem possuir participação acionária direta ou indireta, igual ou superior a 1% do capital social da(s) empresa(s) analisada(s), e poderão adquirir, alienar ou intermediar valores mobiliários da(s) empresa(s) no mercado.
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