Hypera (HYPE) 2T24: misto; queda de margem bruta, apesar de fluxo de caixa recorde para o trimestre
BB analisa resultado do 2º TRI 2024. Empresa apresentou resultado misto, com queda de margem bruta e fluxo de caixa recorde para o trimestre
Publicado por: Análise BB
7 minutos
Atualizado em
07/08/2024 às 16:07
A Hypera reportou um resultado misto no 2T24, em nossa opinião. A companhia apresentou queda na receita líquida devido, principalmente, ao impacto de uma base de comparação forte, e margem bruta inferior ao do mesmo período do ano anterior, esta impactada negativamente pelo (i) mix de produtos; (ii) aumento dos descontos promocionais; e (iii) menor diluição dos custos fixos.
Por outro lado, a empresa apresentou manutenção da margem EBITDA e, mais uma vez, um fluxo de caixa operacional recorde para o período, que foi beneficiado pela diminuição do capital de giro em função da decisão da companhia em reduzir os estoques. A Hypera informou que continua com foco na redução da alavancagem financeira, mas cujo patamar ainda se encontra em 2,4x de dívida líquida/EBITDA.
Desempenho das Ações e Perspectivas
As ações HYPE3 acumulam queda de cerca de ~16% desde o início do ano, bastante acima do Ibovespa, em função da abertura da curva de juros observada ao longo do 1S24, que tem impactado as companhias de setores cíclicos em geral.
No entanto, acreditamos que a Hypera possui boa perspectiva quanto à redução da alavancagem financeira dentro dos próximos trimestres, mas com alguma pressão ainda sendo observada em função da manutenção dos juros em patamares elevados. Portanto, mantemos nosso preço-alvo para o final de 2024 em R$ 38,10 e a recomendação Neutra.
Desempenho Econômico-financeiro
A receita líquida veio em R$ 2,2 bilhões, 1,9% inferior na comparação anual e 2,2% abaixo de nossas projeções. Essa queda deveu-se a uma base de comparação forte, dado que o sell-out* no varejo farmacêutico no 2T23 teve uma forte alta de 8,6% a/a. Na comparação com a receita líquida do 2T22, por exemplo, o crescimento foi de 15,5%, patamar próximo aos 15,4% de crescimento do sell-out nesse mesmo período. No trimestre, o crescimento desse indicador foi 3,9 p.p. inferior ao crescimento do mercado. O número foi impactado principalmente pelas categorias relacionadas a Gripe, Respiratório, e Dor e Febre, que possuem maior relevância para o faturamento da companhia do que as vendas no varejo farmacêutico, registrando uma desaceleração de 1% a/a.
A margem bruta, por sua vez, veio 2,2 p.p. abaixo na comparação anual e 0,4 p.p. inferior r/e, atingindo 60,9% no trimestre. A queda expressiva é resultante de alguns fatores, como: (i) impacto negativo do mix de produtos vendidos no trimestre; (ii) aumento dos descontos promocionais; e (iii) menor diluição de custos fixos pela redução do ritmo de produção, devido à decisão da companhia de diminuir os estoques ao longo do ano.
Já a margem EBITDA Ajustada ficou praticamente estável na comparação com o trimestre do ano anterior (-0,2 p.p. a/a), fechando o 2T24 em 34,5%, número 1 p.p. superior às nossas estimativas.
Por fim, o lucro líquido consolidado foi de R$ 493 milhões, queda de 2,3% a/a, com a margem líquida vindo em 22,5% (-0,1 p.p. a/a e +0,1 p.p. r/e). O lucro líquido foi impactado pela redução de 6,4% a/a do EBIT das Operações Continuadas, mas parcialmente compensado pelo recuo de 17,3% a/a nas Despesas Financeiras Líquidas.
O endividamento líquido da companhia ao final do trimestre atingiu R$ 7,4 bilhões, equivalente a 2,4x o EBITDA Ajustado, mantendo um patamar ainda elevado, em nossa opinião.
Destaque para o fluxo de caixa livre no trimestre de R$ 624 milhões, valor recorde para um segundo trimestre, favorecido pelo menor investimento em capital de giro devido à redução dos estoques.
(*) vendas realizadas aos consumidores nos pontos de venda (farmácias e drogarias).
Destaques 1T24
Guidance 2024
Em sua teleconferência de resultados, a companhia anunciou que mantém o guidance para o ano de 2024 divulgado anteriormente:
- Receita Líquida ao redor de R$ 8,6 bilhões (+8,7% a/a);
- EBITDA Ajustado de operações continuadas ao redor de R$ 3,0 bilhões (+10,7% a/a);
- Lucro Líquido das operações continuadas ao redor de R$ 1,850 bilhão (+12,0% a/a).
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