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Eletrobras (ELET3): operacional ajustado é beneficiado por resultado financeiro e crédito fiscal; 2T24 positivo

Publicado por: Análise BB

conteúdo de tipo Leitura3 minutos

Atualizado em

09/08/2024 às 13:45


A Eletrobras divulgou em 7/8, após o fechamento do mercado, seu resultado referente ao 2T24, mostrando continuidade no avanço de seu processo de racionalização de custos e simplificação societária, bem como no aumento dos investimentos em expansão.

A receita regulatória consolidada veio em R$ 9,7 bilhões no 2T24 (+9,1% a/a), somando R$ 19,4 bilhões no 6M24 (+9% a/a). O crescimento foi principalmente beneficiado pelo impacto do reperfilamento da RBSE sobre a receita de transmissão a partir de julho de 2023, enquanto a receita de geração ficou estável com aumento de volume (+11,9% a/a), compensando menor preço médio de venda de energia (-10,8% a/a).

Os custos operacionais não gerenciáveis ex-depreciação e amortização aumentaram em ritmo inferior à receita no trimestre, mas cresceram em ritmo superior no 6M24, somando R$ 3,1 bilhões no 2T24 (+4,0% a/a) e R$ 6,2 bilhões no 6M24 (+11,7% a/a). As despesas gerenciáveis ex-d&a apresentaram forte alta na comparação anual, prejudicadas pela base comparativa do 2T23, que foi impactada pelos eventos não recorrentes: (i) despesa com PDV e (ii) reversão de provisão bilionária referente ao empréstimo compulsório contabilizado naquele trimestre. Analisando apenas os custos e despesas com pessoal, material e serviços de terceiros, sem as despesas com PDV, percebemos a melhoria decorrente da reestruturação em andamento, com esses custos e despesas somando R$ 1,4 bilhão no 2T24 (-18,1% a/a) e R$ 2,8 bilhões no 6M24 (-12,1% a/a).

Houve redução de R$ 700 milhões no estoque de provisão de empréstimo compulsório, com R$ 223 milhões de deságio no 2T24, e o avanço na estruturação da comercializadora mais que dobrou a quantidade de clientes do ACL nos últimos 12 meses, contratando mais energia no mercado livre que vinha sendo liquidada no mercado à vista.

O EBITDA veio em R$ 5,6 bilhões no 2T24, em queda de 7,2% na comparação anual em função da reversão de provisão bilionária ter beneficiado o resultado do 2T23 e somou R$ 10,6 bilhões no 6M24 (-0,6% a/a), com margem de 57,5% no 2T24 e de 55% no 6M24.

O resultado de participações societárias adicionaram R$ 629 milhões no 2T24 e R$ 1 bilhão no 6M24, em alta de 27% e 49% na comparação anual respectivamente.

O resultado financeiro também favoreceu a comparação anual do trimestre, favorecido principalmente por menores despesas de variações e correções monetárias e de atualização de saldo de dívida protegida (hedge). No 2T24 o resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 2,7 bilhões (-14,8% a/a). No 6M24 somou -R$ 5,5 bilhões, ligeiramente abaixo do reportado no mesmo período do ano anterior.

Houve aproveitamento de créditos fiscais em montantes relevantes no 2T24, com destaque para R$ 1,1 bilhão decorrente da incorporação de Furnas, trazendo a linha de imposto de renda e contribuição social para o positivo, em R$ 866 milhões, ante o valor negativo de -R$ 465 milhões no 2T23.

O lucro líquido regulatório foi R$ 2,4 bilhões no 2T24 em alta expressiva na comparação anual (+72% a/a) e somou R$ 3,2 bilhões no 6M24, montante quase 3 vezes superior ao mesmo período do ano anterior, beneficiados em grande parte pelo reconhecimento do crédito fiscal.

Perspectivas, preço-alvo e recomendação

As ações ELET3 iniciaram uma trajetória de alta recente, com valorização de aproximadamente 10% desde a publicação do nosso relatório de início de cobertura em 27/6. O resultado do trimestre confirma as nossas expectativas para a companhia e acreditamos que a continuidade da reestruturação em andamento, a conclusão da negociação de acordo extrajudicial com o Governo Federal aparentemente já em etapa final e a melhora nas perspectivas de preço de energia no mercado livre devam manter a atual tendência positiva para os papéis.

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