BB-BI analisa a Petrobras sob a ótica do crédito privado
Análise de emissores de crédito privado
Publicado por: Análise BB
6 minutos
Atualizado em
19/11/2024 às 12:14
A Petrobras é uma das maiores companhias brasileira e uma das maiores produtoras de petróleo e gás do mundo. Sua atividade é dedicada principalmente à exploração e produção, refino, geração de energia e comercialização. A Petrobras tem expertise na exploração e produção em águas profundas e ultra profundas como resultado de quase 50 anos de desenvolvimento das bacias offshore brasileiras, tornando-se líder mundial neste segmento. Tem como prioridade operar com baixos custos e com baixa emissão de carbono, reforçando o compromisso com o desenvolvimento sustentável para uma justa transição energética no Brasil. Sua ambição é neutralizar as emissões (escopos 1 e 2) nas atividades sob seu controle até 2050.
Os seus segmentos de atuação e objetivos são: (i) exploração e produção (E&P), com foco em maximizar o valor do portfólio com foco em ativos rentáveis, repor as reservas de petróleo e gás inclusive com a exploração de novas fronteiras, aumentar a oferta de gás natural e promover a descarbonização das operações; (ii) refino, transporte e comercialização, com o objetivo de atuar de forma competitiva e segura, maximizar a captura de valor pela adequação e aprimoramento de seu parque industrial e da cadeia de abastecimento e logística, buscar a autossuficiência em derivados, com integração vertical, processos mais eficientes, aprimoramento de produtos existentes e desenvolvimento de novos produtos em direção a um mercado de baixo carbono e; (iii) gás e energias de baixo Carbono, renováveis, onde busca atuar de forma competitiva e integrada na operação e comercialização de gás e energia, otimizando o portfólio e atuando na inserção de fontes renováveis.
A companhia tem apresentado trajetória sólida de desalavancagem e melhora em seu perfil financeiro nos últimos anos, impulsionada pela forte geração de fluxo de caixa das operações, foco na redução da dívida, controle de custos e venda de ativos não estratégicos. No 3T24, a alavancagem (dívida líquida / EBITDA) em R$ se manteve em patamar saudável, com métrica de 1,0x.
Contexto operacional recente e análise financeira
A Petrobras consegue, graças a seus fortes investimentos em P&D e à característica de elevado volume no pré-sal, manter custos de extração entre os mais competitivos do mundo, registrando uma produtividade elevada em E&P, ao passo em que avanços importantes têm sido feitos em refino. A entrada de novas plataformas, como os FPSOs Almirante Barroso, Anna Nery e Anita Garibaldi, foi um dos principais gatilhos para o crescimento de 3,7% na produção total de óleo e gás em 2023, puxada pela elevação de 10,2% na produção no pré-sal. Esperamos um crescimento significativo até 2028, impulsionado por novos projetos em campos como Búzios e Mero, que devem colaborar para que a produção passe dos atuais de 2,2 MMboed para 2,7 MMboed até 2028.
No segmento de refino, vemos uma taxa de utilização do parque em média de 93% desde o segundo trimestre de 2023, uma elevação frente à média de 77% no período 2017-2019 e aos 83% de média entre 2020 e 2022. Tal dinâmica, de manter bons níveis de vendas e elevado uso do parque de refino, sinaliza que a política comercial (que considera o custo alternativo do cliente e o valor marginal dos produtos com bandas de preços) permitiu que a empresa mantivesse um bom nível de market share, mesmo com a entrada, a partir de 2022, de expressivos volumes de diesel de origem russa com preços bastante descontados em relação aos praticados na referência do golfo do México, ou seja, a companhia ganhou participação de mercado antes detida por importadores.
No resultado do 3T24, a Petrobras seguiu com uma excelente geração de caixa operacional, de R$ 62,7 bilhões, incremento de 33% t/t e 11% a/a, e atingiu um fluxo de caixa livre de R$ 38,0 bilhões. A dívida bruta foi mantida em US$ 59,1 bilhões, enquanto a dívida líquida caiu 4,1% t/t, atingindo US$ 44,3 bilhões. A companhia tem apresentado uma trajetória sólida de desalavancagem e melhora em seu perfil financeiro nos últimos anos, impulsionada pela forte geração de fluxo de caixa das operações, foco na redução da dívida, controle de custos e venda de ativos não estratégicos. A alavancagem medida pela relação dívida líquida / EBITDA se manteve em patamar saudável no 3T24, com métrica de 1,0x, assim como a posição de liquidez se mostrou suficiente para cobertura das obrigações de curto prazo, fortalecendo a resiliência da empresa diante de volatilidades no mercado de petróleo.
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