BB-BI analisa a Klabin sob a ótica do crédito privado
Análise de emissores de crédito privado
Publicado por: Análise BB
6 minutos
Atualizado em
19/11/2024 às 12:04
A Klabin é a maior produtora, exportadora e recicladora de papel de embalagem no Brasil, e uma das maiores produtoras integradas de papel da América Latina. Além disso, a companhia também é a única empresa brasileira a vender simultaneamente celulose de fibra curta (eucalipto), celulose de fibra longa (pinus) e fluff de fibra longa. A empresa possui 22 fábricas no Brasil e uma na Argentina, abastecendo o mercado doméstico e internacional, e sua demanda por madeira (principal matéria prima) é atendida principalmente por suas próprias florestas de eucalipto e pinus.
Os papéis produzidos pela Companhia são utilizados na produção de embalagens de papel para produtos de consumo em uma ampla gama de setores, incluindo alimentos, produtos eletrônicos, itens de higiene pessoal e beleza, bebidas enlatadas e engarrafadas, entre outros. Além disso, a Klabin fornece embalagens de papelão ondulado a diversos segmentos da economia, e sacos industriais para a construção civil, alimentos, produtos químicos e agronegócio. Portanto, a demanda dos produtos da companhia está diretamente relacionada à dinâmica desses setores.
A companhia tem um histórico de investimentos em grandes projetos de expansão, com destaque para o Projeto Puma II, em que houve a instalação de duas máquinas de papel integradas à produção de celulose, denominadas MP27 e MP28, e que atualmente estão em processo de ramp-up (aumento de produção) e, portanto, são esperados incremento de volumes e ganhos de eficiência nos próximos resultados. A alavancagem financeira da atingiu 3,9x dívida líquida/EBITDA ajustado (ante 3,2x ao final do 2T24) e ficou no limite estabelecido pela nova política de endividamento recém-anunciada, mas há iniciativas em andamento para a redução do indicador.
Contexto operacional recente e análise financeira
Assim como as demais empresas do setor, os resultados da Klabin estão expostos à volatilidade dos preços de celulose e a taxa de câmbio, que impactam a receita, os custos e as margens de todos os segmentos. De forma geral, o desempenho operacional de todos os segmentos de atuação da companhia tem se mostrado resiliente, tendo apresentado margens satisfatórias. No resultado do 3T24, a empresa apresentou crescimento de 13,6% a/a na receita líquida, explicado principalmente pelo avanço nos preços de celulose, pela desvalorização cambial e pelo incremento nos volumes de papéis advindo das novas máquinas do Projeto Puma II. Além disso, o EBITDA ajustado teve incremento de 33,5% a/a, refletindo principalmente a redução dos custos de fibras em razão da captura de sinergias do Projeto Caetê (aquisição da operação florestal da Arauco, no Paraná).
No 3T24, a dívida bruta teve aumento de R$ 300 milhões em relação ao balanço do 2T24 e atingiu R$ 37 bilhões (sendo 85% do saldo em moeda estrangeira), já a dívida líquida saltou para R$ 29,5 bilhões, um avanço de R$ 5,7 bilhões explicado pelo desembolso de R$ 6,3 bilhões referente ao pagamento do Projeto Caetê. Assim, a alavancagem financeira medida em US$ atingiu 3,9x dívida líquida/EBITDA ajustado (ante 3,2x ao final do 2T24) – no limite estabelecido pela nova política de endividamento anunciada pela empresa (anteriormente, o teto de alavancagem durante ciclos de investimento1 era de 4,5x). Importante destacar que a Klabin não possui covenants financeiros atrelados à sua dívida. Como forma de reforçar seu compromisso com a desalavancagem, recentemente, a Klabin também anunciou a alteração do percentual alvo para distribuição de proventos, que passou de 15 a 25% do EBITDA Ajustado para 10 a 20% do EBITDA Ajustado. E por fim, foi anunciado o Projeto Plateau, que prevê a parceria com uma organização especialista para a exploração de atividade florestal, de modo que haverá a monetização, pela Klabin, de terras excedentes do Projeto Caetê no valor de R$ 1,8 bilhão, e possibilidade de uma tranche adicional de até R$ 0,9 bilhão em 2025.
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