Conheça o QSOL11, primeiro ETF de Solana das Américas que estreia na B3
ETF QSOL11, da gestora QR Capital, será o primeiro fundo de índice ligado à criptomoeda SOL nas Américas
Publicado por: Broadcast Exclusivo
4 minutos
Atualizado em
28/08/2024 às 17:28
Por Gustavo Boldrini, do Broadcast
São Paulo, 28/08/2024 - Estreou nesta quarta-feira na B3 o fundo negociado em bolsa (ETF, na sigla em inglês) à vista da criptomoeda Solana. O ETF de Solana, da gestora QR Asset Management, tem o ticker QSOL11. Trata-se do primeiro ETF ligado a essa criptomoeda nas Américas, em mais um sinal do quanto o mercado brasileiro tem sido aberto às criptomoedas.
"O impacto para o investidor brasileiro é positivo, já que se trata de mais uma opção para acessar o mercado cripto, e isso mostra o quanto o regulador brasileiro [CVM, a Comissão de Valores Mobiliários] tem sido pró-cripto", comenta Rony Szuster, analista do Mercado Bitcoin.
Por meio de um ETF cripto, investidores conseguem investir por meio de uma corretora de investimentos, sem necessariamente precisar abrir conta em uma Exchange (corretora cripto) ou se preocupar com as flutuações do câmbio, já que a referência de preço é em dólar.
ETF de SOL à vista
Com a estreia do QSOL11, o Brasil se junta a Suíça e Alemanha como os únicos países do mundo que possuem produtos negociados em bolsa que seguem a cotação à vista da Solana. A diferença é que nos países europeus esse produto não é conhecido como ETF, mas como ETP (sigla em inglês para "produto negociados em bolsa").
Além do QSOL11, da QR Capital, a CVM aprovou no último dia 20 a negociação de um ETF de Solana da gestora Hashdex na B3. O fundo, que tem como administrador o banco BTG Pactual, está aguardando o aval da B3 para poder estrear.
"Os ETFs são convenientes para uma parcela de investidores do mercado financeiro tradicional, que já estão habituados a ter exposições em renda variável, mas que por algum motivo, ainda não negociam criptomoedas", comenta Ana de Mattos, analista técnica e trader parceira da Ripio.
Na avaliação da Binance, o mercado brasileiro demonstra pioneirismo no lançamento dos ETFs. Segundo Guilherme Nazar, vice-presidente regional da exchange na América Latina, isso "reflete uma demanda dos investidores locais e contribui para otimismo em torno da crescente adoção institucional de criptomoedas no país".
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Tem ETF de Solana nos EUA?
Se no Brasil a percepção é a de que a CVM está de portas abertas para os criptoativos, nos Estados Unidos, o principal mercado financeiro do mundo, a realidade é outra.
Após as estreias de ETFs de Bitcoin e Ethereum nos Estados Unidos, Securities and Exchange Comission (SEC, a CVM dos EUA) recebeu alguns pedidos de registro de ETFs de Solana à vista. A aprovação, no entanto, é incerta e até mesmo vista como improvável para alguns analistas.
Isso tem a ver com um fator técnico importante, segundo Rony Szuster, do Mercado Bitcoin. Um dos motivos pelos quais a SEC aprovou os ETFs de BTC e ETH à vista foi a preexistência de ETFs no mercado americano que já replicavam mercados futuros dessas duas criptomoedas. Com isso, a SEC conseguiu avaliar diversos pontos, como a volatilidade dos ativos, para poder tomar uma decisão sobre o ETF à vista.
"A SEC segue essa ordem de verificar o comportamento do ETF futuro e aí ver se aprova o ETF à vista, só que a Solana não tem negociação de ETF de futuros, e essa seria a grande diferença. Por não ter esse passo anterior, pode ser que o ETF de Solana não seja aprovado", explica o especialista.
Outro fator que dificulta a aprovação do ETF de Solana nos EUA, ao menos no curto prazo, é a política. Isso porque membros do Partido Democrata, do atual presidente Joe Biden, têm se mostrado céticos em relação ao mercado cripto, o que influencia também o comportamento da SEC em torno desses ativos.
Por outro lado, o Partido Republicano, do ex-presidente Donald Trump, tem tentado se colocar como um aliado da causa. A chegada das eleições presidenciais em novembro deste ano entre Trump e a democrata Kamala Harris traz mais um tempero de incerteza sobre como a SEC se comportará.
- "Se republicanos ganharem, pode ser que esse pedido ande para a frente. Isso não quer dizer que não vai ser aprovado, mas é pouco provável, ainda mais em uma nova gestão democrata", avalia Szuster.
Entenda: Trump ou Kamala: como o mercado das criptomoedas vê as eleições nos EUA
Comprar Solana visando uma possível aprovação de ETF nos EUA não é o ideal, segundo Rony Szuster, do Mercado Bitcoin, já que o tema é incerto. Segundo ele, "tem outros motivos que tornam a criptomoeda interessante", como o fato de ser uma rede altamente tecnológica.
Quais são as perspectivas para a Solana?
Segundo dados da Coinmarketcap, a Solana é o quinto ativo de maior capitalização de mercado entre as criptomoedas, com US$ 66 bilhões em circulação, atrás de Bitcoin, Ethereum, Tether e BNB. Depois de passar por um período de volatilidade no início deste ano devido a inconsistências na sua rede, o preço da SOL já acumula uma alta em torno de 44% em 2024.
Segundo Ana de Mattos, a Solana é uma "boa opção para carteiras de investimento arrojadas, que tenham espaço para projetos inovadores e de longo prazo". Ela recomenda, por isso, "estratégia e cautela" ao fazer aportes na criptomoeda.
Tecnicamente, a Solana, assim como o Ethereum, permite em sua rede a criação de contratos inteligentes, os populares "smart contracts". Basicamente, esses contratos são programas de computador que podem ser criados dentro das redes blockchain e executados de forma automática por duas partes, sem a necessidade de um intermediário.
Isso significa que seria possível, por exemplo, vender um imóvel por meio da rede Solana. Bastaria o vendedor registrar esse bem na rede blockchain e transferi-lo ao comprador, que pagaria o valor correspondente dentro da mesma rede, assim que todas as condições acordadas (como a assinatura digital e o pagamento completo) forem atendidas.
Uma das diferenças apontadas por analistas entre SOL e ETH é a velocidade de realização de transações. "Solana é uma blockchain de alto desempenho, com taxas baixas e transações extremamente rápidas, processando até 50 mil transações por segundo", aponta a analista. Isso a torna "uma das blockchains com maior capacidade de processamento de transações entre as principais redes".
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