Com a OPA da Cielo, BB eleva exposição ao resultado da Cateno
Publicado por: Broadcast Exclusivo
4 minutos
Atualizado em
14/11/2024 às 14:02
Por Matheus Piovesana, do Broadcast
Rio, 14/11/2024 - O Banco do Brasil aumentou a fatia dos resultados da Cateno, empresa que gere os cartões Ourocard, que passam pelo balanço do conglomerado. Essa fatia subiu para cerca de 70% graças ao fechamento de capital da Cielo, que é controlada pelo BB e pelo Bradesco, e que é controladora da Cateno. A fatia inicial do BB na Cateno era de 30%.
"Com a operação da Cielo, nós aumentamos a nossa exposição ao resultado da Cateno", disse o vice-presidente de Gestão Financeira e de Relações com Investidores do banco, Geovanne Tobias, em coletiva de imprensa para comentar os resultados do banco no terceiro trimestre.
BB e Bradesco fecharam o capital da Cielo em agosto. A credenciadora detém 70% do capital da Cateno, e o BB, os demais 30%. Indiretamente a fatia do BB é maior, dado que o banco detém 49,99% do capital da Cielo.
O executivo disse que em cartões, o volume de receitas do banco caiu por causa dos ajustes de carteira. O objetivo é aumentar essa receita no ano que vem. Além do retorno via crédito, após deduzidas as provisões, o BB quer ampliar a receita.
A presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, afirmou que o fechamento de capital da Cielo, realizado em agosto, e a aceleração em cartões de crédito, que deve ficar mais visível em 2025, são parte de uma mesma estratégia ampla do banco. "Faz parte de uma estratégia mais completa, mais robusta". A executiva disse que o banco aprendeu a buscar os clientes de maior qualidade de crédito das classes C, D e E, que são vistas como mais arriscadas pelo mercado. De acordo com ela, 6 milhões dos 24 milhões de clientes de cartões de crédito Ourocard já pertencem a esses bolsões.
O banco lança nesta quinta o cartão de crédito com limite lastreado em investimentos. O cliente poderá reservar o saldo que possui em qualquer tipo de investimento, inclusive os feitos através da BB Asset.
Tobias afirmou que inicialmente, o BB vai focar em clientes que já estão no banco, mas que têm menor relacionamento, ou então não usam os cartões. Este será o tom para crescer em outras carteiras de créditos não-consignados. No começo do quarto trimestre, segundo ele, há desembolso recorde nessas linhas para clientes do banco.
O banco fez uma revisão de carteira nos últimos dois anos que incluiu a mudança no modelo de parceria em cartões co-branded. Um dos marcos foi o encerramento do contrato de emissão dos cartões Ame, da Americanas, mas outras parcerias também deixaram de acontecer. "Esse produto tem uma rentabilidade associada pequena para o banco", disse o vice-presidente de Controles Internos e Gestão de Riscos do BB, Felipe Prince. De acordo com ele, o BB entende que as marcas tanto do banco quanto do Ourocard são fortes o suficiente para que o banco avance nesse mercado.
O BB fez ajustes na carteira ao longo dos últimos dois anos para reduzir a inadimplência, os riscos e também a entrada de clientes através dos canais digitais. "Nós conseguimos fazer esses ajustes sem perder saldo de carteira", afirmou Prince.
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