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Ambev (ABEV3) 2T24: melhoria operacional compensa maiores despesas com IR
Resultado do 2T24 foi puxado novamente pela operação brasileira
Consideramos como positivo o resultado do 2T24 reportado pela Ambev. Apesar dos ventos adversos nas operações internacionais, em especial no Canadá e na Argentina, a companhia entregou expansão de receita combinada com alta no resultado operacional, compensando parcialmente a queda do lucro líquido advinda de maiores despesas com imposto de renda.
O destaque positivo ficou por conta do segmento Brasil NAB (não alcoólicos), com forte crescimento de receita e expansão de margem EBITDA Ajustada.
Desempenho das Ações e Perspectivas
As ações ABEV3 acumulam queda de quase 16% em 2024 (até ontem,31). Ao nosso ver, a apreensão recente quanto às pressões inflacionárias e discussões acerca do patamar futuro de juros vêm se somando às já existentes preocupações quanto ao desempenho das operações internacionais e ao impacto das novas regras tributárias no resultado líquido da companhia. Nesse contexto, entendemos que as pressões recentes sofridas pelo papel são passageiras, com chances de as preocupações se dissiparem caso a companhia siga apresentando um sólido desempenho operacional em linha com o que já vem sendo reportado. Nesse contexto, mantemos nossa recomendação de Compra e preço-alvo para o final de 2024 em R$ 16,00.
Destaques
Destaque por Região
Brasil. O segmento de cervejas reportou crescimento de volume (+2,9% a/a) e de receita (+6,9% a/a) que, combinados com preços mais comportados das commodities, permitiram melhoria da margem EBITDA Ajustada em 3,8 p.p. a/a, atingindo 30,3% no trimestre.
No segmento de não alcoólicos (NAB), o destaque ficou por conta das marcas de health & wellness, que levaram a um crescimento de 7,7% a/a no volume do segmento e um aumento da receita líquida de 15,0% a/a. A redução das despesas VG&A em 3,5% a/a combinada à elevação dos custos em patamar inferior ao crescimento da receita líquida permitiram que o segmento reportasse uma elevação de 5,3 p.p. de margem EBITDA Ajustada na comparação anual, atingindo 28,0%.
No consolidado, o segmento Brasil, responsável por 58% do resultado operacional da Ambev neste trimestre, reportou receita líquida de R$ 11,2 bilhões (+8,2% a/a) e EBITDA Ajustado de R$ 3,3 bilhões (+25,1% a/a), contribuindo positivamente para o desempenho no 2T24.
América Central e Caribe (CAC)*. O crescimento de volume (+3,4% a/a) e de ROL/hl (+4,8%) implicou na alta de 8,4% da receita líquida na comparação anual. Além do bom desempenho das vendas, o segmento reportou queda nos custos/hl em 4,0% a/a, refletindo na elevação da margem EBITDA Ajustada em 3,3 p.p. a/a, atingindo 17,9% neste trimestre. Considerando a variação cambial, a margem EBITDA Ajustada reportada foi de 11,9%, representando ainda uma elevação na comparação anual de 2,7 p.p.
América Latina Sul (LAS)*. O segmento reportou queda expressiva de volume (-13,7% a/a), parcialmente compensado pela elevação da ROL/hl, o que levou a um crescimento de 0,5% a/a da receita líquida. Apesar dos custos e despesas terem sido impactados pela inflação, a companhia conseguiu elevar a margem EBITDA Ajustada em 1,8 p.p. a/a. Quando implementamos na conta a variação cambial e o impacto da hiperinflação na Argentina, observamos uma queda de 8,6 p.p. na margem EBITDA Ajustada, que veio em 17,0%, fortemente impactada pela elevação tanto dos custos, quanto das despesas VG&A.
Canadá*. O volume desse segmento segue impactado por um momento de queda da indústria de cerveja e beyond beer. Com isso, a companhia reportou queda de 6,9% a/a nos volumes que, mesmo com alta de 1,5% da receita/hl, levou a uma retração de 5,7% da receita líquida do trimestre. Contudo, a retração das contas de custos e despesas foi superior à queda da receita, o que permitiu à companhia elevar sua alavancagem operacional, com a margem EBITDA Ajustada vindo 1,1 p.p. superior a/a. Considerando a variação cambial, o aumento da margem EBITDA Ajustada foi de 0,9 p.p. a/a.
Resultado Consolidado. A receita líquida atingiu R$ 20 bilhões, favorecida pela alta de 0,4% a/a no volume e de 5,7% a/a na receita/hl. Já o EBITDA Ajustado veio em R$ 5,8 bilhões, crescimento de 10,2% a/a, beneficiado pelo aumento em menor intensidade do custo/hl e das despesas VG&A. A melhora do resultado operacional, contudo, foi anulada pelo aumento das despesas com imposto de renda, o que implicou na retração do lucro líquido em 5,6% a/a, atingindo R$ 2,4 bilhões neste trimestre.
Fluxo de Caixa. Nesse trimestre, as atividades operacionais geraram R$ 3,4 bilhões em caixa, parcialmente utilizados pelas atividades de investimento (R$ 1,1 bilhão) e financiamento (R$ 1,7 bilhão), o que permitiu que a companhia reportasse um caixa de R$ 14,1 bilhões ao final do período, o que a mantém em uma situação bastante confortável, com o caixa sendo mais do que o suficiente para cobrir seu endividamento bruto de R$ 3,5 bilhões.
ABEV3 x Ibovespa
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