Motiva (MOTV3) vai bem no 1T25
Resultado da Motiva é positivo e traz boas perspectivas, segundo o BB-BI.
Publicado por: Análise BB
5 minutos
Atualizado em
06/05/2025 às 17:09
A Motiva, antiga CCR, apresentou um resultado positivo do 1T25, em nossa opinião, com destaque para o crescimento de EBITDA em todas as unidades de negócio e expansão de 3,8 p.p. na margem consolidada. O trimestre foi impulsionado pelo incremento de tarifas, principalmente em Rodovias, e pela otimização do portfólio de ativos, que envolveu o encerramento do serviço de Barcas e a revisão contratual da MSVia, que acarretará em novo processo licitatório previsto para 22/05. Ambos impactavam negativamente os resultados da Motiva. Além disso, houve o término da concessão ViaOeste a adição de dois novos contratos, Rota Sorocabana e PRVias, que, apesar de contribuírem para o aumento do endividamento no curto prazo, devem trazer incremento de receita e margens à frente.
O tráfego de veículos em Rodovias da Motiva teve desempenho moderado, com crescimento de 1% a/a no segmento. Os efeitos calendário e as mudanças no portfólio contribuíram negativamente para a demanda e para a arrecadação, embora as condições climáticas tenham favorecido o fluxo sazonal de veículos de passeio. Além disso, dinâmicas relacionadas ao agronegócio, como um menor escoamento de açúcar, reprimiram um fluxo possivelmente melhor de veículos comerciais.
No transporte por Trilhos, a demanda foi favorecida principalmente pelo VLT Carioca e pelo Metrô Bahia, dinâmica que vem se repetindo há alguns trimestres, indicando novo patamar de demanda após inauguração de duas novas estações e um novo terminal. Além disso, a maior taxa de ocupação em escritórios atendidos pela ViaQuatro e pela ViaMobilidade ajudaram o fluxo em SP. Por outro lado, o encerramento da operação de Barcas contribuiu negativamente para o transporte de passageiros no período, que no consolidado encerrou o trimestre com crescimento de 3,3% a/a.
Já em Aeroportos, o tráfego foi impulsionado pelo desempenho no mercado doméstico, com uma maior oferta de voos e assentos. Diferentemente da dinâmica observada nos últimos trimestres, o mercado internacional foi impactado por um menor fluxo de turismo, principalmente advindo dos EUA, em função da desvalorização do dólar relativamente às moedas locais no período.
No consolidado, a Motiva encerrou o trimestre com Receita Líquida de R$ 3,7 bilhões (+7% a/a), EBITDA Ajustado de R$ 2,4 bilhões (+14% a/a) com margem de 63% (+3,8 p.p. a/a) e Lucro Líquido Ajustado de R$ 539 milhões (+20% a/a). A alavancagem ficou em 3,6x Dívida Líquida / EBITDA Ajustado 12M (+0,6x a/a) e Custos Caixa / Receita Líquida em 40% (-0,4 .p.p. a/a).
As ações da Motiva apresentam variação de 33% em 2025 e 10% em 12 meses, contra 11% e 4% do Ibovespa nos mesmos períodos, respectivamente. Investidores acompanham a reestruturação do portfólio de ativos da companhia, que segue em bom ritmo, acompanhando a dinâmica aquecida de novos leilões que tem se apresentado nos últimos trimestres. Acreditamos que com a saída do serviço de Barcas e com a revisão contratual da MSVia, junto à entrada da Rota Sorocabana e da PRVias, a companhia entra em um novo patamar de operação, que embute expectativa de expansão de receita e margens à frente, apesar do consequente aumento de endividamento e capex no curto/médio prazo. Além disso, a curva de juros no Brasil tem demonstrado relativo alívio em 2025, o que contribui positivamente para o desempenho das ações em bolsa.
Pelo exposto, reiteramos recomendação de compra para MOTV3, com preço-alvo de R$ 17,50 para o final de 2025.

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