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Gerdau (GGBR4) 2T24: BB-BI analisa resultado, veja preço-alvo e recomendação
Em linha com o esperado, cenário global desfavorável levou a um resultado mais fraco, mas acima da média do setor
Publicado por: Análise BB
4 minutos
Atualizado em
01/08/2024 às 16:54
A Gerdau reportou um resultado fraco no 2T24, em linha com o esperado, diante do cenário desfavorável para o mercado global de aço no período que inclui excesso de oferta, estabilidade na demanda e, consequentemente, queda nos preços internacionais.
A margem EBITDA ajustada ficou em 15,8% (-1,6 p.p. t/t), mas que consideramos razoável dadas as adversidades enfrentadas no período, principalmente quando comparamos com a rentabilidade operacional decepcionante da Usiminas no 2T24, que reportou margem EBITDA de apenas 1,2%, enquanto nas operações da ON Brasil a Gerdau alcançou 8,7%. O resultado financeiro foi negativo em R$ 597 milhões (-25,6% t/t) impactado pelo efeito da desvalorização cambial no Brasil e ajustes por inflação na Argentina. Por fim, o lucro líquido teve queda de 24,1% t/t, para R$ 945 milhões.
A variação cambial e a captação de debêntures no período também levaram a um aumento na dívida bruta, que atingiu R$ 12,6 bilhões no 2T24 e superou ligeiramente o limite nominal de dívida bruta de longo prazo da companhia (de R$ 12 bilhões), o que não nos preocupa no momento. A dívida líquida se elevou em menor magnitude, refletindo o maior nível de caixa, e o nível de alavancagem financeira passou de 0,40x dívida líquida/EBITDA no 1T24 para 0,53x no 2T24, bem abaixo do limite estabelecido pela companhia de 1,5x.
No consolidado, o volume de vendas da companhia se manteve estável na comparação trimestral, a receita líquida avançou, enquanto o EBITDA ajustado e lucro líquido retraíram
Dividendos e recompra de ações
Junto com a divulgação do resultado, a Gerdau informou a aprovação (i) da distribuição de R$ 252,4 milhões em dividendos (R$ 0,12/ação, que representa um yield de 0,6% em relação à cotação média dos últimos 12 meses), cujo pagamento ocorrerá em 20/08 (data ex-dividendos em 12/08), e (ii) de um novo programa de recompra de ações que prevê a aquisição de até 68 milhões de ações preferenciais (5% das ações GGBR4 em circulação) e até 1,8 milhão de ações ordinárias (10% das ações GGBR3 em circulação), com prazo de até 12 meses.
Papéis GGBR4 têm se mostrado resilientes desde o começo do ano e se mantêm como a melhor performance do segmento
Em nossa opinião, mesmo com a perspectiva de continuidade de um cenário desafiador no Brasil no restante do ano, mas com ligeira melhora caso as medidas para sobretaxa de aço importado surtem os efeitos esperados a partir do 2S24, as estratégias adotadas pela Gerdau para a preservação das margens operacionais têm se mostrado acertadas e podem continuar proporcionando a entrega de resultados operacionais satisfatórios e superiores aos de seus pares nos próximos trimestres. Durante teleconferência de resultados realizada nesta data (01), a companhia detalhou uma série de iniciativas com potencial de redução de R$ 1,5 bilhão em custos e despesas, com parte deste valor a ser capturada ainda no 2S24 e deslocando o patamar de custos para baixo a partir de 2025. Além disso, a disciplina financeira e a manutenção de uma estrutura de capital fortalecida pela intensa geração de caixa dos anos anteriores, quando o cenário estava bastante favorável ao setor, devem continuar limitando a elevação do nível de alavancagem, suportando a expectativa da continuidade dos investimentos e de retorno aos acionistas via dividendos.
Assim, mantemos nossa recomendação de Compra para GGBR4 e nosso preço-alvo 2024e de R$ 23,00.
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