Direcional (DIRR3) 1T25: com operacional resiliente, revisamos nosso modelo e apresentamos novo preço alvo

A Direcional lançou 17 empreendimentos no 1T25, totalizando um valor geral de vendas potencial de R$ 802 milhões (%DIRR, +22,8% a/a, -42,9% t/t), enquanto as vendas líquidas atingiram R$ 1,1 bilhão (+9,5% a/a, -11,5% t/t). A velocidade de vendas, medida pela VSO, apresentou movimento misto nas bases de comparação, aos 23% no trimestre (+2 p.p. a/a, -2 p.p. t/t), movimento observado tanto no segmento econômico como no médio padrão. Lembramos que, com o anúncio do Faixa 4 do programa Minha Casa Minha Vida, a maior parte das unidades da Riva, subsidiária que concentra as atividades em empreendimentos de médio padrão, acabaram sendo enquadrados nos novos tetos de até R$ 500 mil, permitindo uma potencial evolução dessa velocidade ao longo dos próximos trimestres, à medida que essa faixa se mostre plenamente operacional.

Com relação ao landbank, foram adquiridos 13 terrenos, adicionando um potencial de construção aproximado de 8,7 mil unidades ao banco de terrenos da companhia, que passa a deter um valor geral de vendas potencial de R$ 43,1 bilhões (%DIRR), suficiente para cerca de 213,7 mil unidades. Tendo em vista que a companhia lançou cerca de 19,3 mil unidades nos últimos 12 meses, seu banco de terrenos é suficiente para mais de 11 anos de operações nos patamares atuais.

Já quanto ao desempenho econômico-financeiro da companhia, a receita líquida atingiu R$ 894 milhões no 1T25 (+33,6% a/a, -3,3% t/t). O lucro bruto contábil chegou aos R$ 345 milhões (+43,5% a/a, +0,8% t/t), contando com incremento da margem bruta para 38,6% (+2,7 p.p. a/a, +1,6 p.p. t/t). As despesas com vendas, gerais e administrativas cresceram na base anual, aos R$ 136 milhões (+30,6% a/a, -2,5% t/t), mas novamente apresentaram uma maior diluição em relação à receita líquida, representando 15,2% (-0,3 p.p. a/a, +0,1 p.p. t/t).

O lucro líquido contábil atingiu R$ 165 milhões no 1T25, o maior resultado líquido registrado em um primeiro trimestre do ano da história da companhia (+9,5% a/a, -9,3% t/t). Considerando os resultados consolidados dos últimos 12 meses, o lucro líquido atingiu R$ 653 milhões, uma alta de 54% sob a mesma base de comparação no 1T24.

Já os resultados a apropriar de vendas de imóveis atingiram R$ 1,37 bilhão no 1T25 (+65,4% a/a, +10% t/t), com novo incremento na margem dessas vendas para 44,1% (+1,0 p.p. a/a, +0,2 p.p. t/t), resultados que serão reconhecidos nos números da companhia de acordo com a evolução das obras desses empreendimentos.

A geração de caixa operacional da companhia foi de R$ 10 milhões no trimestre, mas, excluindo efeitos de amortização de carteira de recebíveis cedidos anteriormente, o saldo foi de um consumo de caixa de R$ 15 milhões no 1T25. Ao longo do trimestre, a Direcional captou R$ 370 milhões em uma oferta de Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI), em três séries, com vencimentos entre 7 e 10 anos. A captação permitiu um alongamento do perfil de dívida da companhia, em um prazo médio ponderado de vencimento para 58 meses, um dos mais longos do setor. Como reflexo disso, a Direcional encerrou o 1T25 com uma posição de dívida líquida de R$ 257 milhões, equivalente a 10,9% do seu Patrimônio Líquido. Como fato subsequente, a Direcional anunciou um aumento de capital em sua subsidiária Riva, que representa 7,55% do capital social da subsidiária, e que será integralizado por um fundo de investimento imobiliário (FII) em parcelas, sendo a primeira imediata de R$ 100 milhões, e as demais somando outros R$ 100 milhões corrigidas pelo CDI até o efetivo recebimento. O reconhecimento da operação será realizado no 2T25 e impactará positivamente o fluxo de caixa da companhia ao longo dos próximos trimestres. Também foram emitidos bônus de subscrição que permitem que ao FII o incremento de sua posição para até 15% do capital social da Riva.

Desempenho da Ação. As ações da Direcional avançam 45% em 2025 até ontem (12), acumulando uma alta de 64% na janela de 12 meses. O movimento acompanha o bom momento operacional da companhia, que vem mantendo um ritmo de vendas resiliente, margens em patamares elevados, demonstrando capacidade de geração de caixa constante e manutenção de uma alavancagem em níveis conservadores.

Aproveitamos a atualização dos dados operacionais e financeiros da companhia para realizar nossa revisão de preço alvo para as ações DIRR3, que pode ser conferida em maior nível de detalhes no relatório completo, mantendo recomendação de Compra e elevando o preço alvo para R$ 42,00 (de R$ 37,50) para o final de 2025.