Setorial Bancos: Confira a análise dos dados de agosto do Bacen pelo BB-BI
Crédito arrefece no mês, enquanto inadimplência observa absoluta estabilidade. ICC cessa recuo, mas Spread retrai em agosto após repique em julho.
Publicado por: Análise BB
8 minutos
Atualizado em
27/09/2024 às 14:12
Sumário do conteúdo a seguir:
Dados do mercado de ações
O Índice do setor financeiro (IFNC) operou significativamente abaixo do Ibovespa em setembro, refletindo em nossa visão um ajuste de expectativas diante do novo ambiente de juros estrangeiro e doméstico.
Dados Mensais
Os dados de crédito de junho, divulgados pelo Bacen em 27/setembro, tiveram como destaques: (i) avanço da carteira de crédito SFN no comparativo mensal (+0,9%), com destaque para a modalidade Direcionados (+1,0%) e Livre PF (+0,8%). Com este movimento, a variação ano contra ano do saldo de operações de crédito, passou de 10,6% em julho para 10,1% em agosto; (ii) a inadimplência ficou estável na passagem do mês tanto no conceito agregado como nas submodalidades livres; (iii) retorno do recuo do spread geral, após o repique no mês anterior, atingindo 18,5% (+20 bps), enquanto o ICC, na mão oposta, se elevou em 10 bps no período.
Leitura e perspectivas
Embora dentro de um contexto de predominante estabilidade e bancos de forma geral com tendência de manutenção de bons momentos, os dados de agosto – com exceção da inadimplência - trouxeram uma leitura pontualmente mais negativa, em nossa análise. Do lado do crescimento, apesar da revisão observada na data de ontem no Relatório Trimestral de Inflação do Bacen (+11,1% para 2024 e +10,3% para 2025), observamos na passagem do mês um arrefecimento, que pode ser a nova tônica dado o contexto de retomada do aperto monetário iniciado em setembro. Normalmente os bancos costumam compensar crescimentos mais contidos com spreads mais elevados, então acreditamos que, mesmo diante deste possível contexto, a tendência de impacto no balanço dos bancos tende a ser neutra, ainda que os spreads possam apresentar volatilidade no curto prazo já que o custo de captação e de aplicação não respondem de forma linear. Voltando aos dados, vimos Spread tornando a cair, mas ICC apresentando uma espécie de inflexão, o que pode sinalizar possível alta da inadimplência dada a pressão sobre as empresas e famílias, algo que pode ser visto, inclusive, na reversão da tendência de queda no endividamento das famílias e nova alta do indicador comprometimento de renda.
Concessões e saldo
Concessões ajustadas sazonalmente avançam 15,4% a/a. Saldo de crédito atinge R$ 6,1 trilhões, levando a proporção crédito/PIB a 54,8%.
Crescimento - Modalidades PF, PJ, Livres e Direcionados
Comparativo ano contra ano no estoque arrefece pontualmente, atingindo 10,1% em agosto (vs 10,6% em julho), com os principais detratores sendo as modalidades PJ (7,98%) e Livres (9,2%).
Crescimento - Modalidades Livre (PF e PJ) e Direcionados (PF e PJ).
Modalidades PF continuam ditando a maior parte do crescimento. Na PJ vimos boa recuperação no ritmo na modalidade Livre em 2024, mas Direcionados invertem direção e recuam firme.
Inadimplência
Inadimplência no mês ficou marcada pela absoluta estabilidade, tanto no conceito geral, quanto nas submodalidades Livre PF e PJ.
Endividamento e Comprometimento de renda
Endividamento apresenta ligeira inversão da tendência de queda, enquanto comprometimento de renda volta a se acelerar negativamente.
Endividamento e renegociações (composição).
Saldo de renegociações observa recuo na passagem do mês, mas inadimplência da linha permanece estável, em patamar historicamente elevado.
ICC e Spread geral.
Spread geral se mantém em tendência de queda, enquanto ICC ensaia repique, acompanhando pressão crescente de Direcionados e estabilidade de Livres.
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