maquinário colhendo tradicional cana de açucar

Raízen (RAIZ4) | Resultado 1T25*: bons avanços operacionais, mas margens pressionadas

Daniel Cobucci, especialista do BB Investimentos, analisa resultado da Raízen do primeiro trimestre do ano-safra 2024/25.

Publicado por: Análise BB

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Atualizado em

15/08/2024 às 13:45

A Raízen reportou números negativos no 1T25, considerando que, apesar de boas notícias como a maior produção de açúcar e etanol e o menor custo caixa unitário, a margem EBITDA do segmento de mobilidade foi menor do que a de seus pares, atingindo R$ 122/m3, abaixo dos R$ 133/m3 da Ipiranga e dos R$ 140/m3 da Vibra. Com isso, vemos uma combinação de menor margem bruta consolidada e elevação das despesas operacionais, além de aumento na alavancagem e nas despesas financeiras, conforme detalhado a seguir. A companhia tem acertado na estratégia de formação de estoques de açúcar e etanol, aproveitando-se de sua infraestrutura para venda na entressafra com melhores margens e preços fixados vantajosos. De modo geral, seguimos com um viés otimista para a companhia, considerando nossas estimativas de desalavancagem e entrada em operação das plantas de E2G, que deverão trazer números mais sólidos à frente.

Mobilidade Brasil. Houve uma performance negativa, com leve declínio (-0,8% a/a) no volume de vendas e margem EBITDA menor do que os pares listados, refletindo condições de competitividade mais acirrada no trimestre, especialmente em relação ao diesel, cuja importação pelo Amapá vinha sendo feita com vantagens tributárias até abril (conforme abordamos em nosso relatório setorial). Em suma, no segmento de mobilidade vemos um resultado morno, com melhoria t/t nas despesas operacionais, mas com margens e volumes pressionados pelo ambiente competitivo, mas ainda em níveis saudáveis e com implementação de melhorias operacionais e de infraestrutura que devem contribuir para que o segmento siga agregando boa rentabilidade para o grupo.

Açúcar e renováveis. Do lado agroindustrial, foram reportados números sólidos, com evolução de 15% a/a no volume de cana-de-açúcar moída, beneficiada pela recuperação dos canaviais e clima mais seco. O ATR ficou estável, e o volume de E2G mais do que dobrou, dada a inauguração da segunda planta, em Bonfim (SP). A companhia tem apostado, tanto no açúcar, quanto no etanol, em uma estratégia de formação de estoques, visando aproveitar o movimento de recuperação de preços já em curso.

Em resumo, vimos no trimestre uma margem bruta pressionada, além de aumento de despesas operacionais (aumento de gastos com pessoal e despesas jurídicas), além de uma elevação na alavancagem: a relação dívida líquida/Ebitda ficou em 2,3x, 0,3x maior a/a, dada a redução no EBITDA e avanço de 7,6% a/a na dívida líquida (que atingiu R$ 31,6 bilhões), o que resultou em um aumento nas despesas financeiras, que vem sequencialmente consumindo parte relevante do resultado líquido, como consequência do aumento dos investimentos em E2G. O CFO da companhia, Carlos Moura, afirmou que espera uma alavancagem entre 1,6x e 1,8x ao fim do ano-safra, o que deve mitigar parcialmente esse peso mais expressivo das despesas financeiras nos resultados à frente. Houve no trimestre novamente a contabilização de item não recorrente devido ao reconhecimento de créditos tributários de PIS/Cofins, o que turbinou o lucro líquido, daí a evolução de 65% a/a, para 1,05 bilhão, com margem líquida superior em 0,5 p.p, a despeito da redução na margem bruta (-1,2 p.p. a/a).

RAIZ4 vs Ibovespa

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