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Pague Menos 1T24: misto; Extrafarma trouxe bons resultados, mas endividamento ainda segue alto

BB analisa resultado do 1o TRI 2024. Companhia divulgou resultados mistos, com destaque para captura de sinergias da Extrafarma.

Publicado por: Análise BB

conteúdo de tipo Leitura5 minutos

Atualizado em

13/05/2024 às 16:44


Em nossa opinião, a Pague Menos reportou um resultado misto para o 1T24. Do lado positivo, podemos destacar (i) o aumento de vendas mesmas lojas, especialmente das lojas convertidas, (ii) a captura de sinergias da Extrafarma e o consequente (iii) crescimento do EBITDA no comparativo anual. Porém, ainda merece atenção a manutenção da margem bruta no mesmo patamar na comparação a/a e o elevado nível de endividamento, que segue crescente desde o 3T23.

Durante a teleconferência de resultados, a companhia pontuou que o foco em 2024 continua sendo a desalavancagem financeira e a conclusão da integração da Extrafarma. Apesar da interrupção na abertura de novas lojas para o restante do ano – o 1T24 encerrou com 29 inaugurações e mais uma ocorreu já no 2T –, o aumento das vendas se mostrou forte, em linha com o crescimento do mercado, mostrando manutenção de market share.

Desempenho das Ações e Perspectivas

As ações PGMN3 acumulam queda de cerca de ~30% desde o início deste ano até hoje (7), o que, em nossa opinião, reflete a desconfiança do mercado em relação aos impactos com as mudanças tributárias recentes, a capacidade da companhia de entregar números mais positivos sem contar com a abertura de novas lojas, além de um cenário macroeconômico mais instável nas últimas semanas, em especial para as companhias mais alavancadas.

Nossa perspectiva para a Pague Menos segue neutra. Com o plano de expansão do ano concluído no 1T24, caso a companhia de fato consiga apresentar diminuição da alavancagem financeira a partir do 2T24, e continue acertando na estratégia de convergência entre Pague Menos e Extrafarma, vislumbramos um cenário mais positivo para a empresa até o final do ano. Porém, caso as margens permaneçam estagnadas e ainda haja dificuldades de se reverter os prejuízos apresentados, há o risco de o mercado ainda não precificar as melhorias apresentadas. Por esses motivos, optamos por manter nossa recomendação em Neutra e o preço-alvo em R$ 3,95, até incorporarmos os resultados mais recentes em nosso valuation.

PGMN3 vs. IBOV (Gráfico Base 100)

Desempenho Econômico-financeiro

A receita bruta atingiu R$ 3,1 bilhões, crescimento de 10% a/a e em linha com as nossas estimativas (+1,3% r/e). Merece destaque o crescimento de 32,1% a/a em vendas das lojas Extrafarma convertidas em Pague Menos, que demonstra uma estratégia acertada na escolha dessas localidades. O crescimento de vendas mesmas lojas consolidado foi de 9,6% no trimestre, sendo 8,5% da rede Pague Menos e 15,1% em Extrafarma.

A margem bruta, por sua vez, ficou nos mesmos patamares da apresentada no ano anterior (+0,1 p.p. a/a), fechando o trimestre em 29,2%, um pouco acima das nossas estimativas (28,2%, +1,0 p.p. r/e). Apesar de a companhia ainda sofrer com a pressão advinda de perdas com estoques relacionada ao inventário legado da Extrafarma, avanços nas capturas de sinergias e crescimento em vendas, principalmente de genéricos e marcas próprias, conseguiram segurar a queda.

Já a margem EBITDA Ajustada veio em linha com as nossas estimativas e encerrou o período em 3%, 1 p.p. superior ao apresentado no 1T23. A melhora deveu-se principalmente à captura de melhorias operacionais mais uma vez relacionadas às sinergias derivadas da integração da Extrafarma, com diluição de despesas gerais e administrativa.

Com resultado financeiro negativo em R$ 107,7 milhões, a companhia acabou encerrando o trimestre com um prejuízo consolidado de R$ 30,4 milhões, resultado melhor que o esperado pela casa e 42,5% menor que o apresentado no mesmo período de 2023.

Quanto à alavancagem financeira, temos citado em nossos relatórios anteriores a importância da busca pela diminuição da relação dívida líquida/EBITDA que ficou em 2,6x neste último trimestre. Apesar de ter registrado queda de 0,4 p.p na comparação ano contra ano, o indicador deixou de recuar a partir do 3T23 e vem mostrando uma elevação desde então.

Ainda nesse sentido, durante a teleconferência de resultados, a companhia informou ter feito o reperfilamento de R$ 400 milhões de sua dívida, que terão impacto no 2T24, e afirmou que a sua desalavancagem financeira continua sendo um dos focos para o ano de 2024.

Destaques 1T24

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