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Mercado

Ofertas de ações de empresas já listadas ganham tração e podem chegar a R$ 5 bilhões

Nos próximos meses, ao menos cinco empresas listadas podem fazer follow-on, segundo apuração do Broadcast

Publicado por: Broadcast Exclusivo

conteúdo de tipo Leitura6 minutos

Atualizado em

01/04/2024 às 17:40

Por Altamiro Silva Junior, Cynthia Decloedt e Gustavo Boldrini, do Broadcast

O ano de 2024 começou em marcha lenta para ofertas de ações de empresas brasileiras já listadas, nas operações conhecidas como follow-on. Agora, no entanto, as iniciativas vêm ganhando tração.

Até agora, empresas como Vulcabras (VULC3) e Energisa (ENGI11) já levantaram R$ 2,5 bilhões, em montante que inclui também uma operação do Banco Inter em Nova York. Esse número pode aumentar nas próximas semanas, segundo apurou o Broadcast.

Companhias como Lojas Marisa (AMAR3), Boa Safra (BOAS3), Caixa Seguridade (CXSE3) e Banco da Amazônia (BAZA3) avaliam ofertas de ações e podem levantar mais de R$ 5 bilhões nos próximos meses.

Nos bancos de investimento, os executivos relatam que ainda há ofertas subsequentes (follow-on) em estudo com empresas, que não são públicas. Por isso, o número de operações pode crescer. Há ainda captações já conhecidas e que podem vir ao mercado em breve, como a do Banco de Brasília (BRB), ao redor de R$ 2 bilhões, o que seria um re-IPO, como são chamadas ofertas de ações de empresas já listadas, mas sem liquidez e que querem melhorar o giro dos papéis. O maior follow-on do ano será a oferta de troca de controle da Sabesp (SBSP3), aguardada para junho, que pode chegar a R$ 20 bilhões.

Próximas operações

Uma das ofertas em estudo é a da Lojas Marisa. A rede de vestuário quer levantar ao menos R$ 200 milhões na operação, que terá a participação dos controladores. Essa é uma oferta que pode nem ser levada ao mercado e se transformar em aumento de capital privado, semelhante ao que fez o Magazine Luiza no mês passado, quando capitalizou a empresa em R$ 1,2 bilhão com dinheiro da família Trajano e do BTG Pactual. Mas, segundo fontes, a Marisa já vem conversando com potenciais investidores nas últimas semanas, e a sinalização tende para que a oferta de ações seja pública.

No setor financeiro, o Banco da Amazônia pretende levantar R$ 2 bilhões em uma oferta de ações, com recursos que devem ser usados para bancar operações de crédito. No dia 26 de abril o banco faz assembleia para discutir o tema. Já a Caixa Seguridade avalia uma oferta que poderia chegar a R$ 3 bilhões para aumentar a liquidez do papel.

Na Boa Safra, uma das maiores produtoras de sementes de soja do Brasil, assim como na Marisa, os controladores Marino Stefani Colpo e Camila Stefani Colpo Koch e a gestora HIX Investimentos se comprometeram a comprar ações. Nesse caso, a promessa é de adquirir até R$ 120 milhões, em uma oferta esperada para ser de ao menos R$ 200 milhões.

O follow-on mais recente na Bolsa brasileira foi o do GPA (PCAR3), que captou R$ 700 milhões. A operação enfrentou desafios, segundo fontes, já que a ideia inicial era captar R$ 1 bilhão em janeiro, mas a volatilidade com os papéis e o fato de não haver pressa acabou levando a oferta para março e sem a colocação de todo o lote extra.

O que é follow-on?

A oferta subsequente de ações, conhecida pela expressão em inglês follow-on, é uma operação realizada por companhias de capital aberto. Elas podem ser primárias ou secundárias.

Na oferta primária, a companhia emite novas ações e as vende no mercado, permitindo o levantamento de recursos que podem ter várias destinações, como o fortalecimento da estrutura de caixa da empresa, pagamento de dívidas e financiamento de aquisições.

Na oferta secundária, um dos controladores da empresa ou algum acionista que tenha uma fatia relevante decide vender suas ações no mercado secundário, para algum outro investidor institucional relevante. Esse tipo de follow-on geralmente é utilizado para operações de fusões e aquisições, troca de controle da companhia ou para a saída de algum acionista.

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