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O que é Corporate Venture Capital (CVC) e qual a diferença em relação a Private Equity

Na busca por inovação e disrupção, grandes empresas criam fundos de venture capital para investir startups

Publicado por: Broadcast Exclusivo

conteúdo de tipo Leitura4 minutos

Atualizado em

17/06/2024 às 14:02

Adriana Chiarini e Aramis Merki II, do Broadcast

Algumas grandes empresas, entre elas o Banco do Brasil, investem em empresas em estágio inicial que acreditam ter grande potencial, as chamadas startups, e outros negócios que ofereçam sinergia com suas operações, por meio de fundos CVC, do inglês Corporate Venture Capital. O nome já indica que se trata de um tipo de investimento de risco em empresas de base tecnológica, com a característica de ser feito por corporações.

O perfil do investidor faz toda a diferença. Quando o investidor é corporativo e não financeiro o seu principal objetivo é estratégico, não é puramente a rentabilidade financeira do fundo, embora também tenha todo cuidado com a parte de finanças.

Uma grande parte fica de olho em inovações e soluções que podem ser disruptivas, inclusive para o seu negócio. Outros enxergam nesses fundos uma forma de comprar empresas relacionadas a seus clientes e criar novos produtos. Em todos os casos, os investidores querem influir nas startups investidas.

Os fundos de CVC das grandes companhias têm como desafio as práticas de governança, aponta Pedro Saliba, gerente de inovação no BB Ventures, fundo de CVC do Banco do Brasil, gerido pela MSW Capital. O programa de CVC do BB conta também com o BB Impacto ASG, gerido pela Vox Capital. De acordo com Saliba, as corporações em geral fazem uso da metodologia de fusões e aquisições (M&A), um caminho para ter representantes no Conselho de Administração das empresas investidas, mas para o investimento em startups, a agilidade e as exigências são muito diferentes. "A governança no CVC precisa ter atenção ao 'time to market' para aproveitar as oportunidades que aparecem", disse Saliba.

A BB Ventures possui cinco fundos (dois exclusivos), com 50 startups investidas. Atualmente são R$ 200 milhões de capital comprometido. O BB busca com seu programa de CVC criar impacto na sociedade de forma a viabilizar um agro cada vez mais digital, fomentar serviços públicos digitais, estar próximo de seus clientes pessoas físicas com soluções financeiras e promover o empreendedorismo, com soluções para apoiar a capacitação para gestão, criação e expansão de negócios em empresas.

Leia também: Entenda os investimentos de venture capital e private equity no Brasil

Corporações investem em CVC em busca de disrupção

Em pesquisa da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (Abvcap) e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) sobre os fundos CVC em 2023, os insights estratégicos foram apontados como "extremamente importantes" por 62% e "muito importantes' por 32% das 35 empresas participantes.

Em outra questão, "preparar-se para uma futura disrupção" recebeu a maior nota como motivo para investir por 43% dos participantes, assim como "apoio aos negócios existentes" e "procurar novos negócios" recebeu nota máxima de 39% dos participantes. Outro resultado interessante é que 85% dos participantes disseram que procuram um perfil de empresa específico para testar uma tese.

Dentre as empresas participantes da pesquisa, fica claro que é uma ferramenta predominantemente utilizada por grandes corporações, com 69% dos CVCs sendo praticados por empresas com faturamento superior a R$ 5 bilhões. Todas as empresas que participaram na pesquisa da Abvcap sobre os investimentos em 2023 investiam em empresas no "early stage" e 3% delas em private equity.

As investidas são do mesmo setor de atuação ou variado?

Estudo da Oliver Wyman mostra que os fundos CVC ajudam a acelerar negócios entre empresas de setores diferentes. A Braskem, por meio de seu CVC Oxygea, com US$ 150 milhões para investir, está investindo em outros setores além do petroquímico. Umas das empresas escolhidas por seu fundo foi na Circular.co, startup que trabalha com plástico reciclado e ajuda a conectar interessados em negociar resina reciclada. Outra foi a LogShare, empresa que ajuda motoristas de caminhão a encontrar cargas de volta, evitando que o veículo trafegue vazio em alguma parte do caminho.

O portfolio da Vivo também é amplo, inclusive porque mantém dois fundos CVC. Para companhias em estágio inicial, tem o Wayra, uma iniciativa global do Grupo Telefónica, desde 2012. No Brasil, já investiu em 85 startups com potencial de negócios com a Vivo, com aportes de valor máximo de até R$ 2 milhões cada.

O Vivo Ventures, lançado em 2022, tem R$ 320 milhões para investir em startups do segmento "growth", que recebem rodadas de aceleração séries A ou B. Os tipos de negócio são nas áreas de educação, energia, saúde, serviços financeiros, casa inteligente e entretenimento.

Uma das investidas, a Conexa, teve sua solução de telemedicina por trás do serviço Vale Saúde, serviço da Vivo que é uma assinatura mensal que dá acesso a descontos em consultas médicas, exames e medicamentos em uma rede conveniada em todo o Brasil.

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