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O que é a economia tokenizada e quais as novas possibilidades de investimentos

Tokenização da economia veio para ficar, com apoio de bancos centrais e empresas

Publicado por: Broadcast Exclusivo

conteúdo de tipo Leitura7 minutos

Atualizado em

04/07/2023 às 16:25

Por Gustavo Boldrini, do Broadcast

O potencial da tokenização de ativos para investimento é enorme: esse mercado deve movimentar US$ 4 trilhões até 2030, segundo levantamento realizado pelo Citi. Já o Banco de Compensações Internacionais (BIS), que reúne bancos centrais pelo mundo, considera que o processo de tokenização pode melhorar a eficiência e mitigar os riscos nos sistemas de pagamento globais. Mas, afinal, o que é token e essa tal de economia tokenizada?

Um token nada mais é do que a representação digital de um ativo físico no todo ou em partes. Em inglês, a palavra token significa "ficha" ou "símbolo". De uma maneira simplória, seria como comprar fichas de quermesse. Elas são uma representação do dinheiro em quantidades fracionadas. A tokenização no mercado financeiro é a capacidade de transformar qualquer ativo em uma versão digital que pode ser negociada de forma fracionada.

No mundo digital, os tokens estão inseridos em uma rede chamada de blockchain. Trata-se de uma tecnologia que coleta as informações em blocos que são entrelaçados entre si, permitindo que tudo fique registrado de forma segura e imutável. Uma vez que uma transação nesse ambiente é realizada, ela ficará registrada para sempre, sem a possibilidade de adulteração.

Quais os tipos de token?

Uma das bases da economia tokenizada é que ela possibilita a divisão de um ativo em várias partes, permitindo que mais pessoas tenham acesso a ele e elevando a sua liquidez. No mundo das celebridades, há artistas pop e jogadores de futebol transformando os direitos econômicos de suas obras e carreiras em tokens, para que pessoas físicas possam financiá-los.

Existem basicamente duas classes de tokens, os fungíveis e os não-fungíveis. Os tokens fungíveis são aqueles que podem ser replicáveis e multiplicados, com características semelhantes entre si. Um token do real como moeda, por exemplo, seria fungível.

Já os tokens não-fungíveis, também conhecidos pela sigla em inglês NFT ("Non Fungible Token"), são únicos e irreplicáveis. Por essa característica, são mais utilizados para comercializar obras de arte na economia digital.
No caso das criptomoedas de emissão privada, como Bitcoin e Ethereum, não há um consenso. Enquanto alguns especialistas defendem que elas são fungíveis porque podem ser trocadas por outras de mesmo valor, outros acreditam que elas podem ser NFTs, como ativos com características únicas.

Quais investimentos estão disponíveis na economia tokenizada?

Há bancos e empresas fazendo emissões de valores mobiliários na forma de tokens para comercializar papéis de dívida corporativa, imóveis e outros ativos.

Bancos centrais pelo mundo, incluindo o brasileiro, estão estudando formas de tokenizar suas moedas a fim de ampliar o acesso a essa inovação. O Real Digital é um projeto de criptomoeda soberana, também chamada de CBDC (criptomoeda de banco central, na sigla em inglês), que o Banco Central do Brasil pretende lançar em 2024. Algumas aplicações estão em laboratório para uso do Real Digital, que em última análise é um token.

Há vários tipos de token: o payment token, que está associado às criptomoedas, como um meio de pagamento; o utility token, que tem como função conceder acesso a um produto, caso de programas de fidelidade, por exemplo; o security token, para a transação de ativos negociáveis, como ações ou imóveis; e o equity token, para captação de recursos e o armazenamento de investimentos. Note-se que um token pode se enquadrar em mais de uma categoria.

Como comprar e vender tokens?

Hoje é possível comprar e vender criptomoedas e tokens por meio de aplicativos de bancos que oferecem o serviço ou em corretoras cripto, também chamadas de "exchanges", nas quais a movimentação de recursos requer baixar uma carteira digital (ou "wallet").

Não é apenas no mundo das criptomoedas ou NFTs que a tokenização tem crescido. O mundo corporativo já está de olho nisso. A B3 anunciou em 26 de junho o lançamento de uma nova plataforma para emissão, registro e negociação de ativos tokenizados.

A iniciativa nasceu com a primeira tokenização de ativo regulado no País, que são tokens que representam uma debênture (título de dívida de uma empresa) emitidos por uma instituição financeira. Essas debêntures foram digitalizadas e disponibilizadas em uma rede blockchain, e a procura e oferta desse tipo de produto tende a crescer, segundo a própria B3.

As transações de tokens utilizam a tecnologia smart contracts ("contratos seguros" em português) para garantir a execução de cláusulas de contratos e minimizar possíveis riscos na transação.

O conceito de rentabilidade vai depender do bem ou produto que estiver atrelado ao token, uma vez que aquele ativo só será rentável se o objeto ao qual ele estiver vinculado se valorizar. Por exemplo, um fan-token de um time de futebol só vai gerar lucro se aquele item colecionável for considerado no mercado valioso.

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