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Neoenergia 4T23: inadimplência ainda preocupa mas alívio pontual de despesas salva trimestre; neutro

BB analisa resultados do 4o TRI 23: impacto de menores índices de inflação sobre a receita de Transmissão e Distribuição inibe efeito de maiores volumes distribuídos com clima quente, enquanto aumento de custos não gerenciáveis e de provisão para inadimplência também limitam o alívio pontual de despesas operacionais.

Publicado por: Análise BB

conteúdo de tipo Leitura3 minutos

Atualizado em

08/02/2024 às 16:07


A Neoenergia divulgou ontem (7/2), após o fechamento do mercado, seu resultado referente ao 4T23 e do exercício completo de 2023, que consideramos misto. Os números consolidados trazem (i) estabilidade de receita, com a melhora de volumes distribuídos impulsionados pelo clima quente sendo limitada pelo efeito de menores índices de inflação sobre as receitas de Distribuição e Transmissão, (ii) aumento de custos não gerenciáveis e (iii) redução de despesas operacionais com efeitos não recorrentes aliviando provisões com PCLD ainda em alta.

A desvalorização de mais de 50% nos últimos 12 meses limita o potencial de valorização até o nosso preço alvo, e neste momento, reduzimos nossa recomendação para Neutra.

A receita líquida consolidada no 4T23 somou R$ 11,5 bilhões, em linha com o reportado um ano antes, e R$ 9,4 bilhões excluindo-se a receita de construção, representando alta de 3,0% na comparação anual. Em 2023, a receita líquida somou R$ 45,4 bilhões (+6,2% a/a) e, excluindo a receita de construção, somou R$ 37,4 bilhões (+7,5% a/a) desconsiderando o ajuste negativo de R$ 1,1 bilhão referente ao sobrecusto em ativos de transmissão contabilizado no 3T23.

Os custos não gerenciáveis apesentaram alta de 9,5% na comparação anual, somando R$ 5,1 bilhões neste 4T23, sendo as maiores variações percentuais os custos com transporte de energia (+17,9% a/a) e combustível para geração térmica (+21,1% a/a), mas com a compra de energia para revenda (+5,9% a/a) contribuindo com a maior alta em valores nominais por ser a maior linha de custos. Em 2023, os custos não gerenciáveis somaram R$ 19,8 bilhões (+10,4% a/a), com a dinâmica das linhas de custo semelhante ao ocorrido no trimestre.

As despesas gerenciáveis (ex-depreciação e construção) somaram R$ 1,33 bilhão no 4T23 (-6,9% a/a), com redução de despesas com pessoal (-3,8% a/a) e serviços de terceiros (-6,6% a/a), além de redução de contingências, beneficiadas por reversões em plano de saúde na Coelba e de contencioso na Neoenergia Brasília, compensando mais um aumento de PCLD (+19,2% a/a). Em 2023, as despesas gerenciáveis somaram R$ 5,3 bilhões (+5,7% a/a), crescendo ligeiramente abaixo da receita mesmo com a alta da inadimplência.

O EBITDA ajustado totalizou R$ 2,9 bilhões no 4T23 (-2,5 % a/a), correspondendo à margem EBITDA de 25,5%, sofrendo impacto da alta nos custos não gerenciáveis e anulando a contribuição da boa performance das despesas gerenciáveis. Em 2023, o EBITDA somou R$ 12,2 bilhões (+3,9% a/a), representando margem EBITDA de 26,9%. Houve ligeira perda de margem EBITDA na comparação anual nos dois períodos.

O lucro líquido destinado aos acionistas (ex-minoritários) veio em R$ 973 milhões no 4T23, 4,0% acima do reportado um ano antes, enquanto no acumulado em 2023 somou R$ 4,4 bilhões, em queda de 5,4% na comparação anual.

  • Desconsideram o efeito do sobrecusto do capex de transmissão de R$ 1,1 bilhão no 3T23 para fins de análise. Os valores consolidados divulgados pela companhia são R$ 1,1 bilhão inferiores para Receita, Lucro Operacional e EBITDA, porém somam R$ 1,45 bilhão da reavaliação da UHE Dardanelos via Resultado de Equivalência Patrimonial que desconsideramos em nossa análise.
DIscalimer

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