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Mercado

Minerva (BEEF3) Resultado 1T24: destaque para operação do Brasil, mas resultado financeiro ainda pesa sobre rentabilidade

Publicado por: Análise BB

conteúdo de tipo Leitura5 minutos

09/05/2024 às 11:18

Atualizado em

13/05/2024 às 15:35


O resultado do 1T24 da Minerva foi positivo, em nossa visão. A companhia reportou alguns destaques positivos, em especial a performance da operação brasileira, favorecida pela alta disponibilidade de gado e estabilidade nos preços. Vale pontuar que, excluída a variação cambial, a companhia reportou lucro líquido ajustado, revertendo o prejuízo do trimestre imediatamente anterior.

Desempenho das Ações e Perspectivas

As ações BEEF3 acumulam queda de quase 19% desde o início do ano, penalizadas pela preocupação dos investidores com a alavancagem financeira da companhia e a retomada da demanda na China. Mais recentemente, os papéis sofreram uma desvalorização com a notícia de que a aquisição dos 16 ativos da Marfrig pela Minerva foi considerada complexa pelo Cade.

Contudo, mantemos nossa visão positiva em relação à Minerva, amparada pelo ciclo pecuário favorável no Brasil e um horizonte promissor no mercado internacional de carne bovina, com os Estados Unidos vindo como um player importante no mercado importador. Nesse sentido, vale comentar o aumento da participação do Nafta como destino das exportações da Minerva para 18% no 1T24. Além disso, a companhia segue entregando sólido patamar de geração de caixa, favorecendo o controle da alavancagem financeira. Assim, mantemos nosso preço-alvo para o final de 2024 em R$ 12,00 e a recomendação de Compra.

Gráfico Base 100

Desempenho Econômico-financeiro

Mercado Interno. A receita bruta somou R$ 3,2 bilhões, crescimento de 26,1% a/a e +50,6% t/t. A forte elevação da receita na comparação anual foi fruto do incremento no volume de vendas (+28,4% a/a), enquanto na comparação trimestral, a alta deveu-se ao aumento do preço médio (+39,9% t/t).

Mercado Externo. A receita bruta veio em R$ 4,5 bilhões, alta de 5,1% a/a e +2,3% t/t. Houve redução da participação do mercado externo no volume da operação Brasil na comparação anual (-8,7 p.p.) e trimestral (-5,8 p.p.) e elevação da participação do mercado externo nas operações da América do Sul ex-Brasil (+5,5 p.p. a/a).

No que se refere ao destino das exportações (excluindo a operação da Austrália) nos últimos 12 meses, a Ásia manteve-se como principal região ( apesar de ter reduzido sua participação em 13 p.p. a/a), seguida pelas Américas, com aumento de 2 p.p. a/a na sua participação. Juntas, essas áreas responderam por 56% das exportações.

Consolidado. A receita líquida totalizou R$ 7,2 bilhões, crescimento de 12,6% a/a e de 16,6% t/t. Destaque para a performance das operações no Brasil, com forte crescimento de receita tanto na comparação anual (+34,4%), quanto trimestral (+20,9%).

O lucro bruto veio em R$ 1,4 bilhão, o que implicou na elevação da margem bruta em 1,8 p.p. a/a, mas redução de 2,3 p.p. na comparação trimestral. Parte do ganho observado em margem na comparação anual foi anulado pela elevação das despesas com vendas e G&A, refletindo, principalmente, a integração da operação no Uruguai a partir do 3T23. Já em relação ao trimestre imediatamente anterior, houve uma leve redução das despesas com vendas (-0,3 p.p.). Tudo considerado, o EBITDA alcançou 629 milhões, +18,2% a/a e +3,8% t/t, com a margem EBITDA vindo em 8,8% (+40 bps a/a e -110 bps t/t).

Apesar da elevação da margem operacional na comparação anual, o forte impacto decorrente da piora do resultado financeiro líquido – consequência da elevação do endividamento – implicou em prejuízo neste trimestre de R$ 186 milhões, revertendo o lucro observado no ano anterior (R$ 114 milhões) e no trimestre anterior (R$ 20 milhões). Excluído o efeito não caixa da variação cambial, a companhia reportaria um lucro líquido ajustado de R$ 80 milhões, ante um prejuízo de R$ 276 milhões no trimestre imediatamente anterior.

Alavancagem financeira. O endividamento bruto totalizou R$ 24,8 bilhões, enquanto a dívida líquida foi de R$ 9,0 bilhões, equivalente a 2,8x o EBITDA Ajustado dos últimos 12 meses, patamar estável na comparação trimestral, e 0,2x superior ante o 1T23. A duration da dívida, ao final do 1T24, era de aproximadamente 4,6 anos.

Fluxo de Caixa. No trimestre, houve geração de caixa pelas atividades operacionais em R$ 1,3 bilhão, parcialmente consumido pelo pagamento de juros, investimentos e capital de giro, o que implicou em uma geração de caixa livre de R$ 367 milhões no 1T24.

Destaques

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