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Mercado

Crédito voltando a acelerar mesmo? Confira a análise dos dados mensais do Bacen pelo BB-BI

Após um início de ano de poucos movimentos, março enfim trouxe dados que apontam para a expectativa formada no início do ano para o mercado de crédito.

Publicado por: Análise BB

conteúdo de tipo Leitura8 minutos

Atualizado em

07/05/2024 às 17:59


Dados do mercado de ações

O Índice do setor financeiro (IFNC) operou significativamente abaixo do Ibovespa em abril, refletindo estimativas menos benignas, que levaram a realizações de lucros em ações que estavam próximas das máximas.

tabela de variação percentual dos bancos mensal

Dados Mensais

Os dados de crédito de março, divulgados pelo Bacen em 3/maio*, tiveram como destaques: (i) avanço da carteira de crédito SFN no comparativo mensal (+1,2%), com variações positivas em todas as modalidades, mas contribuição preponderante da modalidade PJ livre (+3,0%). Com este movimento a variação ano contra ano do saldo de operações de crédito, passou de 8,0% em fevereiro para 8,3% em março; (ii) recuo da inadimplência nas mais diversas modalidades, ainda que de forma comedida e; (iii) ligeira recomposição do spread geral, que atingiu 19,4%, enquanto o ICC ficou estável na passagem do mês.

tabela de variação percentual dos bancos mensal

Leitura e perspectivas

Após um início de ano de tendências predominantemente estáveis, março enfim trouxe um conjunto de indicadores mais alinhado à expectativa para os movimentos do setor aguardados para 2024, com o crédito voltando a acelerar, enquanto a inadimplência cede gradualmente. Cabe salientar que, no dia 8/abril, a Febraban atualizou sua projeção de crescimento de crédito para 2024, de 8,4% para 8,8%, enquanto o Bacen, em seu mais recente relatório de inflação, está mais otimista: 9,4%. Ambos os números datam de antes da abertura da curva de juros nos EUA ocorrida em abril, que acabou impactando, juntamente com ruídos no âmbito fiscal doméstico, na expectativa de uma Selic maior do que anteriormente antecipada para 2024. Isto pode, em nossa visão, mexer os ponteiros e requerer alguma correção de rota por parte das instituições, o que julgamos possível ocorrer após as divulgações dos números de abril, prevista para o final de maio. Em paralelo, a temporada de resultados dos bancos relativa ao 1T24 já teve início, com Santander dia 30/3 reportando números que corroboram a visão de que o banco já procedeu com boa parte da limpeza de balanço necessária para o retorno gradual a uma performance mais forte, enquanto Bradesco, divulgado dia 2/5, luta para seguir o mesmo caminho, mas a trajetória para tal se apresenta mais íngreme e tortuosa.

Concessões e saldo

Concessões ajustadas sazonalmente avançam 15,6% a/a. Saldo de crédito atinge R$ 5,87 trilhões, levando a proporção crédito/PIB a 51,5%, em predominante estabilidade.

tabelas e gráficos de conseções ajustadas e saldo de crédito

Crescimento - Modalidades PF, PJ, Livres e Direcionados

Comparativo ano contra ano no estoque voltou a acelerar, atingindo 8,34% em março, com os principais contribuidores sendo as modalidades PF (10,14%) e Direcionados (11,84%).

Crescimento - Modalidades Livre (PF e PJ) e Direcionados (PF e PJ).

Modalidade Livre PJ foi o destaque no mês, passando de 1,21% para 3,04% na variação a/a. Na modalidade Direcionados, a variação a/a vai desenhando certa acomodação aos 11,8%.

Inadimplência

Inadimplência geral (90 dias) permaneceu estável aos 3,2%, ainda que sobre créditos livres PF e PJ, tenham observado ligeiras quedas. Expectativa é a de recuo gradual destes índices.

Endividamento e Comprometimento de renda

Em março vimos mais um dado que corrobora a interrupção da tendência de recuo do comprometimento de renda, que vinha desacelerando.

Endividamento e renegociações (composição).

Volume de renegociações mostra predominante estabilidade, enquanto Inadimplência parece estável após recuo no ano anterior.

ICC e Spread geral.

Vimos estabilidade no ICC em fevereiro, após o repique em janeiro, enquanto spread geral segue arrefecendo. Com o cenário de queda de juros, devemos ver ambos em tendência de queda.

Disclaimer

 Este é um relatório público e foi produzido pelo BB-Banco de Investimento S.A. (“BB-BI”). As informações e opiniões aqui contidas foram consolidadas ou elaboradas com base em informações obtidas de fontes fidedignas e de boa-fé, tendo sido tomadas medidas razoáveis para assegurar sua exatidão no momento de publicação. Contudo, o BB-BI não garante que tais dados sejam totalmente isentos de distorções e não se compromete com a veracidade dessas informações. Todas as opiniões, estimativas e projeções contidas neste documento referem-se à data presente e derivam do julgamento de nossos analistas de valores mobiliários (“analistas’), podendo ser alteradas a qualquer momento sem aviso prévio. O BB-BI não garante o lucro e não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações divulgadas nesse material, que tem por finalidade apenas informar e servir como instrumento que auxilie a tomada de decisão de investimento, não devendo ser  interpretado como material promocional, recomendação, oferta ou solicitação de oferta para comprar ou vender quaisquer títulos e valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros. Investimentos nos mercados financeiros e de capitais estão sujeitos a riscos de perda superior ao capital investido. A rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura. Nos termos do art. 22 da Resolução CVM 20/2021, o BB-BI, em conjunto com o Conglomerado Banco do Brasil S.A. (“Grupo”), declaram que (i) podem ser remunerados por serviços prestados ou possuir relações comerciais com a(s) empresa(s) analisada(s) neste relatório ou com pessoa natural ou jurídica, fundo ou universalidade de direitos, que atue representando o mesmo interesse dessa(s) empresa(s); (ii) podem possuir participação acionária direta ou indireta, igual ou superior a 1% do capital social da(s) empresa(s) analisada(s), e poderão adquirir, alienar ou intermediar valores mobiliários da(s) empresa(s) no mercado. 

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