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Com mau momento para trás, BMG agora é compra? Confira a análise do 3T23 pelo BB-BI

Segundo analistas do BB Investimentos, o Banco BMG entregou no 3T23 um resultado positivo.

Publicado por: Análise BB

conteúdo de tipo Leitura5 minutos

Atualizado em

16/11/2023 às 15:23


O Banco BMG entregou no 3T23 um resultado que consideramos positivo, com lucro líquido recorrente de R$ 72 milhões, equivalente a um ROE trimestral de 7,6%.

O resultado foi favorecido por uma melhoria na margem financeira ajustada ao custo do crédito, fruto de redução nos custos de captação, comissões e melhoria na qualidade do crédito.

Momento

Se o lucro líquido e ROE ainda não impressionam, destacamos que percebemos no resultado do 3T do BMG uma melhoria generalizada nas principais tendências do banco. Ainda no resultado do 2T comentávamos que estávamos curiosos quanto à intensidade da reviravolta estratégica promovida pelo banco, com uma abordagem mais “retorno ao básico”, incluindo racionalização de estrutura, revisão de portfólio, de processos, entre outros itens. Para nossa surpresa, o resultado não demorou a aparecer.

Do lado das receitas, a margem financeira líquida avançou 3,7% t/t e 17,9% a/a graças principalmente à redução do custo de captação, enquanto as receitas de prestação de serviços continuaram avançando (2,1% t/t e +20% a/a) dentro da proposta do BMG de expandir avenidas de crescimento como seguros e mercado de capitais recentemente. A carteira de crédito, embora em queda de 2% no trimestre, ainda se expande a um ritmo decente ano contra ano (+5,3%) principalmente por conta das linhas Cartão Consignado Benefício (+11% t/t e +174% a/a) e Antecipação FGTS (+7,9% t/t e +68,5% a/a).

Mas o principal destaque, em nossa opinião, ficou por conta dos custos. A reestruturação de pessoal e administrativa promovida pela empresa ainda no primeiro semestre rendeu frutos: vimos todas as linhas de despesas recuando, o que levou o BMG a registrar o melhor índice de eficiência desde 2020, em 55,8%. No agregado – e considerando participações em coligadas e controladas, que estão entre as linhas de outras receitas e despesas - vimos um recuo de 111% no trimestre, o que trouxe a variação total de despesas no comparativo anual a 0,8%, uma das menores variações do setor, evidenciando o tamanho da racionalização de custos promovida.

Com esse desempenho, o BMG conseguiu reverter para R$ 61 milhões positivo o fraco resultado do 2T, que foi um prejuízo de R$ 97 milhões na linha antes dos impostos.

Desempenho das ações

O gráfico abaixo conta justamente a história da expectativa quanto ao turnaround do BMG, com uma performance das ações bastante em linha com o Ibovespa até o anúncio da nova gestão e primeiros movimentos de reestruturação, em maio. Em agosto veio a decepção com o fraco resultado do 2T, ao que a ação reagiu negativamente e retornou a uma performance em linha com o mercado.

Perspectivas

O resultado do 3T, embora longe de estelar, inspira confiança, ao estreitar o vão entre promessa e realidade em curto espaço de tempo. Há tempos viemos destacando os desafios diante do BMG – que não são poucos – mas que de uma forma ou de outra pareciam esbarrar sobretudo em uma espécie de crise de identidade, com o banco tentando se posicionar como “uma startup de 93 anos” perante um mercado que parecia se animar com a ideia. Esta provável falta de foco parece ter ficado para trás, e o BMG parece pronto para reconquistar sua fatia de mercado vocacional, agora com uma estrutura mais enxuta, uma proposta de modelo de negócios mais rentável, e ímpeto renovado diante de um ciclo de crédito e inadimplência que tende a lhe favorecer.

Preço-alvo e recomendação

Alteramos o valuation, incluindo premissas mais otimistas com base nos números recentes Com isso, apresentamos nosso preço-alvo em R$ 4,00 e alteramos a recomendação para compra para as ações do BMG (BMGB4), entendendo que apesar do momento desafiador ainda estar vigente, estamos diante de uma oportunidade descontada no setor bancário (0,5x valor patrimonial por ação no momento) com risco consideravelmente mais reduzido dado o recente resultado mais animador. Salientamos que o valuation, embora sensível a uma provável volatilidade de resultados futuros, sustenta um crescimento de lucros factível a julgar não apenas pelo resultado do 3T, mas do que um dia o BMG já foi capaz de entregar em um passado não tão distante. Por essa provável volatilidade de resultados, classificamos o BMG como uma compra de alto risco.

Disclaimer

Este é um relatório público e foi produzido pelo BB-Banco de Investimento S.A. (“BB-BI”). As informações e opiniões aqui contidas foram consolidadas ou elaboradas com base em informações obtidas de fontes, em princípio, fidedignas e de boa-fé. Embora tenham sido tomadas todas as medidas razoáveis para assegurar que as informações aqui contidas não sejam incertas ou equivocadas, no momento de sua publicação, o BB-BI não garante que tais dados sejam totalmente isentos de distorções e não se compromete com a veracidade dessas informações. Todas as opiniões, estimativas e projeções contidas neste documento referem-se à data presente e derivam do julgamento de nossos analistas de valores mobiliários (“analistas’), podendo ser alteradas a qualquer momento sem aviso prévio, em função de mudanças que possam afetar as projeções da empresa, não implicando necessariamente na obrigação de qualquer comunicação no sentido de atualização ou revisão com respeito a tal mudança. Quaisquer divergências de dados neste relatório podem ser resultado de diferentes formas de cálculo e/ou ajustes. O Disclaimer completo encontra-se no relatório.

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