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Mercado

Lojas Renner 1T24: misto; crescimento tímido de receita e melhora de margem EBITDA

BB analisa o resultado do 1o TRI 2024 das Lojas Renner.

Publicado por: Análise BB

conteúdo de tipo Leitura6 minutos

Atualizado em

10/05/2024 às 13:54


A Lojas Renner reportou um trimestre com resultados mistos, em nossa opinião. Do lado positivo, destacamos a melhoria da margem EBITDA e da margem líquida, além de aumento de receita de vendas superior à inflação do período e ao índice PMC (Pesquisa Mensal do Comércio) para vestuário e calçados. Já do lado negativo, entendemos que o aumento de receita foi tímido e que a nova estratégia de análise de perfil de risco do segmento de produtos e serviços financeiros, apesar de acertada em nossa opinião, merece um período de observação para podermos confirmar os possíveis resultados positivos para a companhia.

Em relação às enchentes que acometem o Rio Grande do Sul, a companhia informou que neste momento cerca de 3% do total de suas unidades está fechada e que não houve impacto em nenhum centro de distribuição, dado que estes não estão localizados no estado. No entanto, a companhia não deu maiores informações acerca dos impactos financeiros em seus próximos resultados.

Desempenho das Ações e Perspectivas

As ações LREN3 acumulam queda de quase 10% desde o início do ano (considerando o pregão de hoje, 9), o que demonstra, em nossa opinião, um receio do mercado frente ao poder da companhia para recuperar vendas e market share em meio a um cenário de manutenção dos juros em patamares ainda altos. Dado que, de acordo com a própria Renner, o calor intenso e as enchentes na região Sul devem impactar as vendas no 2T24, optamos por manter nosso preço-alvo de R$ 16,80 para o final de 2024 e a recomendação Neutra.

Desempenho Econômico-financeiro

Varejo. A receita proveniente da venda de mercadorias somou R$ 2,5 bilhões, alta de 8,0% a/a, mas abaixo das nossas estimativas (-4,0% r/e). Essa performance está ancorada principalmente no maior volume de peças, além do crescimento do fluxo nas lojas e do número de transações.

Já a margem bruta da operação de varejo atingiu 54,5%, ligeiramente superior na comparação anual (+0,3 p.p. a/a) e um pouco abaixo das nossas expectativas (-0,4 p.p. r/e), favorecida por custos e câmbio mais equilibrados, e à boa aceitação da coleção.

Já a margem Ebitda Ajustada teve um incremento de 3.3 p.p. a/a devido a um maior lucro bruto e, principalmente, pela maior alavancagem operacional.

Apesar de a companhia informar que este último trimestre ainda apresentou gastos adicionais relacionados à estabilização da operação logística do novo centro de distribuição em Cabreúva (SP), as despesas com vendas, gerais e administrativas tiveram uma redução na proporção em relação à receita líquida de 2.2 p.p. a/a, fechando o período em 42,1%. Essa redução deveu-se a uma maior eficiência na gestão e controle das despesas, que tiveram crescimento nominal inferior à inflação, além da diluição por conta do maior volume de vendas.

Produtos e Serviços Financeiros (PSF). A receita proveniente da operação de produtos e serviços financeiros foi de R$ 429 milhões, número inferior em 8,4% na comparação ano contra ano e bastante inferior às nossas estimativas (-17,8% r/e). As perdas líquidas tiveram números mais positivos, apresentando forte redução de 23,7% a/a. A melhora desses indicadores ocorreu em função de mudanças no perfil de risco dos clientes – atualmente a companhia está com 93% dos seus clientes com perfil de risco mínimo ou baixo, ante 79% no mesmo período de 2023 –, o que levou à menor necessidade provisionamento de perdas do portfólio de atraso. As despesas operacionais tiveram um acréscimo de 14,3% a/a, mas por despesas não decorrentes de contratos com terceiros. Diante disso, o resultado positivo de R$ 13 milhões superou nossas projeções que eram de R$ 3 milhões negativos.

Consolidado. No consolidado, a companhia reportou alta de 4,8% na receita líquida (-4,0% r/e), ligeira queda de margem bruta (-0,5 p.p. a/a e -0,4 p.p. r/e) e aumento de margem EBITDA ajustada (+3,9 p.p. a/a e +2,3 p.p. r/e), favorecida pelo melhor desempenho dos segmentos de varejo e de crédito.

Já o lucro líquido atingiu R$ 139 milhões, o que corresponde a um expressivo aumento de 198% na comparação anual e a uma margem líquida de 4,8% (+3,1 p.p. a/a e +2,3 p.p. r/e). O resultado deveu-se a um maior resultado operacional e financeiro.

Vale pontuar que o fluxo de caixa livre foi positivo em R$ 187 milhões, um aumento de R$ 405 milhões a/a que ocorreu pelo resultado operacional e melhora no capital de giro.

Destaques 1T24

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