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Mercado

Grupo Natura&Co 1T24: misto; retração de receita e aumento de margens da Natura&Co Latam

BB analisa resultado do 1o TRI 2024 do Grupo Natura&Co.

Publicado por: Análise BB

conteúdo de tipo Leitura7 minutos

Atualizado em

14/05/2024 às 14:57


Por mais um trimestre, o Grupo Natura&Co divulgou resultados mistos. Seguindo sua estratégia de aumento de rentabilidade, a companhia reportou aumento de margem bruta especialmente impactada pela operação da Natura, tanto no Brasil como no restante da América Latina, e de margem EBITDA ajustada, com impactos positivos da implementação da Onda 2 de integração e por um melhor mix de produtos e serviços.

Contudo, do lado negativo destacamos a retração de vendas por mais um trimestre em ambas as operações – Natura&Co Latam e Avon International –, o forte impacto causado pela variação cambial e por perdas com a hiperinflação na Argentina. A empresa informou que segue estudando a possibilidade de separar a operação da Avon, sendo que o objetivo principal é ter ambas as operações viáveis.

Em relação às enchentes que acometem o Rio Grande do Sul, a companhia anunciou que formou um Comitê de Calamidade para mapear a atual situação de sua rede, mas não deu maiores informações acerca dos impactos financeiros em seus próximos resultados.

Desempenho das Ações e Perspectivas

As ações NTCO3 acumulam alta de ~2% desde o início do ano (considerando o pregão de hoje), acima do Ibovespa, refletindo o otimismo do mercado com a possibilidade de spin-off da Avon International, que continua puxando os números da companhia para baixo. Porém, apesar do aumento de receita da Natura&Co Latam e o aumento de margens, a persistente retração nas vendas da Avon e o resultado líquido bem abaixo do esperado ainda preocupam.

Por esses motivos, optamos por manter nossa recomendação Neutra e preço-alvo em R$ 18,20 para o papel até incorporarmos os resultados do 1T24 em nossas projeções.

Desempenho Econômico-financeiro

A receita líquida consolidada do Grupo Natura&Co (unidades Natura&Co Latam e Avon International) somou R$ 6,1 bilhões no 1T24, retração de 5,7% na comparação anual e 6,8% acima das nossas estimativas. As duas unidades de negócios reportaram queda nas vendas, com a Avon International (-13,1% a/a) impactando mais que Natura &Co Latam (-3,3% a/a) em termos percentuais. No caso da Natura&Co Latam, a queda refletiu, principalmente, o desempenho da marca Avon, em meio à implementação da Onda 2 de integração das marcas na região e o declínio de dois dígitos do segmento Casa & Estilo. Na Natura Brasil, destacamos o incremento de 11,3% a/a, consequência de um melhor mix e um sólido desempenho em fragrâncias. Já na Avon International, a retração da receita (-13% a/a) decorre, principalmente, dos pilares de Beleza e Casa & Estilo. Vale mencionar que em moeda constante a receita líquida consolidada seria 1,1% superior à apresentada no mesmo período do ano anterior.

O Grupo permanece com foco em elevar a rentabilidade das operações e fechou o trimestre com a margem bruta consolidada em 65,2%, +0,9 p.p. superior a/a e em linha com nossas projeções. A maior contribuição veio da Natura &Co Latam (+1,70 p.p. a/a),favorecida por um melhor mix de produtos e países, e parcialmente neutralizada pela Avon International que contraiu 1,60 p.p. a/a, impactada principalmente pelo efeito de consolidação da The Body Shop.

Com a elevação da margem bruta e a redução das despesas operacionais (-3,8% a/a), o EBITDA Ajustado (ex-custos de transformação, impairment e goodwill) foi de R$ 683 milhões, incremento de 4,1% na comparação anual. Com isso, a margem EBITDA Ajustada foi de 11,2% neste último trimestre, número 1,0 p.p. superior ao registrado no mesmo período do ano anterior e um pouco acima das nossas expectativas (10% +1,1 p.p. r/e). A melhora deveu-se, principalmente pelos impactos positivos da implementação da Onda 2, por um melhor mix de produtos e países e uma menor despesa corporativa, apesar da contração da margem da Avon International devido à desalavancagem das vendas.

Com isso, a companhia reportou um prejuízo líquido de R$ 935 milhões, número 43,3% maior aos R$ 656 milhões negativos anunciados no 1T23. O resultado foi impactado negativamente por operações descontinuadas e efeitos do PPA (Purchase Price Alocation – efeitos da avaliação do valor justo de mercado), além de impostos mais altos do mix de países, perdas cambiais e impactos contábeis da hiperinflação na Argentina.

Em relação à alavancagem financeira, a Companhia finalizou o trimestre com uma posição de caixa líquido equivalente a 0,13x o EBITDA dos últimos 12 meses, mesmo com o consumo de caixa sazonal de R$ 1 bilhão e ao pagamento de impostos relacionados à operações descontinuadas.

O Fluxo de Caixa Livre das operações continuadas foi negativo em R$ 1 bilhão, uma melhora de R$ 368 milhões na comparação anual. O incremento deveu-se a uma melhor combinação de um maior lucro líquido ajustado, uma dinâmica de capital de giro um pouco melhor e um Capex menor.

Destaques 1T24

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