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Mercado

Grupo Natura&Co (NTCO3): novo preço-alvo em R$ 18,20

BB revisão projeções e preço-alvo para Grupo Natura&Co

Publicado por: Análise BB

conteúdo de tipo Leitura6 minutos

Atualizado em

22/01/2024 às 18:27


Apresentamos neste relatório a revisão do valuation do Grupo Natura&Co para incorporar os resultados mais recentes, o início da implementação da Onda 2 no Brasil e atualizar premissas macroeconômicas do nosso modelo. Com isso, o nosso preço-alvo para NTCO3 ao final de 2024 é de R$ 18,20 (antes R$ 17,40), com elevação da recomendação para compra.

No momento, vemos melhores perspectivas para o desempenho econômico-financeiro do Grupo, em especial em relação à execução do plano de transformação, cujos frutos vêm permitindo margens mais elevadas. Além disso, consideramos positiva a potencial venda da The Body Shop, o que contribuirá para reduzir o dispêndio de caixa e lapidar a rentabilidade do Grupo. Diante disso e do potencial de valorização entre o preço corrente e o preço-alvo, entendemos abrir uma oportunidade de compra do papel.

Vale pontuar, contudo, que ainda nos mantemos cautelosos com a recuperação da Avon International, a ser acompanhado nos próximos trimestres, conforme as medidas ora em execução para transformação do negócio evoluam.

Estratégia

Conforme pontuamos no último relatório de revisão de preço, o Grupo Natura&Co está passando por um processo de transformação, desde meados de 2022, com o objetivo de (i) redesenhar a estrutura organizacional para torná-la mais leve e enxuta, reduzindo as despesas da holding; (ii) melhorar a performance dos negócios de baixo desempenho (Avon e The Body Shop) e (iii) priorizar a geração de caixa.

Os resultados divulgados no 2T23 deram continuidade às melhoras observadas no 1T23, em especial no que se refere aos ganhos de margem EBITDA Ajustada. A seguir, comentamos um pouco sobre o momento vivenciado por cada unidade de negócios.

Natura&Co Latam - Onda 2

O Grupo Natura&Co pontuou que, no 2S23, o seu foco está no lançamento da Onda 2 no Brasil, iniciativa que consiste em remodelar os negócios da América Latina. Basicamente, o objetivo é acelerar a integração dos negócios da Natura e da Avon na região, visando ao aumento da rentabilidade da marca Avon, além de permitir explorar novas oportunidades de venda cruzada entre Natura e Avon.

Enquanto na Onda 1 focou na adoção de novas regras do modelo comercial da Avon, a Onda 2 busca integrar o portfólio da Avon ao processo de comercialização e distribuição da Natura para alcançar uma simplificação significativa de logística, tecnologia e gastos gerais e administrativos, proporcionando rentabilidade na Avon.

Esse processo de integração está embasado em 3 pilares:

  1. a combinação dos canais de distribuição (as consultoras venderão ambas as marcas);
  2. a otimização do portfólio - o novo portfólio combinado foi concebido com base nos pontos fortes de cada uma das marcas, maximizando a proposta de valor para as consultoras e clientes finais;
  3. o enxugamento da estrutura - à medida que a integração acelera, a sobreposição de funções irá se tornar mais evidente e alguns ativos se tornarão ociosos.

A Onda 2 foi implementada no Peru e na Colômbia e, apesar dos mercados terem características distintas, o Grupo Natura&Co sinalizou ter colhido dados iniciais positivos, como a elevação do percentual de consultoras fazendo pedidos de ambas as marcas de 10% para 70%, além de terem dividido com o mercado os aprendizados e os desafios vivenciados nas primeiras experiências.

A esse respeito, O Grupo destacou que, dada a dinâmica única de cada país (contexto político social, cenário competitivo e poder de cada marca), há a necessidade de adaptação da estratégia de implementação, notadamente no que se refere à integração da equipe comercial (consultoras), diferença entre pedido mínimo entre Natura e Avon. Outro desafio destacado foi a maior limitação de digitalização da rede Avon em comparação à rede Natura, o que implica em maiores esforços no sentido de buscar equalização entre as marcas.

Diante dos aprendizados e desafios vivenciados, o processo de implementação da Onda 2 no Brasil ocorrerá em 2 fases. A primeira fase, com início no 3T23, consistirá na integração de parte dos sistemas de TI, equipe comercial e consultoras, disponibilizado um único calendário e programa de incentivos. Já a segunda fase, com início previsto para o 1S24, consistirá na integração dos demais sistemas de TI e dos processos logísticos, de forma a eliminar qualquer atrito remanescente.

Com a implementação da Onda, espera-se captura de sinergias devido à otimização do portfólio, aumento do número mínimo de pedidos, integração das marcas nas rotas logísticas e infraestrutura, aumentando a densidade logística e eficiência de frete. Vale pontuar que o Grupo estima um impacto negativo inicial na receita, decorrente da integração da rede de distribuição, elevação de investimentos em marketing, além de despesas relacionadas à integração (rescisão, ajuste de contratos e pacotes de indenização), em parte compensadas pela monetização de alguns ativos que se tornarão ociosos à medida que a integração acelere.

Potencial Venda da The Body Shop

Em 28/ago, a companhia divulgou um fato relevante para informar que o Conselho de Administração autorizou a Diretoria a explorar alternativas estratégicas para a The Body Shop, incluindo uma potencial venda do negócio.

Temos uma visão positiva desse movimento, à medida em que a The Body Shop tem sido uma detratora dos resultados do Grupo e seria necessário o direcionamento de recursos para a recuperação do negócio, pressionando ainda mais os resultados no curto/médio prazo.

Na última semana, foi veiculado na mídia a informação de que já haveria 3 interessados na aquisição da The Body Shop, sinalizando aos investidores que a venda pode ocorrer rapidamente. Em nossas estimativas, a venda da The Body Shop poderá levantar, pelo menos, R$ 2 bilhões, levando em consideração o EBITDA estimado para 2023 (R$ 367 milhões) e um múltiplo conservador de EV/EBITDA (5,5x).

Avon International

O processo de estabilização das vendas e ampliação das margens da Avon International está focado na adoção de um modelo operacional mais enxuto, com padronização do modelo comercial, redução da complexidade do portfólio de produtos e saída de geografias pouco rentáveis.

No 2T23, observamos uma queda de 15% a/a na rede de distribuição devido às mudanças que estão em andamento no modelo comercial (principalmente pelo foco em incentivos e estrutura dos líderes) e da otimização da presença geográfica da marca. Merece destaque o crescimento de 3% a/a na categoria beleza, com melhor desempenho em fragrâncias e cores, enquanto a categoria Casa e Estilo seguiu impactada pela retração de mais de 50% dos SKUs. Outro destaque do trimestre foi a elevação da margem bruta (+460 bps) e EBITDA Ajustada (+110 bps) na comparação anual.

Disclaimer

Este é um relatório público e foi produzido pelo BB-Banco de Investimento S.A. (“BB-BI”). As informações e opiniões aqui contidas foram consolidadas ou elaboradas com base em informações obtidas de fontes fidedignas e de boa-fé, tendo sido tomadas medidas razoáveis para assegurar sua exatidão no momento de publicação. Contudo, o BB-BI não garante que tais dados sejam totalmente isentos de distorções e não se compromete com a veracidade dessas informações. Todas as opiniões, estimativas e projeções contidas neste documento referem-se à data presente e derivam do julgamento de nossos analistas de valores mobiliários (“analistas’), podendo ser alteradas a qualquer momento sem aviso prévio. O BB-BI não garante o lucro e não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações divulgadas nesse material, que tem por finalidade apenas informar e servir como instrumento que auxilie a tomada de decisão de investimento, não devendo ser  interpretado como material promocional, recomendação, oferta ou solicitação de oferta para comprar ou vender quaisquer títulos e valores mobiliários ou outros instrumentos financeiros. Investimentos nos mercados financeiros e de capitais estão sujeitos a riscos de perda superior ao capital investido. A rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura. Nos termos do art. 22 da Resolução CVM 20/2021, o BB-BI, em conjunto com o Conglomerado Banco do Brasil S.A. (“Grupo”), declaram que (i) podem ser remunerados por serviços prestados ou possuir relações comerciais com a(s) empresa(s) analisada(s) neste relatório ou com pessoa natural ou jurídica, fundo ou universalidade de direitos, que atue representando o mesmo interesse dessa(s) empresa(s); (ii) podem possuir participação acionária direta ou indireta, igual ou superior a 1% do capital social da(s) empresa(s) analisada(s), e poderão adquirir, alienar ou intermediar valores mobiliários da(s) empresa(s) no mercado.

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