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Casas Bahia 1T24: negativo; retração de vendas e margens.

BB analisa resultado do 1o TRI 2024 do Grupo Casas Bahia.

Publicado por: Análise BB

conteúdo de tipo Leitura7 minutos

Atualizado em

13/05/2024 às 16:40


O Grupo Casas Bahia reportou números ainda negativos neste primeiro trimestre, apesar de mostrar evolução em alguns indicadores. A companhia apresentou forte retração em vendas de lojas físicas e no 1P (on-line com estoque próprio), tendo incremento somente nas vendas do market place como consequência da busca por maior rentabilidade e melhor experiência para os clientes e sellers, oferecendo um maior número de serviços, como logística e crédito. A companhia mostrou avanços no Plano de Transformação proposto, especialmente com o reperfilamento da dívida e com a inclusão de mais três indicadores no pilar de receita: (i) desenvolvimento de sistema inteligente de precificação; (ii) criação de solução digital para aumentar eficiência de vendedores; e (iii) expansão da base de anunciantes do Casas Bahia Ads.

Em decorrência das enchentes que acometem o Rio Grande do Sul, a empresa informou que possui 7 lojas fechadas no momento. No entanto, a companhia não deu maiores informações acerca dos impactos financeiros em seus próximos resultados.

Desempenho das Ações e Perspectivas

As ações BHIA3 acumulam queda de mais de 37% no ano (considerando o pregão de hoje, dia 9), o que ainda reflete, em nossa visão, a desconfiança do mercado em relação à entrega do Plano de Transformação e aos resultados dele provenientes. Somado a isso, o cenário macroeconômico continua devagar para o segmento de bens duráveis. Nesse contexto, entendemos que a companhia permanece com uma relação risco-retorno em desequilíbrio e, portanto, mantemos nossa recomendação de Venda (independente do upside em relação ao nosso preço-alvo) até incorporarmos os resultados do 1T24 em nossas projeções.

Desempenho Econômico-financeiro

As vendas totais (GMV na sigla em inglês) atingiram R$ 9,7 bilhões, redução de 11,5% na comparação anual e 4,8% abaixo das nossas estimativas. O desempenho das lojas físicas (-10,7% a/a e -10,2 r/e) foi afetado pela (i) mudança de mix, (ii) menor demanda, (iii) menor disponibilidade de crédito e (iv) fechamento de lojas, enquanto as vendas do 1P (on-line com estoque próprio) tiveram queda mais forte (-22% a/a e 15,7% r/e) como consequência (i) do menor investimento no canal B2B e outras mídias, (ii) demanda menor e (iii) cenário mais restritivo para compras online. O único canal de vendas que registrou alta foi o 3P (market place) que subiu 9,6 a/a e em linha com nossas projeções. Diante dessa dinâmica, a receita líquida alcançou R$ 6,3 bilhões (-13,7% a/a), próxima de nossas estimativas (+0,7% r/e).

O lucro bruto, por sua vez, veio em R$ 1,9 bilhão (-17,8% a/a), 7,6% acima do que projetávamos, e com uma retração superior à observada na receita. Com isso, a margem bruta atingiu 30,0%, com uma queda de 1,4 p.p. a/a, mas acima das nossas expectativas, explicada por uma melhor combinação do mix de produtos e serviços, e vendas mais rentáveis.

Acompanhando a queda de margem bruta, a margem EBITDA Ajustada atingiu 6,1%, 3,1 p.p. inferior a/a, porém 3,7 p.p. acima das nossas expectativas. Apesar da queda de despesas de vendas (10,5% a/a) e de pessoal (14,6% a/a), além da redução nas perdas do crediário (20,7% a/a), o número ficou prejudicado pela base de comparação beneficiada pelo efeito positivo de créditos tributários.

O resultado financeiro líquido foi de R$ 486 milhões negativos, 41,2% menor que o resultado apresentado no mesmo período do ano anterior (R$ 827 milhões negativos), passando a corresponder a 7,7% da receita líquida (11,2% no 1T23).

A companhia apresentou um prejuízo de R$ 261 milhões, valor 12,2% inferior na comparação anual, o que corresponde a uma margem líquida de -4,1%, em linha com a observada no 1T23 (-4,0%), especialmente impactado pelo recuo nas vendas.

Quanto aos investimentos do trimestre, 90% destes foram direcionados para projetos de desenvolvimento de tecnologias para suportar o crescimento, a digitalização da companhia e a experiência do cliente que são foco da empresa.

No que se refere à alavancagem financeira, com o novo reperfilamento anunciado recentemente, os R$ 4 bilhões da dívida tiveram seu prazo alongado, o que aliviou o caixa da empresa no curto prazo. Entre 2024 e 2027, o desembolso de caixa com dívidas (amortização + juros) foi reduzido de R$ 4,8 bilhões para apenas R$ 500 milhões, iniciando apenas a partir de 2026.

Vale pontuar que o fluxo de caixa livre finalizou o trimestre em R$ 176 milhões negativos que, apesar de ainda serem insuficientes para o pagamento de juros, correspondem à melhor performance dos últimos 5 anos para o período.

Destaques 1T24

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