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conjunto de notas de dólar empilhadas como escada

Mercado

Fechamento câmbio | Dólar tem ligeira alta e fecha na casa de R$ 5,10, alinhado ao exterior

Publicado por: Broadcast Notícias

conteúdo de tipo Leitura6 minutos

Atualizado em

20/05/2024 às 17:44

Por Antonio Perez

São Paulo, 20/05/2024 - O dólar à vista apresentou ligeira valorização nesta abertura de semana, em dia marcado por sinal predominante de alta da moeda americana no exterior e por um pequeno avanço das taxas dos Treasuries. Na ausência de indicadores relevantes nos EUA, investidores absorveram nova rodada de comentários cautelosos de dirigentes do Federal Reserve em relação aos próximos passos da política monetária.

Entre o fim da manhã e o início da tarde, o dólar até ensaiou uma queda no mercado local e rompeu pontualmente o piso de R$ 5,10. Operadores relataram internalização de recursos por exportadores, estimulada pela valorização do minério de ferro, e ajustes pontuais de posições no segmento futuro. O real acabou perdendo força ao longo da tarde. Analistas afirmam que a taxa de câmbio ainda carrega prêmios de risco associados à questão fiscal e à piora de expectativas de inflação, chancelada hoje pelo Boletim Focus.

No fim da sessão, o dólar à vista era negociado a R$ 5,1047, em alta de 0,05%, após ter encerrado a semana passada com desvalorização de 1,09%. As oscilações foram bem contidas, com variação de pouco menos que quatro centavos de real entre a mínima (R$ 5,0914) e a máxima (R$ 5,1045). No mês, o dólar ainda acumula baixa de 1,69%. No ano, avança 5,18%.

No exterior, o índice DYX - termômetro do comportamento do dólar em relação a seis divisas fortes - passou o dia em leve alta, com máxima aos 104,649 pontos. A moeda americana avançou na comparação com maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities, que, na sexta-feira, haviam se beneficiado do anúncio de estímulos ao setor imobiliário na China.

O economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, observa que o DXY experimentou certo alívio recente com dados de emprego e inflação mais moderados nos EUA, mas que ainda se mantém em nível elevado, o que contribui para que a taxa de câmbio apresente "rigidez" no mercado doméstico.

Para Velho, com a agenda de indicadores americana esvaziada hoje e amanhã, os investidores devem adotar uma postura mais cautelosa e evitar aumento da exposição ao risco à espera da divulgação, na quarta-feira, 22, da ata do Federal Reserve.

"Vejo o Fed mais duro, com diretores mais ortodoxos que o próprio mercado. A curva americana já está precificando queda de juros em setembro. A ata deve reforçar esse tom cauteloso do Fed, sem compromisso de queda de juros. E com isso não há espaço para o dólar ter uma queda consistente", afirma Velho.

Dirigentes do Fed reiteraram hoje que é preciso mais confiança no processo de desinflação para que haja uma alteração na política monetária americana. À tarde, a presidente da distrital de São Francisco, Mary Daly, afirmou que ainda não vê recuo sustentado da inflação em direção à meta e, por isso, não há pressa em ajustar a taxa de juros. Em tom mais duro, a presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, disse que o BC americano pode manter ou até aumentar os juros, caso haja estagnação ou reversão do progresso obtido no controle da inflação.

Leia também: Dólar e o mercado de câmbio: Tudo que você precisa saber

Por aqui, o Boletim Focus trouxe aumento das expectativas para o IPCA neste ano (de 3,76% para 3,80%) e no próximo (de 3,66% para 3,74%). A projeção para a taxa Selic em dezembro subiu de 9,75% para 10%, apenas 0,50 ponto porcentual abaixo do nível corrente. Segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, adotou postura mais conservadora em conversas com investidores no fim da semana passada, reiterando que o BC vai agir contra a desancoragem das expectativas.

"O BC faz bem em indicar uma Selic terminal em nível maior. Teoricamente, isso levaria a uma queda do dólar. Mas existem outros fatores, como a curva de juros americana e o fluxo cambial mais fraco neste ano, que dão rigidez ao dólar. Não tem nada que puxe a taxa de câmbio para baixo de forma sustentada", afirma Velho, da JF Trust.

Contato: antonio.perez@estadao.comP

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